1. Uma promessa de dedinho

795 47 45
                                    

Doze anos atrás

- Oito... Nove... Dez! - O pequeno Yugyeom exclamou, após gastar mais de um minuto contando até dez. O garotinho, com apenas seis anos de idade, ainda se embolava com a pronúncia dos números e a ordem dos mesmo. - Bammie-ah! Eu vou te achar. - Ameaçou com uma risadinha, não demorando a ouvir um riso de seu irmãozinho que viera em forma de deboche.

As crianças - Os pequenos Yug e Bam, junto com Jaebeom e Jinyoung - estavam espalhados pelo grande quintal do orfanato. A casa do mesmo fora doado por uma senhora rica que descobriu, perto do final da vida, uma doença terminal e por falta de amor aos próprios filhos, investiu todo o dinheiro na construção de um lar para crianças abandonadas. Deixando também uma conta com dinheiro o suficiente para que todos os órfãos que ali morassem, tivessem uma boa vida.

Sorte de uns, azar de outros.

Triste mesmo pensar que nem todas as crianças e adolescente tiveram a chance de encontrar conforto em um bom lugar, mesmo após o abandono. Conforto como o daquele quintal com um singelo playground que fornecia lugares adequados e inimagináveis para se brincar de esconde-esconde.

- Ah... Ninguém vai me dar uma dica de onde estão? - Ouviu-se a voz manhosa de Yugyeom, que procurava ao redor até onde seus olhinhos castanhos, quase pretos, conseguiam observar. - Dá uma dica! - Pediu, correndo até dentro de um túnel em formato de centopeia e tentando encontrar alguma das crianças por ali.

- Yug faz xixi na cama lalalalalá - De longe Bambam gritou, para poder chamar atenção e dar uma pequena referência de onde se escondia. Yugyeom que se virasse para conseguir o encontrar com essa informação. - Peida fedido a noite toda e mata as fadinhas que deveria levar bons sonhos para ele! - Continuou informando, entre um riso e outro.

Yugyeom cerrou os punhos e fez um bico, andando com pezinhos firmes que "espancavam" o chão durante sua caminhada até algum dos cantos que os tailandês poderia estar. Ele, sem medo de fazer barulho, foi até atrás de alguns pingos de ouro que ficavam mais afastados dos brinquedos, tentando visualizar se encontrava o outro ali.

- Consegui pegar. - Jinyoung, de oito anos, sussurrou para Jaebeom, adentrando a pequena casinha de madeira que o lugar possuía para as crianças e que Yugyeom nem se dava conta de olhar... Devido a fúria do "chatão" do seu irmão do meio. - A senhora Ivyns nem notou quando peguei o pote de bolachas... Eu disse que estava lá apenas para beber água.

- Ela continua assim? - Jaebeom, com dez anos, riu, pegando algumas das bolachas que Jinyoung trazia nas mãos. Estavam um pouco amassadinhas, devido a força na qual o mais novo utilizara para esconder da cozinheira do lugar que estava roubando comida. - Tão desatenta? Acredito que as crianças estejam tirando o porre em cima dela agora...

- Até estariam... Mas você não está mais aqui. - Jinyoung comentou com uma risadinha fraca, olhando pela pequena janela da casinha quando ouviu um suspiro frustrado de Yugyeom do lado de fora. - Você quem mais aprontava nesse orfanato, Beom... Depois que você foi adotado, as coisas ficaram mais tranquilas. - Ainda que aquilo pudesse parecer um "Graças a Deus que tu foi embora, agora dá para ter tranquilidade nesse cacete", era possível identificar o tom de saudades que o garoto introduzira na frase.

- Mas Jinyoung... Eu sempre venho aqui. - Jaebeom, que agora pudera receber o sobrenome Im, fez um bico. - Você sabe que meus pais adotivos não se importam que eu venha brincar aqui, ver você...

- Não é a mesma coisa... Você lembra quando aquele casal ficou com minha guarda provisória? - Indagou com uma risadinha.

- Ficamos semanas sem nos ver. - Jaebeom lembrou. - Até que você voltou... Eu queria pegar aquele casal na porrada. - Comentou com certo ódio. - Te devolver só porque a mulher finalmente conseguiu engravidar!

AuraOnde histórias criam vida. Descubra agora