Capítulo 21

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Uma multidão se juntou em volta de mim me encarando. Inclusive Noah que me olha preocupado.

— Sabina, você está bem?

— Sim, sim. – tento me levantar – Ai meu pé!

— Deve ter machucado. – me ajuda com cuidado a me levantar. – Vamos ao hospital.

— Não precisa.

— Precisa sim, consegue andar?

— Acho que sim. – tento pisar no chão mas meu pé dói e minhas costas também – Ai!

— Parece que não consegue não.

— De quem é o carrinho? De onde ele veio?

— Não sei, só vi ele indo em sua direção.

— Não é possível que o carrinho não tinha dono. – digo achando aquilo estranho.

— E tem! – uma voz feminina soou e olhamos para dona da voz. Eu não acreditei quando vi.

— Alicia? – Noah pergunta tão surpreso quanto eu.

— Me desculpe, perdi o controle do carrinho. Esses emprestáveis precisam consertar direito essas drogas. Me desculpe mesmo! – não digo nada só a encaro, não tem um pingo de verdade  no que ela diz.

— Tudo bem. – digo séria mostrando que não me convenceu em nada.

— Me desculpem por ontem, eu estava um pouco alterada.

— Tudo bem Alicia, agora eu preciso levar ela para o hospital. – Noah diz.

— Ai, me desculpe mesmo! – olho em seus olhos e vejo toda sua diversão neles. Filha da mãe!

— Tchau Alicia!

— Tchau, espero que não tenha sido nada grave. – acenou.

Me apoiei em Noah e fomos até a saída do supermercado.

— Quer que eu te pegue no colo?

— Não, até porque eu já estou melhor. Vamos embora!

— Sabina, não seja teimosa! – bufei e assim ele me pegou no colo. E com uma facilidade que me senti uma pena.

— Noah eu consigo andar! –  ele me ignora. Entramos no carro e seguimos para o hospital. Eu sabia que não era nada grave, não entendia para que tabro auê assim.

Ao chegar no hospital, Noah me pegou nos braços novamente e me sentou em uma das cadeiras da sala de espera. Conversou com a recepcionista e logo voltou

— Não precisa me pegar no colo! – quase gritei.

— Tudo bem, vamos. – estendeu sua mão e eu peguei. Entramos em uma das salas.

— Noah! – um médico entrou na sala. E confesso ele é um gato! – Como vai?

— Eduardo. – apertou sua
mão – Bem e você?

— Tudo bem, olá! – apertou minha mão em cumprimento.

— Oi. – digo apenas.

— Em que posso ajudar vocês?

— Sabina foi atropelada por um carrinho de supermercado e eu quero ter certeza de que que ela não se machucou. – Eduardo encara Noah e depois a mim. Eu estava envergonhada.

Que tipo de pessoa é atropelada por um carrinho de supermercado nos dias de hoje?

— Sabina sente-se ali! – apontou para a maca e Noah me ajudou. Eduardo se aproximou me examinando. – Vamos fazer alguns exames para ver se não houve alguma fratura. – me ajudou a descer – Nós já voltamos Noah!

— Tá. – saímos em direção a sala de Raio X. Uma enfermeira me ajudou a trocar de roupa. Me deitei em uma espécie de máquina enquanto a enfermeira arrumava o equipamento.

— Noah parece se preocupar bastante com você. – Eduardo diz se aproximando.

— Atoa. Nem foi tão grave o acidente.

— Nunca o vi assim. Agora não se mexa! – saiu da sala. Um estralo foi ouvido e ele retorna – Pronto! – eu me levanto.

— Você o conhece a muito tempo? – perguntei curiosa.

— Fizemos um ano de administração juntos, e você?

— Vamos nos casar. – ele para e me encara surpreso – Estamos noivos.

— Essa é nova, nunca pensei que ele seria laçado! – riu – Pode se trocar. – assenti e me afastei. Troquei de roupa rapidamente e voltei.

— Vou analisar seu exame e já digo o resultado.

— Tá bom. – ele me encara e depois minha mão – O que foi?

— É que eu não vi a aliança, por isso a surpresa. Não me leve a mal.

— Ah sim, faltam poucas semanas para o nosso casamento, então mandamos fazer outras! – menti. Nem eu sabia onde estavam as alianças.

— Entendo. Desculpe me meter. – sai da sala de exames e fui para sala de Eduardo onde Noah aguardava.

— E ai? Está tudo bem?

— Só vamos esperar o resultado. – depois de alguns minutos Eduardo entra na sala com um envelope.

— Não precisam se preocupar porque não tem nenhuma fratura. – suspirei alivíada – As dores são por causa do impacto da batida, só teve uma pequena torcida no tornozelo. Só terá que repousar por vinte e quatro horas. Mas é só tomar esse analgésico – escreveu em um pequeno papel e me entregou.

— Eu disse que não era nada. – digo a Noah.

— Obrigada Eduardo! – se levantou e apertou a mão do médico.

— Sempre aqui, e parabéns pelo noivado. – Noah me encara.

— Obrigado, e eu vou te esperar lá. Te mando o convite assim que chegar.

— Conte comigo, até mais Sabina! – apertei sua mão.

— Até mais! – saímos de sua sala. 

— Noah, eu estou com fome. – resmunguei.

— Vamos comprar seu remédio e depois compramos uma pizza, pode ser? 

— Tá bom. – ele abriu a porta do carona para mim e me ajudou a entrar com cuidado. Não demorou para que o carro estivesse em movimento. – Eu acho que eu deveria ter um carro. – ele riu. – Tá rindo do que?

— Você acha mesmo que eu vou deixar você ter um carro? – lhe encarei.

— Por que não? Eu sei dirigir e tenho carteira. Eu tenho todo o direito de ter um carro!

— Sabina, você já é agressiva sem um carro. Você com um carro é uma ameaça a humanidade! – lhe olhei indiganada.

— Isso é um absurdo!

— Não, não é um absurdo. Eu estou apenas protegendo minha pele, você passaria com um carro em cima de mim!

— Passaria mesmo, você é irritante! – cruzei os braços e ele ri.

— Ta vendo só? Eu tenho total razão. – soltei um suspiro e forcei uma risada.

— Eu estou brincando, nunca passaria com o carro por cima de você. Você é uma ótima pessoa, tem um coração tão puro, é um noivo tão... tão atencioso. – sorrio.

— Eu estou realmente tocado com essa declaração, mas ainda é não! – meu sorriso se foi e uma carranca tomou meu rosto.

— Você não manda em mim! – desviei minha atenção para o lado de fora do vidro. – Como pode me tratar dessa forma comigo estando doente? Ai! Meu pé dói tanto. Noah, você é um monstro! – ele ri.

— Já disse que sua atuação é horrível? Pois é, sua atuação é horrível!

— Atuação? Como ousa? – ele riu mais ainda fazendo pouco caso da minha atuação.

Eu vou ter um carro com ele querendo ou não!

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pra você Cassia.

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