Capítulo 42

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Sem ter escolha resolvi me arrumar.

Tomei um ótimo banho, arrumei meu cabelo deixando ondinhas, fiz uma boa maquiagem e vesti o lindo vestido. Coloquei minhas sandálias de salto alto na cor preta. Quando me olhei no espelho me vi diferente. O brilho nos meus olhos, a expressão leve. Tudo isso por causa de Noah Urrea, a coisa.

Como pude me deixar levar tanto? É como dizem, o amor e a paixão não batem na porta e nem pedem licença para entrar. Eles simplesmente entram.

Olhei para o relógio e marcavam exatas seis da tarde. Onde Noah se meteu?

Meu celular vibrou em cima do criado mundo e corri até ele com o coração acelerado. A que ponto chegamos Sabina Hidalgo.

Olho no visor e é uma mensagem de Noah dizendo: "Pode descer!" Respirei fundo e inspirei tentando controlar o tremores dentro de mim. Qualquer passo em falso que eu desse com certeza eu iria ao chão, pois minhas pernas pareciam gelatinas.

Coloquei o celular em uma bolsinha de mão e sai do quarto entrando no elevador. Assim que as portas se abrem, Noah está lá parado me esperando, e meu queixo quase vai ao chão. Ele está super bem vestido. Com um terno maravilhoso, bem aperfeiçoado ao seu corpo. E seu cheiro... caramba! Aposto que é um perfume Francês!

Tu es prête, ma chére? – pergunta em francês enquanto me estende a mão. O que ele andou bebendo?

— Que? – eu realmente não era boa em francês. Ele revirou os olhos.

— Você sempre arranja um modo de estragar o romance. Vou fingir que nada aconteceu. – sorriu e enlaçou meu braço no seu. — Você está linda!

— Obrigada, mas o que significa isso tudo, exatamente? – parei de andar e o encarei.

— Eu disse que queria te convencer!

— Mas sabe que não vai adiantar.

— Isso é o que vamos ver! –piscou para mim.

— Como se arrumou se não ficou no quarto?

— Tive uma grande ajuda! – acenou para um senhor a nossa frente.

— Quem é esse?

— Pierre. Ele me ajudou com algumas coisas, agora chega de papo e vamos logo! – saímos do hotel e entramos em um carro preto e luxuoso. Eu queria perguntar e perguntar mas ele não deixou.

Logo paramos e descemos do carro. Quando olho a minha frente e minha boca se abre em total surpresa.

— O que... mas... me explica!

— Vamos jantar. – ele respondeu calmo.

— Na Torre Eiffel?

— Sim!

— Mas como?

— Fiz reservas, vamos! – me puxou.

Passamos pela fila de pessoas ali e entramos no elevador subindo até o primeiro andar. Ao chegar, vi que era um restaurante bonito e aconchegante. Noah falou com o garçom que nos levou até nossa mesa. Ao sentar, olhei para janela e fiquei encantada, a vista era incrível!

— Uau! – não evitei exclamar.

— Lindo né?

— Completamente! – o garçom nos entrega o cardápio. — O que significa tudo isso?

— Bom, é nossa última noite aqui. E queria que fosse especial! – o encarei. Não faz isso por favor! — E também porque eu quero te convencer a ficar! – sorriu. — Seja sincera, já pensou em vir jantar aqui todos os dias?

— Está difícil para você tirar essa ideia da sua cabeça, né?

— Muito! Agora vamos pedir. – fez sinal para que o garçom se aproximasse. Fizemos nosso pedido e começamos a beber um delicioso vinho francês.

— Não acha isso tudo muito...

— Estranho?

— Eu iria dizer louco, mas estranho também serve. – ele riu novamente.  — Não sei, são três semanas e tudo mudou completamente!

— É... confesso, isso é louco!

— A duas semanas atrás nós estávamos quase nos matando! E agora, estamos bem. Você me chamava de feia e agora de linda! Que evolução!

— Eu nunca te chamei de feia!

— Na cara não, mas já deu a entender!

— Desde o começo eu te achei boa! – me engasguei com o vinho e o encarei.

— O que?

— Eu quis dizer, bonita. – consertou.

— Ridículo! – ele riu novamente. — Essas últimas semanas tanta coisa aconteceu comigo! – digo encarando o lado de fora.

— Por exemplo?

— Dei um tempo na faculdade, estou casada, conheci Paris, ganhei uma inimiga, me a...– me interrompi.

Que droga eu ia dizer?

— Me a...?

— M-me alcoolizei loucamente! – corrigi rindo de nervoso. Droga de língua!

— E coloca loucamente nisso!

— Com certeza! – tomei um pouco do meu vinho. — Sabe, até hoje não me lembro do que realmente houve naquela noite.

— Que bom. – franzi o cenho e ele me olhou. — Digo, é bom pois assim não precisamos relembrar coisas desastrosas. – sorriu.

— Você se lembra de algo?

— Eu? Não! – desviou o olhar.

— Então como tem certeza de que foi desastroso? – perguntei cerrando os olhos em desconfiança.

— As vezes aparece alguns flashes, mas pouca coisa. Nunca consigo entender nada. Você quer mais vinho? – mudou de assunto.

— Só quero saber uma coisa.

— O que? – diz enchendo novamente minha taça.

— Não que eu esteja achando ruim mas, por que está fazendo tudo isso? Me levando para sair, um jantar tão... perfeito! Isso tudo não é só para me convencer a morar aqui. Por que últimamente você tem sido tão gentil comigo? – ele me encara.

— Porque não tem lógica eu ser um imbecil com você! Sei lá, você é diferente. Eu não consigo ser um canalha com você, nem que eu tente. Te juro que tentei, mas parece que tem um ímã da coisa certa que me puxa para fazer o correto. Essa é a verdade! – concluiu me olhando nos olhos.

Eu acho que meu coração parou. Eu não consigo falar, nem resirar direito. Por que tudo parece tão surreal?

— Uau! – foi a única coisa que eu consegui dizer antes de virar mais um gole do vinho.

A comida não demorou chegar e e começamos a comer.

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