Cartas de um Suicida

Eu Falo O que Eu Sinto.

Se existisse tamanho final poético para cada vida que rondasse essa terra, estaríamos mais que satisfeitos, se por acaso todos nós tívessemos a oportunidade de entender o que seria viver em poesia constante, e suspirar com seus próprios devaneios, e se sentir como a própria fenix todo o final de dia e começo de manhã.

Se pelo menos metade dos poucos que leem minhas memórias entendessem a importancia de sentir o frio da madrugada ser preenchido por um aconchego de um corpo que se encaixa perfeitamente ao seu. Se ao menos soubessem do que eu estou falando, então saberiam o que é amar.

É explodir em pedaços bem pequenos, e oferecer seus pedaços todos os dias para aquela pessoa especial, até que voce seja inteiramente dela. É receber seus pedaços como se fossem diamantes lapidados e guarda-los com sua própria vida. É se entregrar disposto a se machucar e sangrar um pouco mais, para que a mesma pessoa te ajude a cicatrizar. É estar disposto a viver desse amor ou morrer pela sua falta. 

Eu ainda espero que me entendam. Ainda torço para que um dia se lembrem disso e me deem razão.

Ainda espero que seu coração seja aquecido por alguém. 

Espero que um dia sinta o seu coração como o meu esta agora.

Totalmente inerte e parado, 

Aquecido e limpo. 

Eu ainda vou estar com ela ao amanhecer, e ainda vou me lembrar do seu cheiro ao longo do dia, e ainda ouvir sua voz em meus sonhos, e sentir sua pele quando estiver imerso em uma parte densa do meu sono. 

Eu ainda a terei quando ela não estiver comigo. 

Eu tenho pequenos pedaços dela que vou carregar em meu peito e em minha memória.

Mais uma vez agradeço a quem quer que for por eu ainda estar vivo.

E mais uma vez peço para que isso não acabe nunca.

Á todos voces suicidas desejo todo o amor que ainda não receberam.

Desejo a voces todos os amigos que nunca tiveram.

E toda a paciencia, para que todas as coisas certas te acertem tão certeiro como um tapa. 

E que doa muito para voce nunca esquecer.

Quão bom é estar vivo.