Aninhada

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A tarde na casa parece mais quente durante o domingo, despertando o interesse pela piscina em quase todos os participantes. O clima astral se mantém animado, se levar em conta que é o dia da formação do paredão. Diferente do outro, nesse o pessoal não comenta tanto sobre os votos, apenas poucas pessoas se submetem a isso.

Na piscina, a maioria das meninas pulam, enquanto algumas ficam ao redor na grama pegando sol.

— Não tem problema se você quiser entrar lá, eu posso ficar na borda. — Rafaella sugere, observando Bianca terminar de ajustar a parte de cima do seu biquíni.

— Tá bom, qualquer coisa eu saio te puxando pelo braço. — Bianca comenta séria, mas acaba fazendo Rafa rir.

Elas saem do banheiro e vão para a área externa, deitando na espreguiçadeira azul. O clima pesado de antes não se estende tanto entre as duas, contudo, Bianca ainda mantém aquela sensação instável dentro do seu interior, refletindo em suas ações e falas, em sua feição fechada... Algo que não passara abatido pelos olhos de Rafaella, que notou todas as suas mudanças no mesmo instante. Para ela, ter uma Bianca séria, sem suas frases irrelevantes carregadas de humor, é um grande desafio. Mesmo sem perceber, ela gostava bastante da essência divertida da mulher.

— Eu acho que vou votar no Victor Hugo. — Flay senta entre elas, passando o protetor solar.

— Por quê? — Bianca ri, já imaginando os argumentos humorados de Flay.

— Porque ele não faz nada aqui. Ele só fica rindo, me chamou de falsa! Acredita? Esse homem só dorme... Ele é uma planta. — Flay puxa uma almofada para se deitar de bruços.

— Como você não tem mais motivos para votar em outra pessoa, isso é no mínimo plausível. — Elas riem.

— E tu, vai em quem? — Flay pergunta já deitada.

— Não sei ainda. — Bianca observa Rafa a encarar, com seus olhos quase fechados por conta da luz do sol. — Talvez em algum homem, mas sei lá.

— A Mari disse que vai votar no Hadson porque ele a chamou de falsa. — Flay ri.

— Acho que vou nele também. Vive me encarando, gosto disso não. — Ela se ajeita, sentindo o sol esquentar as algemas.

— Isso é tesão, amiga. Ele com certeza quer te pegar. — As duas riem. Rafaella até chega a tossir, se sentindo incomodada com o assunto.

— Bia, isso tá queimando. — Rafaella comenta sobre as algemas, balançando o seu braço.

— Amiga, eu vou ficar ali na sombra. — Bianca lamenta, se levanta e pega a almofada. Ela espera Rafa levantar para então ir pra cobertura. — Esse caralho não me permite fazer nada. — Ela se joga no chão coberto pela canga.

— Daqui a pouco você estará livre, só aguardar algumas horas. — Rafa se senta ao lado do corpo dela, fitando seu rosto já avermelhado pelo sol.

— Sim, vai ser o melhor pra você. — Bianca fecha os olhos, elevando a mão até a testa, sentindo a sua pele fervendo.

Rafaella respira fundo, ainda observando a feição de Bianca. Sua mente se embola com a frase dita, não entendo o porquê dela insistir em achar que a distância seria uma coisa boa para o jogo.

— Eu quero dormir. — Rafa fala depois de alguns minutos de silêncio, não recebendo qualquer reação da mais nova. — Bia... — Bianca bufa, tirando a mão da testa e a fitando.

— Só dormir. Deita aqui, olha. Tem espaço o suficiente. — Bianca se ajeita, deixando um espaço livre para ela deitar.

— Aqui tá calor. — Rafa se segura para não rir da feição impaciente de Bianca.

A Diaba e a MissionáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora