Capítulo 55

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Dois meses se passaram. Muita coisa mudou.

Júlia e Daniel vão se casar e eu estou tentando compreender isso até agora. Mas não julgo, eu casei três semanas depois que conheci Noah.

Linsey vai morar com o pai e confesso que estou triste. Ela é basicamente a diversão e confusão dessa casa.

Noah e eu estamos nos dando melhor do que eu pensava. Confesso que com Linsey aqui nós nos aproximamos muito e tenho um profundo medo de que isso mude quando ela se for.

Hoje acordei um pouco mais tarde, após eu ter passado mal ontem no estágio, Marcos resolveu me dar um dia de folga.

Segunda-Feira sempre me dando preguiça. Noah já tinha saído para ir a empresa. Ele tem se saído melhor do que esperava e percebeu que não era tão ruim quanto achava que era.

Me sentei na cama e soltei um bocejo. Sinto nauseas me atingirem como tem sido frequente nos últimos tempos. Corri para o banheiro na maior velocidade indo de encontro com o sanitário.

Depois de muito colocar tudo para fora me sentei no chão. Eu estava tonta. De novo. Aos poucos fui controlando minha respiração acelerada. Depois de longos minutos a tontura passou e pude me colocar de pé e sair do banheiro voltando novamente para a cama. Ouço batidas na porta e digo para entrar.

— Oi menina! – Maria entrou. — Já cheguei. Não vai para o estágio hoje?

— Não, estou de folga.

— Está se sentindo bem? – me olhou preocupada.

— Estou, só me deu aquele mal estar novamente. – Maria me encara por um momento.

— E como médica você sabe o que pode ser?

— Estresse, excesso de trabalho. É só cansaço.

— Tem certeza? – me olhou estranho.

— Sim, você sabe. É raro eu ficar doente e quando estou é no máximo um resfriado.

— Se você diz...– deu de ombros. — Vou fazer um chá. – diz saindo do quarto. Só de pensar em chá eu já fiquei enjoada. Corri novamente para o banheiro repetindo a mesma cena de minutos atrás.

Lentamente caminhei de volta para cama. Ouvi a campainha tocar, não fazia ideia de quem podia ser.

A porta se abre revelando Júlia.

— Hey Amiga, fiquei sabendo que passou mal ontem e vim saber como está. – diz se aproximando e se sentando na cama. — Desculpe não ter ligado.

— Está tudo bem. Foi só um mal estar.

— Aquelas dores abdominais de novo?

— Não, só enjôo e tonturas. Não sei mais o que fazer. – ela me encara e abre a boca. — O que foi?

— Ai meu Deus! Ai meu Deus! Ai meu Deus! Ai meu Deus! – exclamou transtornada e saiu correndo do quarto.

— O que deu nela? – Maria pergunta entrando no quarto.

— Sei lá, um de seus ataques. – resmunguei. — Eu preciso estudar.

— Nem pense nisso, descanse um pouco. Deixa o estudo um pouco de lado, você estuda de mais.

— Certo. – me deitei e ela saiu do quarto.

Depois de me sentir melhor tomei um banho e fui para cozinha. Assim que Maria colocou a xícara de chá na minha frente eu afastei.

— Não, tira isso de perto de mim! – me afastei do balcão e Maria me olhou assustada. — Esse cheiro horrível, eu vou vomitar. 

— Meu pai! – ela colocou as mãos na boca. — Eu acho melhor você ir ao médico.

— Vou marcar uma consulta ainda hoje!

— Pois faça isso! – me olhou séria.

— Quem me acordou a essa hora da madrugada? – Linsey pergunta entrando na cozinha e coçando olhos.

— Madrugada? São quase dez! – a informei.

— Exatamente! – revirei os olhos e ela já vai pegando a garrafa de café.

— Nada de café! – tirei de sua
mão e dei para Maria.

— Por que?

— Você e cafeína é o mesmo que fogo e gasolina.

— Que exagero! – resmungou agora se aproximando do chá.

— Fique bem longe de mim com isso. – digo saindo da cozinha a deixando confusa.

A campainha tocou e Maria foi atender, ao abrir a porta uma Júlia desesperada entra.

— O que deu em você hein? – perguntei me sentando no sofá.

— Nada, eu só preciso do meu starbucks!

— E onde está?

— Eu não trouxe, Maria e Linsey podem buscar para mim por favor? Fica aqui perto! – as duas se olharam.

— Agora? – Maria pergunta.

— Sim, por favor! Eu tive que andar muito para buscar o remédio da Sabina e acabei esquecendo. Por favor vão lá para mim! – retirou uma nota de cinquenta de sua bolsa. — Se quiser comprem para vocês, se quiserem podem até ficar lá! – eu a encarei sem entender nada. Ela estava mentindo que eu sei. Mas por que?

— Por que eu? – Linsey questiona.

— Para mostrar seu lindo pijama nas ruas e causar geral! Hum? – a encarou.

— Boa ideia! – sorriu. — Vamos Maria! – Maria nos olhou por um momento e depois sorriu amorosa saíndo sem dizer nada.

Confusa eu olhei para Júlia.

— Júlia o que esta rolando? Por que tudo isso?

— Porque eu sei que vai surtar e é melhor que elas não estejam aqui!

— O que? – perguntei sem entender. Ela pega sua bolsa e retira quatro caixinhas de dentro dela. — O que é isso?

— Teste de gravidez sua anta! – a encarei.

— Meu Deus você...– ela me interrompe.

— Larga de ser burra Sabina, os testes são seus! – a encarei assustada. — Enjôos, Tonturas, fome descontrolada, cansaço, menstruação atrasada! Sabina você vai ser médica, como pode ser tão tapada? – me olhou indignada.

— Não! – me coloquei de pé toda trêmula. — E-eu não posso estar grávida. Dá última vez em Paris nós nos protegemos!

— E no dia da boate? – a encarei — Vocês nem se lembram!

— Isso só pode ser um mal entendi pois... AI MEU DEUS! – gritei em desespero.

— Vai lá e faz os testes! – me entregou. — Que a sorte esteja sempre a seu favor! – me deu um tapa na testa e se sentou no sofá.

Ainda em choque e trêmula dos pés a cabeça eu entrei no banheiro.

Eu não podia estar grávida, podia?

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