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Point Of View Camila

- Pai? Cheguei em casa. - Falei assim que abri a porta de casa, logo fechando a mesma.

Pai: Camele! - Falou com a voz um pouco rouca e embaralhada.

Quando ele bebe assim eu tenho até medo do que pode acontecer.

- Papa? O senhor bebeu de novo? - Perguntei incrédula, não faz nem um mês que ele saiu da reabilitação.

Papa: Camele por que se adiantou? Digo, se apressou.

Pelo estado que ele está deve ter bebido no mínimo uma garrafa de whisky.

- Seria atrasou?

Papa: Isso aí. - Ele falou e riu da própria bagunça.

- Pai vai tomar um banho frio, por favor. - Pedi para o mais velho, que parou de rir na hora, ficando totalmente sério.

Papa: Você não manda em mim, Camali. Eu que mando em mim. E pelo o que eu me esqueça mandei você chegar em casa às 13:45. - Ele conseguiu controlar um pouco a embreagues, mas bem pouco.

- Pai eu me atrasei só cinco minutos.

Papa: Eu não me importo Cameli. Pro seu quarto. AGORA. - Gritou e apontou para as escadas.

- Está bem papa. Mas beba água e tome um banho gelado. - Aconselhei-o.

Papa: CHEGA! - Gritou, fazendo com que eu desse um pequeno salto, pelo susto.

Papa: Eu já me cansei, eu sou o seu pai. Eu mando você fazer as coisas. Venha aqui Camili. - Falou totalmente sério e bravo, logo depois pegou a garrafa de wisky vazia e jogou em minha direção, eu consegui me desviar e a garrafa quebrou na parede atrás de mim.

- Papa, c-calma. O-o senhor está fi-ficando alterado. - Eu comecei a gaguejar, com medo, me segurando para não chorar. Dei dois passos para o lado, querendo correr para o meu quarto.

Pai: Venha aqui Camila. - Pediu mais uma vez, quase gritando.

Eu olhei para trás e quando iria subir as escadas ele segurou forte em meu braço e me jogou para trás, bati os cotovelos no chão e a minha nuca na quina do degrau da escada, passei a mão na minha nuca e estava sangrando.

Pai: AGORA VAI VER QUEM MANDA AQUI.

- O s-senhor vai se a-arrepender d-depois. - Falei tentando segurar as lágrimas, mas elas insistiam em cair. O medo me dominava inteira.

Pai: Cala a boca Camila. - Ele levantou a mão com o punho fechado e quando iria me dar um soco, a campainha toca. - Vou atender. - Falou e foi na direção da porta.

Arrumei meu cabelo que nesta altura já estava todo bagunçado e limpei as lágrimas o máximo que consegui. Ouvi a voz de Harry na porta e logo ele entrou sorrindo. Puxei ele para o meu quarto e assim que fechei a porta ele me olhou preocupado.

Harry: Mila? Aconteceu algo? Está tudo bem? - Perguntou apreensivo, eu provavelmente estava com o rosto vermelho, por prender o choro.

- Está sim, Hazza . - Menti, para não preocupar ele.

Harry: Eu vim te convidar para estudar com algumas pessoas lá em casa. A minha irmã vai estar lá viu. - Ele sorriu malicioso.

- Eu quero muito ir, Hazza. Mas meu pai não vai deixar e outra, ele está bêbado. Não quero deixá-lo sozinho. - Falei sincera.

Harry: Mas você é a nossa esperança, estamos todos quase de recuperação. Por favor, Milinha. E outra, seu pai já deixou.

- Como conseguiu isso, Hazza? - Perguntei surpresa.

Harry: Tenho meus jeitos. - Ele sorriu e sentou em minha cama.

- Me ajuda a arrumar minhas coisas?

Harry: Claro coisinha. - Ele tocou meu nariz com a ponta dos dedos.

Sim, Coisinha, esse é o apelido que Hazza me deu.

Coisinha.

Pode parecer tosco, mas foi assim que ele me chamou quando nos conhecemos.

Flashback On

Eu odeio mudar de escola. Eu não conheço ninguém e todos me olham estranho. Bato na porta e entro na sala.

Prof.: Olá, você deve ser a Camila, a nova aluna.

- Sim, professor.

Prof.: Pode se sentar, Camila.

- Obrigada professor

Prof.: Imagine.

Tirei meu caderno e meu estojo da mochila, tirei um lápis, uma caneta azul, uma preta, uma rosa e um marca texto amarelo.

...: Com licença coisinha, poderia me emprestar uma caneta azul?

- Claro. - Sorri simpática.

...: Qual seu nome, coisinha?

- Camila e o seu?

...: Harry, prazer.

- Prazer. - Sorri para ele e comecei a prestar atenção na aula e anotar tudo.

Flashback Off

Harry: Mila? Vamos minha filha. - Falou me balançando.

- Vamos papai. - Falei e joguei uma almofada nele.

Harry: Deus me livre. Se eu fosse seu pai eu não poderia te contar sobre os meninos que eu fico. - Ele revidou jogando outra almofada e eu caí na gargalhada, junto à ele.

- Vamos arrumar logo minhas coisas. - Falei levantando da cama e pegando alguns livros e meus cadernos.

Harry: Vamos coisinha. - Ele sorriu e começou a me ajudar.

Quando me virei para ir ao banheiro lavar minha nuca, Hazza me impediu.

Harry: Que porra de machucado é esse, Camila? - Perguntou sério.

- Ah, eu caí. Sabe como eu sou desastrada né. - Menti, rezando para que ele acreditasse em mim.

Harry: Se fosse outra pessoa eu desconfiaria, mas como se trata de você, eu não duvido de nada Coisinha. - Ele riu de mim e eu fui ao banheiro me limpar.

Alguns minutos depois já estávamos indo em direção a casa do maior. Ele levando minha bolsa e eu levando um bolo que eu tinha feito ontem para meu pai. Mas como ele está bêbado ele nem vai querer chegar perto do bolo. E como eu não sou de desperdiçar comida, vou levar para o pessoal da escola. Já que parece que são todos mortos de fome.

The Trip - Camren G!P Onde histórias criam vida. Descubra agora