Que dia, Bia?

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Notas: Culpem a Juliana. Boa leitura =]


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Sem conseguir dormir direito, Bianca havia acordado mais cedo do que o habitual. Todo o assunto da noite anterior mexera demais com a sua mente, consequentemente com o seu sono. Por volta de duas horas ela fica apenas observando Rafaella dormindo, até que a mesma acorda por si só, mexendo o corpo lentamente ao mesmo tempo em que seus olhos vão criando vida.

— Bom dia. — Responde com uma xícara de café em mãos, sorrindo gentilmente.

Rafaella sente sua cabeça pulsar muito forte, a deixando com um certo desconforto, mas ela não hesita de sorrir para a mais nova.

— Bom dia. — Ela boceja, sentando na cama e ficando nesta posição por alguns segundos, criando coragem para fazer sua higiene matinal.

Mesmo querendo falar sobre tudo, com a ansiedade invadindo o peito, Bianca opta por esperar o momento certo... Após o café seria ideal, ou durante o mesmo.

— Antes bebe essa água com esse remédio, vai ajudar... — A carioca aponta para o copo de água e para o comprimido que está ao lado do mesmo.

— Obrigada, bem que eu tô precisando mesmo. — Ela senta na cadeira de frente para Bianca, inclinando o pescoço para a direita e depois para a esquerda, alongando-o.

Bianca levanta da cadeira, suspirando e indo arrumar a cama. O silêncio deixa o clima um tanto tenso, principalmente para a empresária que não para de ouvir todas aquelas palavras ecoando em sua cabeça, sentindo todo um incômodo e uma agonia dentro de si.

Precisava falar sobre, conversar.

— Rafa...

— Bia...

As duas falam ao mesmo tempo, um tanto cômico.

— Fala você primeiro. — Rafaella diz, desviando seu olhar para a janela à sua frente.

— Não, pode falar.

— Fala logo, Bia. — Insiste, observando Manoela e Mariana conversarem deitadas na grama.

— Tá bom!

 Ela roda os olhos, passando as mãos pela coberta estirada na cama.

— Ontem você falou umas coisas bem comprometedoras pra mim. — Ela começa, não sabendo muito bem como iniciar a conversa.

— Falei? Deus! Foi algo erótico? Se foi, mil perdões, Bia. Eu jamais... — Bianca a corta, dando uma breve risada.

— Não, mas antes fosse. Fica despreocupada, foi algo muito pior.

— Pior?! — A cara de espanto fica totalmente visível.

— Rafa, você disse que gosta de mim, tipo... umas quatro vezes.

No mesmo segundo o semblante de preocupação muda para uma expressão gélida, estática. A respiração da mais alta pesa e ela então percebe que entraria numa saia justa.

— Eu disse isso?

A insegurança volta a rondá-la, não querendo revelar de cara limpa as suas objeções, seus sentimentos mais ocultos, estes que não são mais tão escondidos assim.

— Disse...

Bianca observa a reação quieta da outra, não conseguindo decifrá-la com clareza.

— Você me chamou de amor, Rafa.

Diz a frase com seu semblante sério, não acreditando que ela não se lembrara de nada.

A Diaba e a MissionáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora