Desistir é Opção

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Seus passos eram frenéticos, indo de um lado para o outro no quarto do líder. Suas mãos indo até a testa, em um ato de nervosismo e apreensão. O fato de ser a noite de formação do paredão deixou todos motivados, principalmente a líder, sabendo do peso que é a sua indicação certeira ao paredão. Mesmo tendo certeza de seu voto, não poderia deixar de se sentir insegura com uma possível rebelião contra si e as meninas, porém não havia tantas opções de votos para serem esbanjadas.

Como de costume, se pois a ir fazer o café da manhã, não se lembrando qual fora a última vez que sentiu o gosto amargo da bebida preta em sua boca. Rafaella suspira, encarando a chaleira já no fogão fervendo, enquanto arruma seu longo cabelo em um coque frouxo. O silêncio da casa é agradável, apenas com o som ambiental. Seria por volta das sete, oito... não passara disso para ela, que anda para fora da casa, analisando o céu da espreguiçadeira.

- Bom dia... - Bianca sai da cozinha indo em direção de Rafaella, notando que a mulher dorme tranquilamente vestida apenas com seu biquíni.

- Bom dia. - Rafaella responde arrastado, querendo ficar em silêncio.

- Eu desliguei a água e terminei de fazer o negócio lá pra você, tá bom? - Bianca comenta, fazendo Rafaella se sentar em um instante.

- Eu esqueci a água no fogo? - Pergunta já se sentindo culpada por ser tão distraída.

- Sim, mas eu desliguei. - Rafaella a agradece com um olhar terno, percebendo Bianca baixar seu olhar, a deixando curiosa.

Desde o dia anterior as duas não conversaram, tanto pela insegurança de Bianca ao poder ser indicada no paredão, quanto pela confusão que Rafaella sente sobre este mesmo assunto. A mulher mais velha revira seu interior toda vez que surge a imagem de Bianca sendo votada por motivos irrelevantes, se culpando por não ter deixado o líder com ela, pois assim estaria livre de qualquer coisa durante uma semana. Tentaria manter menos contato possível, pelo menos até a hora da formação.

Na metade do dia, o clima começara a ficar tenso, com uma questão incerta de quantas pessoas formariam esse paredão e se teria bate-volta. Com tal possibilidade, o interior de Rafaella conseguiu se neutralizar, vendo essa brecha como o seu ponto positivo.

- E aí, líder, como estamos hoje? - Thelma se junta a Rafaella, na beira da piscina.

-Bastante nervosa. - Rafaella perde seu olhar na água morna.

- Imagino. O seu voto já deixa a pessoa lá, sem nem ter oportunidade de voltar... -Rafaella concorda, observando o grupo de homens a olhar aos risos.

- Mas vai ficar tudo bem, afinal, isso é um jogo, temos que jogar. - Ela por fim termina, saltando da borda para dentro da piscina.

Sem dificuldade alguma Rafaella se põe a boiar de olhos fechados, aproveitando um dos seus lugares favoritos da casa, a piscina. Lá fora era uma das suas prioridades, a água banhada a cloro e a salgada também, principalmente sendo acompanhada de uma bela água de coco.

Dentro da casa, na sala, Bianca, Mari e Guilherme.

- Eu só acho que vocês deveriam votar sozinhas, cada uma com os seus motivos. - Guilherme comenta olhando de Bianca pra Mari.

- Eu já vou fazer isso, comentei esses dias com a Bia. - Mari fala enquanto come um pedaço de torrada.

- Somos todos sozinhos aqui, as amizades se formam por acaso, mas eu sei disso. - Bianca se incomoda, pensando na possibilidade de Guilherme votar nela pelo dia anterior.

- Mas Bia, fica tranquila. O que eu puder fazer para te ajudar, eu irei fazer. - Ele segura a mão de Bianca com força, sorrindo para ela de uma forma gentil.

A Diaba e a MissionáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora