Chapter 51 - Lili

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Uma das coisas que eu estava tentando deixar para trás e essa "volta" com o Justin me trouxe de volta foi a insegurança, a ideia de não ser suficiente, de não me amar como deveria ou me valorizar. Por mais que eu tenha-o enfrentado, sabia que os traumas me seguiriam. Nem havia percebido o quão ciumenta e insegura estava sendo até explodir com a garota dos sapatos. Estraguei um bom momento com meus melhores amigos e meu namorado por ciúmes e isso foi a gota d'água para mim, decidi por mim mesma — após, só de pensar em perder Cole para quem quer que seja, eu já quase me afogar em um monte de emoções descontroladas, que precisava de um psicólogo. Tem alguns de graça na universidade que eles disponibilizam para os universitários, por que não?

— Me diz o que você mais gosta em mim. — Cole pergunta do nada, enquanto estamos deitados em nosso quarto após um longo banho juntos. Me estico para olhá-lo com a testa franzida.

— Voltamos a ter 16 anos e você nem me avisou. — Debocho.

— Não fui eu quem fiz uma birra gigantesca por causa de uns sapatos. — Estiro a língua para Cole que prende meu rosto entre os dedos. — Quem estira a língua pede beijo. — Estiro de novo, ele me dá um beijo lento e perfeito, como sempre, mas a sensações nunca são iguais, elas triplicam a cada dia que passa.

— Não foi por causa de uns sapatos, mas não precisamos entrar nesse assunto de novo.

— Verdade, temos coisas melhores a fazer. — Me ajeito para subir no colo dele, mas Cole coloca as mãos na minha barriga, me impedindo de avançar. — O que você está fazendo, sua pervertida? — Ele faz a pior cara de desentendido. Reviro os olhos. — Eu não estava falando disso. Meu Deus, Lili, você está uma ninfomaniaca. — Sua voz está cheia de ironia, dou um tapa em seu braço, mas sem conseguir conter a risada.

— Falou o que pensa em sexo 24 horas por dia. — Cole me puxa pela cintura com força e me joga na cama, ficando por cima de mim. Ele tira meus cabelos, por incrível que pareça, suavemente, e analisa meu rosto por alguns segundos. Observo as pintinhas do rosto dele e todos os traços bem desenhados.

— Não tem como não pensar em transar com uma mulher dessas todinha para mim. — Dou um sorriso, fechando os olhos e sentindo o hálito de menta entrar pelas minhas narinas, o ar quente batendo em meu rosto e as borboletas na barriga, como se eu tivesse beijando Cole pela primeira vez.

Nossas bocas e línguas se movem e misturam numa sincronia de outro mundo. A química do nosso corpo atrai um ao outro e as formas se encaixam, como se só houvesse eu para ele e ele para mim. A lua e o sol se encontram, enquanto nós nos amamos todos os dias.

— Você ainda não me disse o que mais gosta em mim. — Cole separa o beijo e eu reviro os olhos, tentando puxa-lo de volta.

— Puta merda...— Xingo baixinho.

— Vou lavar sua boca com sabão.

— Parece que invertemos os papéis?

— É a convivência. Mas você ainda não me falou. — Ele arqueia uma sobrancelha e coloca a mão na própria boca, como se fosse me impedir de beija-lo. Suspiro forte e me apoio nos cotovelos.

— Gosto de tudo. — Digo sucinta.

— Não, "tudo" é muita coisa e você já me odiou várias vezes.

— Certo, eu gosto da sua boca e do seu pau, agora posso utilizar? — Ele arregala os olhos e abre a boca surpreso. Jogo a cabeça para trás numa gargalhada. Nem eu acredito que falei isso.

— Quem é você e o que fez com minha namorada, caralho?! — Subo no colo dele.  — Então, você só gosta da minha boca e do meu pau? — Diz falso sentido.

Opposite Sides - Season 2Onde histórias criam vida. Descubra agora