Capítulo 65

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Três dias tinham se passado desde o acontecido e eu finalmente estava em casa.

Definitivamente, ficar no hospital com uma agulha enfiada no braço não é para mim.

Noah ficou em casa comigo dois dias, ele e Linsey. Todos estavam me mimando e eu nem podia reclamar, eu estava amando. Hoje ele teve que ir para a empresa a pedido de Heitor, mesmo contra a sua vontade.

Mas hoje eu tenho Maria para ficar comigo. A coitada ficou roxa de preocupação, mas eu tratei de acalma-la.

A campainha toca e eu me levanto para atender já que Maria estava muito ocupada na lavanderia. Assim que abro a porta minhas pernas tremeram.

Alicia.

— Oi. – ela disse.

— Oi.

— Posso entrar? – suspirei e afirmei lhe dando espaço para entrar. — Olha, pode ser que você não acredite e nem espero que acredite. Eu só vim deixar algumas coisas claras e lhe pedir desculpas.

— Certo, mas também espero que entenda que pedir desculpas para um copo quebrado não vai fazer com que ele se conserte sozinho. – digo séria.

— Tudo bem. – concordou e nos sentamos no sofá. — Saiba que eu não estou passando a gostar de você de uma hora para outra. 

— Certo. – ela soltou um suspiro.

— Eu só tinha visto Noah uma vez na vida. – começou. — Meu noivo, André trabalhava na empresa do Heitor. Eu era completamente apaixonada por ele. Planejavamos ter uma família. Nós nos conhecemos quando eu tinha dezesseis anos, e ficamos juntos por muito tempo. – suspirou. — Um tempo depois eu recebi a notícia de que ele tinha sofrido um acidente de carro. – riu debochada. — E o melhor, juntamente com a amante! – fiquei chocada. — Eles estavam fugindo juntos, e todo o amor que eu sentia estava por jogar fora. – me encarou. — Um tempo depois conheci Noah e viramos amigos. E então eu foquei em esquecer André e focar em Noah. Achei que tinha dado certo, que e eu estava apaixonada novamente. Eu comecei a ter uma obsessão pelo Noah, porque eu queria esquecer o André. Virei uma pessoa obcecada em um amor que só existia em minha mente. Até que  Noah fez com que eu enxergasse tudo isso! Noah foi o único que esteve comigo quando eu precisei, e achei que ele poderia ser o homem que me faria feliz. Mas eu estava errada, iludida e cega. Te peço desculpas pelo que eu disse aquele dia, por ter lhe causado todo um mal estar. – pela primeira vez ela parecia estar sendo sincera.

— Como eu te disse, um copo quebrado não se conserta com um pedido de desculpas. – lhe encarei antes de soltar um suspiro. — Mas, eu não te desejo mal algum. Se você realmente está disposta a mudar ou até mesmo a recomeçar, tem o meu apoio. – ela afirma.

— Tudo bem, a propósito eu estou indo para Suíça.

— Suíça? – perguntei um tanto surpresa.

— Sim, vou morar com minha irmã e iniciar um tratamento psicológico como Noah me sugeriu fazer. É melhor que eu faça isso bem longe de vocês.

— Bom, boa sorte.

— Obrigada, tenho que ir. – se colocou de pé e a levei até a porta. — Adeus Sabina!

— Adeus Alicia! – e assim ela saiu pelo corredor e eu entrei novamente no AP.

Será que esse é o fim de tudo? Acabou? Finalmente paz?

Suspirei e me sentei no sofá novamente. Meu celular tocou e vi que era Linsey e atendi.

— Oi Sabina, minha querida! – diz animada. Franzi o cenho estranhando tal comportamento.

— Oi Linsey.

— Tudo bem Sabininha? Se sente bem? Tem se alimentado bem? Está muito linda hoje.

— Você nem sequer me viu hoje.

— Sei que está linda, pois você é linda.

— Você está bem?

— Bem... bom... sim.

— Ok, você gaguejou de mais. O que foi que você aprontou?

— É que... eu... estou presa! – meus olhos se arregalaram.

— O que? O que foi que você fez?

— Eu meio que briguei feio com a tal Vanessa, ou Fabíola sei lá! – eu estava em choque e ao mesmo tempo surpresa. — Preciso que um responsável venha me buscar!

— Você é maior de idade!

— Eu estou sem documentos e meu pai não pode nem sonhar com isso. Pode por favor, me ajudar? – suspirei.

— Tá bom, estou indo!

— Obrigada! – desliguei e fui até meu quarto e peguei minha bolsa.

— Maria, vou sair! – gritei.

— O que? Menina você não pode sair! Está de repouso se lembra?

— Lembro, mas preciso ajudar a Samantha! Logo eu volto! – lhe dei um beijo no rosto e sai do AP. Desci e peguei um táxi e segui para delegacia.

***

— Então a senhorita é cunhada da garota? – perguntou o delegado.

— Sim, o que exatamente aconteceu?

— Bom, os vizinhos de Fabíola Menezes ouviram gritos e objetos quebrando e chamaram a polícia. Logo que chegaram lá, a sua cunhada estava agredindo a mulher. Depois a trouxemos para cá e ela me desacatou! – fechei os olhos e suspirei.

— E a Van... Fabíola?

— Ela foi diretamente levada para o hospital! – minha boca vai ao chão. Meu Deus Linsey é mais louca do que eu imaginava.

— E ela vai ser presa? A Fabíola?

— Não, pois responderá o processo de falsidade ideológica em liberdade.

— Me perdoe pela Linsey! Ela não pensa nas coisas que faz, ela tem alguns problemas com agressividade.

— Você é a responsável dela?

— Sim, moramos juntas! – menti.

— Só posso liberá-la depois que os pais vierem.

— Olha senhor... por favor, a libere! Isso não irá mais acontecer. Acontece que os pais dela são separados e vivem viajando, o irmão dela meu marido passa parte do tempo cuidando da empresa da família. Já dá para imaginar o por que da revolta. – ele me encara. — Eu juro que darei uma boa bronca nela quando chegar em casa. E eu não posso passar por nenhum tipo de nervoso, estou grávida e a gravidez é de risco e a Linsey é a única que pode me acalmar! – fingi desespero. — Por favor! – o encarei quase implorando.

— Borges, libere a menina! – eu sorri por dentro. O policial saiu da sala.

— Obrigada. – agradeci. Não demorou para o polícial voltar com Linsey ao lado e a abracei. — Você nunca mais faça isso está endendendo? Eu não quero ter que vir aqui! – digo fingindo um tom bravo. — Mais uma dessas e você sabe... você vai morar com sua mãe!

— O que? Não, tudo menos isso! Eu prometo me comportar! – fingiu desespero e arrependimento.

— Bom, muito obrigada! – apertei a mão do delegado.

— Por nada, e você mocinha, escute sua cunhada!

— Eu escutarei sim! – deu um sorrisinho e saímos da sala. — Imbecil!

— Linsey Urrea. – a encarei séria. — Você sabe que se seu pai descobrir ele te mata!

— Mas não vai descobrir, pois tenho uma ótima cunhada! – me abraçou de lado.

— Vamos! – pegamos um táxi e seguimos para casa dos Urrea's.

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