A Diaba e a Missionária

Paciência

Notas: Oie! Vim com os mimos pra vocês! Tá tudo muito calminho, juro. Então leem com bastante calma e muita paciência. Espero real que cês gostem. Enfim, obrigada pelo apoiooo! Cês são incríveis. <3

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O som do despertador da produção ecoa mesmo duas horas após o seu início, com o intuito de acordar o restante dos participantes que continuam dormindo. Entre esses, Bianca e Thelma, a mais nova dorme em um sono pesado, em uma postura desajeitada. Na cozinha, Rafa prepara seu chá enquanto conversa com Manu.

— Sobre isso, da possibilidade da prova do líder ser em dupla. Eu já confirmei com o Py, se for realmente uma prova for em dupla faço com ele. — Manu comenta, apoiando seus pequenos braços em cima do balcão.

— Mas cê acha mesmo que venha a ser em dupla? — Rafa questiona sem tirar a atenção da chaleira no fogão à sua frente.

— Ah, Rafa. Penso que sim, pois somos em muitos, em dupla fica uma prova mais fácil e ágil. — Ela sorri, aspirando o cheiro de camomila que sai da chaleira. — Isso parece bom. — Elogio a bebida quente, despertando um sorriso nos lábios de Rafa.

— Obrigada. — Agradece, suspirando enquanto se deixa levar pelos pensamentos confusos.

No mesmo instante o sorriso de segundos atrás é desfeito, dando lugar a um semblante preocupado e sério. Rafa questiona o que fará em meio a essa situação com Bianca, tendo noção de que as coisas não só saíram do seu controle como também tomaram uma direção totalmente contrária ao que veio fazer no confinamento: não se envolver afetivamente ao ponto de prejudicar sua postura no jogo e na vida, e também trabalhar o seu mais estratégico. Terá que conversar com Bianca no melhor momento, apenas as duas.

O destino parece não a ajudar, já que Bianca passou quase que o dia inteiro com Mari e Flay, pois se sentiu muito enjoada e alheia ao ambiente agitado por causa da prova do líder. Rafa também não trocou uma sequer palavra desde a noite anterior, incomodada tanto por não achar uma brecha para chamá-la como também por não saber como resolver isso.

Já arrumada para a prova, ela procura por Bianca pela casa, a encontrando do lado de fora, sentada na espreguiçadeira azul.

— Ei! — Rafa a cumprimenta, sentando ao seu lado. Bianca a fita, observando ela oferecer uma xícara de chá. — Ajuda a tranquilizar o corpo, a mente... — Explica, encarando a lua cheia no enorme céu escuro.

— Obrigada. — É tudo o que Bianca consegue falar, respirando fundo.

Passara o dia todo pensando no seu estado na noite passada, em como ficou tão vulnerável com uma simples cena. Obvio que fora resultado de pouco em pouco, observando um acontecimento aqui, outro ali, mas jamais se imaginou chorar de soluçar por algo tão banal como um beijo. Não imaginara passar por tamanha humilhação, principalmente sabendo das reais intenções de Rafa. Tendo total noção de que a mulher jamais a veria com outros olhos, apenas a Bianca colega de confinamento.

O clima parece pesar para as duas. Rafa acaba deixando seu nervosismo transparecer, mexendo no anel em sua mão, o encarando com a mente há mil. Quando finalmente consegue elaborar algum tipo de argumento, Rafa percebe a aproximação de Guilherme, resolvendo deixar a conversa para uma outra hora, um outro momento.

— O pessoal tá comentando sobre ser em dupla, você já tem uma? — Ele pergunta se abaixando na frente de Bianca. A mesma olha dele para Rafa, questionando mentalmente se teria alguma possibilidade das duas realizarem a prova juntas, mas sua expectativa é quebrada assim que Rafa levanta da espreguiçadeira, andando para longe dali.