Opposite Sides - Season 2

Chapter 29 - Lili

Passo a mão pelo rosto limpando as lágrimas e tentando espantar tudo o que eu estava sentido. Mentalizei que já chega de chorar pelos cantos como uma desesperada, chega de me sentir tão mal por alguém que não está me dando o devido valor. Não aguento mais só chorar e ver Cole cada vez mais me afastando, nos afastando. Eu errei e muito, mas ele não me ouve, só quer passar na minha cara tudo de errado que eu fiz. E tudo bem, ele está no direito dele. Eu só cansei.

Sigo para o banheiro reprimindo a tristeza e fingindo que nada aconteceu. Assim como ele disse, foi uma noite e agora cada um segue sua vida. Aquela frase me destruiu por inteira por dentro, mas vou fingir também que está tudo bem, que sinto a mesma coisa, por mais que eu queira ele todas as noites da minha vida, todos os segundos do meu dia. Tomo um banho sentindo os olhos arderem, mas ainda me negando a chorar. Enrolo a toalha no corpo e ouço Camila chegando em casa, seus passos são apressados vindo até o meu quarto.

— Lili, está tudo bem? – Ela pergunta colocando a cabeça para dentro do quarto. Estou de costas pegando minha roupa e acabo não respondendo, medo de abrir a boca e minha voz sair embargada. Camila entra no quarto e me viro, ela vem me abraçar.

— Não, Cami... – Empurro minha melhor amiga de leve. Queria seu abraço, porém sabia que isso me tiraria do meu controle mental, prolongando a minha dor. — Não estou chorando. Não quero chorar. Já chega! – Dizer isso em voz alta me traz força. Camila arqueia as sobrancelhas claramente impressionada. — Cole Sprouse não está merecendo minhas lágrimas. Ele já me humilhou demais e hoje foi a gota d'água! – Ela bate palmas.

— Quem é você e o que fez com minha melhor amiga?!

— Frase antiga essa... – Zombo.

— Perfeita para diversos momentos, antes eu me impressionava com você com o Cole, hoje em dia me impressiono com você sem seu irmão siamês.

— Agora é uma nova Era. Nesse exato momento estou claramente me obrigando a não chorar, mas uma hora será natural. – Ergo o queixo mostrando que estou de cabeça erguida.

— E o que aconteceu hoje de manhã para essa Lili surgir do nada?

— Ele disse que o que tivemos foi uma noite e... – A voz começa a embargar. Engulo em seco, sentindo o gosto amargo que aquelas palavras têm. — Cada um segue sua vida a partir de agora.

— Uau, quando eu acho que Cole já falou merda demais, ele vem e se supera. – Balanço a cabeça afirmativamente.

— Mas isso só me fez abrir os olhos e me mostrar que, se eu não me amar primeiro, mais ninguém fará isso. – digo e sinto meus olhos marejarem, mas me forço a não derramar mais nenhuma lágrima. — Eu me segurei em Cole, como se ele fosse me salvar de todos os meus problemas.

— Tudo bem, eu até acredito em milagres, mas essa é uma causa perdida. – ela ri, mas logo fica seria novamente. — Ele só vive se metendo brigas, uma hora dessa e...

— Brigas?! – pergunto e ela arregala os olhos.

— Foi só um pensamento, não é literalmente sabe. – ela de embola.

— Camila Carraro Mendes.

— Tudo bem! Ele e o Justin estavam se socando na porta do prédio, e eu quase ia deixando o Cole terminar o serviço, aquele cara é mais chato que sarna negra, não sai mais do seu pé. – ela resmunga, cruzando os braços.

— O quê?! – pergunto perplexa. — E eles estavam sangrando? Meu Deus, você sabe como o Cole é, ele tá machucado?!

— Bom, pelo pouco que eu vi, Justin é tão covarde que só bate em quem é pelo menos cinco centímetros mais baixo que ele. – Camila debocha. — E fico até feliz pelos socos que Cole deu, se eu chegasse em casa e ele estivesse aqui... Eu jogava ele pela janela e você ia junto.