Chapter 7 - Lili

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Eu sabia que precisava desesperadamente contar para Cole o que estava acontecendo, mas as palavras fugiam e minha garganta travava. Também tinha medo da reação dele, tinha medo de perdê-lo, medo de um monte de coisas.

Meu namorado dormia profundamente ao meu lado, enquanto eu estava de barriga para cima encarando o teto, me virei de lado dando de cara com seu rosto sereno adormecido, passei o dedo devagar pela bochecha, boca, sentindo sua pele macia contra a minha. Meu peito dói só de pensar na possibilidade de não estar mais com Cole e isso me faz continuar mentindo e tendo atitudes ridículas, fecho os olhos respirando fundo, mas meus pensamentos não se organizam, ainda é um embaralhado de coisas e consciência pesada. Está decidido, amanhã, quando acordarmos, eu irei contar tudo. Reviro na cama algumas milhares de vezes antes de finalmente cair num sono profundo.

Acordo no outro dia, tateando o outro lado da cama e está vazio, não sinto os braços de Cole sobre mim, nem sua voz rouca me dando bom dia, então levanto subitamente. Minha mente volta ao dia em que ele saiu sem se despedir, sorrateiro, depois de ter feito o que fez, mas ele não é mais assim. Na realidade, depois de brigarmos e fazermos as pazes, Cole acordou comigo de manhã, indo de encontro a quem ele disse que nunca seria, hoje em dia isso se tornou algo comum e é uma lembrança tão distante que nem parece que foi apenas ano passado.

Cole sai do banheiro com a toalha enrolada na cintura, e solto um suspiro de alívio, surpresa e tesão por aquele homem ser inteiramente meu.

- Acho que escorregou uma baba aqui, moranguinho. - Ele diz rindo, passando a mão pelo canto da minha boca. Puxo sua nuca dando um beijo rápido.

- Achei que tivesse ido embora. - Digo me sentando na cama e ajeitando os cabelos num coque bagunçado.

- Não são nem sete horas, por que eu iria? - Ele solta a toalha e termina de subir a cueca preta. Essa dinâmica se tornou tão habitual que nem nos importamos mais de nos vestir, trocar, tirar a roupa ou fazer qualquer coisa do tipo um na frente do outro, é comum, mas nunca vou deixar de me impressionar com o quanto ele é lindo por inteiro.

- Por que está acordado tão cedo? Ainda estamos de férias da faculdade e quem deveria estar acordada sou eu, que tenho que ir trabalhar.

- Porque vou te deixar no trabalho. - Cole dá de ombros.

- Não era você que não acordava cedo nem que a casa caísse na sua cabeça? Caiu da cama?

- Não...é...sei lá, dormimos cedo ontem. - Franzo o cenho para seu gaguejado suspeito.

- Não dormimos não, era meia noite.

- Então, sete horas de sono está de bom tamanho. - Arqueio as sobrancelhas duvidando, Cole dá um suspiro pesado. - Preciso passar em Riverdale senão não vou sossegar.

- E por que você não me contaria isso?

- Não quero mais te meter nessas coisas, Lili, você sempre ficou longe até da própria gangue, eles não te querem lá. - Mordo os lábios encarando minhas próprias mãos.

- Eu já estou metida nessas coisas, Cole, a partir do momento que... - Me interrompo.

- Seu pai matou o meu. - Ele conclui de forma sombria e distante. Passo a mão da testa até a altura do coque impaciente, ter que conviver com isso é uma merda, nos torna mais fortes, mas também coloca uma nuvem de climão acima das nossas cabeças.

- Não precisamos falar disso... - Digo me levantando e seguindo até o banheiro, Cole me puxa pelo braço, colando meu corpo quente no seu frio de quem acabou de sair do banho.

- Podemos viver com isso, Lil. - Ele diz baixo contra meu rosto. Balanço a cabeça afirmativamente, beijando a pontinha do seu nariz, me desvencilho do seu abraço e vou tomar meu banho.

Opposite Sides - Season 2Onde histórias criam vida. Descubra agora