Opposite Sides - Season 2

Chapter 65 - Cole

Eu e Charles nos entre-olhamos confusos por alguns segundos e logo ele arregala os olhos. Meu corpo se retrai porque sei exatamente o que passa pela sua cabeça, o que está passando pela minha também. Fico estático encarando escada pela qual ela subiu, essa é a pior hora para mais essa possibilidade aparecer. Eu e Lili estamos sempre com um grande problema nas mãos, mas agora, esse problema tinha estourado em cima da minha cabeça como uma grande bomba.

Depois de tudo que aconteceu aquela madrugada, depois do que eu já sabia que poderia acontecer, mas ao Damon dizer em palavras claras e concretas, aquilo não poderia acontecer. Não naquele momento.

— Meu amigo... Ou você cozinha muito mal, ou a Lili... – olho para ele que para imediatamente de falar.

Subo as pressas até o meu quarto, não podia ficar simplesmente parado esperando um raio me atingir. Entro no banheiro e ela ainda está vomitando. Assim que Lili me olha, faz uma cara feia, como sempre, porque odeia que eu a veja assim, mesmo com todo esse tempo de relacionamento ela nunca deixa de ser aquela mesma garota que conheci na festa da fraternidade. Fico ao lado dela, segurando seu cabelo.

— Vai pro quarto, Cole. Não quero que veja isso. – diz tentando ao máximo não enjoar, colocando a mão na boca.

— Eu vi coisas piores, pode ter certeza. Não me importo em ficar e te ajudar, já te vi vomitar antes e você também já me viu em situações piores.

— Nem me fale. – diz ainda com enjoo e volta seu rosto para o vaso, tapando ele.

— Ei, eu já vomitei em seus pés, Lili, assim que nos conhecemos. Vai por mim, isso aqui não é nada. – ela ri, murmurando um "idiota" em tom de brincadeira.

Volto a segurar seu cabelo e ficamos lá até não ter mais nada para sair. Lili limpa a sua boca com as costas das mãos, se senta na tampa do vaso e eu me sento no chão. Ficamos calados durante um tempo, depois que toda aquela situação passou, paramos pra pensar na gravidade dessa situação.

— Ok. Sem mais lasanha de frango... – quebro o silêncio tentando fazer graça.

— Cole, você acha que... – ela começa a falar, sua voz está trêmula, provavelmente de medo. Também compartilho daquele sentimento.

— Acho... – sinto minhas pernas bambearem ao falar aquilo em voz alta, e agradeço mentalmente por estar sentado no chão, senão poderia dar de cara no chão.

— Cole... – sua voz está embargada.

— Uma hora isso poderia acontecer... mas pode ser um alarme falso, essas coisas acontecem toda hora.

— Se não for? Estou me sentindo assim há semanas, sei que você ainda não está pronto pra isso, e nem sei se eu estou também, mas...

— Mas, independente do resultado, você sabe que eu vou cuidar, amar e estar ao seu lado. – interrompo ela. — Não se atreva a pensar que eu vou deixá-la, isso é mais um motivo pra te amar ainda mais, Lili. – Ergo seu queixo para olhá-la nos olhos.

— Como você pode estar tão calmo numa situação dessas? Está tudo uma loucura ultimamente. – passo a mão em seu cabelo colocando a mecha da frente atrás da orelha.

— Você quer fazer o teste? Podemos tirar essa dúvida de uma vez por todas.

— Não. — Se apressa em dizer. — Não é que eu não queira saber, mas mesmo com essa possibilidade, pensar que pode ser tudo um alarme falso de certa forma me tranquiliza. Não sei se eu conseguiria digerir tudo isso em uma noite só, preciso de um tempo para processar a ideia. – Explica aflita, com os olhos marejados. — Você se importa de adiar um pouco?