Capítulo 33

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Eles não podem estar juntos, isso é coisa da minha cabecinha cheia de paranóia. Apenas isso. Mas se tiver, que diferença faz mesmo?

— Tá pensando em que? – Noah brota do nada me dando um susto.

— Que susto! Quer me matar do coração? – perguntei colocando a mão sobre o peito.

— Nossa, estava tão longe assim? – diz pegando a taça de champagne que estava em cima da mesa e tomando um gole.

— Onde você estava?

— Conversando com o Eduardo!

— E Alicia?

— Eu sei lá! – deu de ombros e me encarou. — Calma, você pensou que eu estava com ela?

— Você vive defendendo ela, vocês já tiveram um rolo, ela te ama, o que quer que eu pense quando os dois somem ao mesmo tempo? – ele suspira colocando a taça no lugar.

— Nos Estados Unidos chamamos isso de paranóia, já aqui no Brasil de ciúme. – sorriu em provocação. — Eu não estava com ela. Vamos dançar? – estendeu sua mão para mim.

— Eu não sei dançar.

— Eu também não mas quem se importa? O casamento é nosso, ninguém tem o direito de falar mal da nossa dança. E se falarem eu chuto todo mundo daqui! – soltei uma risada.

— Noah agressivo, essa é nova. – digo pegando em sua mão. Ele nos guiou até a pista de dança onde uma música lenta começava a tocar. Nos posicionamos no meio da pista, minhas mãos em seus ombros e as suas em minha cintura tentando seguir o ritimo da música.

— Como vai Sra. Urrea? Tem recebido muitas inimigas? – soltei uma risada.

— Não tenho inimigas, tenho fãs revoltadas. – ele riu.

— Olha ali! – apontou para um ponto atrás de mim. Me virei e vi Júlia e Daniel aos beijos. — Eles não têm um pingo de respeito pelos outros, já pensou se alguma criança vê isso?

— Isso é o cúmulo do absurdo, deveriam expulsá-los. Isso aqui é um casamento de familia! – entrei na brincadeira.

— Que decepção, não foi assim que eu o ensinei. – eu ri novamente. — Como se sente? – soltei um suspiro leve.

— Não sei, como deveria me sentir? Feliz?

— O que? Você não está feliz? – parou de dançar para me olhar.

— E você está?

— Bom... – o interrompi.

— Não é como você pensava. – concluí. — Eu sei, eu também.

— Pelo menos é com uma garota legal!

— Legal? – o encarei rindo.

— Sim. As vezes você é meio surtada, vive querendo me agredir mas no fundo é uma boa pessoa. Talvez eu tenha me casado com uma psicopata? Talvez. Mas pelo menos é bonita.

— Primeiro me chama de psicopata e depois de bonita. Você realmente sabe levantar o astral de alguém.

— Eu sei, eu sou ótimo nisto.

— Eu ainda não acredito que você é o mesmo Noah que me chamou de estúpida.

— Eu ainda te acho estúpida! – eu parei e o encarei.

— Como é?

— Estou brincando, não precisa surtar. – riu. — Não te acho mais estúpida, talvez um pouco mas finge que eu não disse nada.

— Idiota!

— Anna posso te falar uma coisa?

— Fala.

— O seu cabelo está tão arrumadinho que minhas mãos chegam a coçar para bagunçar. – arregalei meus olhos.

— Você não é nem louco!

— O que vai fazer? Me matar? Na frente de todos?

— Eu vou te matar de qualquer jeito! – a música acaba.

— Ai que meda! – riu em seguida recebendo um tapa no ombro.

— Anna, está na hora do buquê! – Alexandra se aproxima me entregando o mesmo.

— Oh, é verdade!

— Gente, hora do buquê! – ela gritou e de repente juntou um grupo de mulheres ali.

— Como faz isso mesmo? – perguntei e Noah riu.

— Finge que é um jogo de futebol americano e joga. – ele sugere.

— Nunca assisti um jogo de futebol americano.

— Sua sem cultura! – ele diz se aproximando. — Fica de costas para esse monte de zumbi de saia. – fiz o que ele disse. Ele encara as pessoas atrás de mim. — Vem mais para cá. – me puxou para o lado direito. — Isso. – encarou um ponto específico atrás de mim. — Agora sim, pode jogar. Só não jogue tão forte, assim não estraga meus planos.

— O que está aprontando?

— Jogue e verá! – sorriu. — Não esquece a típica contagem. Só vai! – riu e se afastou.

— Um... dois... três! – joguei o buquê e me virei no mesmo instante. O buquê caiu no colo de Daniel que assustado jogou para Júlia que olhou o buquê perplexa e jogou para Samantha. Essa com cara de nojo jogou para o lado fazendo com que caísse nos braços de Beatriz.

— Me casar de novo? – Beatriz encarou o buquê em suas mãos. — Tudo bem, quero!

— Já comeu alguma coisa? – Brian me questiona.

— Não.

— Então vem, estou com fome. – me puxou para a imensa mesa com todo tipo de comida. — Essa mesa acabaria com a fome no mundo.

— Provavelmente. – me destrai com a comida extremamente saborosa e só voltei para o mundo real quando Noah deu um berro fazendo todo mundo nos olhar. — Meu Deus, o que é? – lhe encarei. Ele aponta para um ponto da mesa eufórico. Segui seu olhar e sorri.

Era bolinhos com desenhos variados de Star Wars.

— Todo um escândalo para-AI MEU DEUS! – berrei olhando para a outra fila de bolinhos.

Estes agora tinham diversos desenhos de Harry Potter.

Eu e Noah nos encaramos e sorrimos. Começamos a pular animadamente como duas crianças que acabaram de receber um brinquedo.

— Acho que esses gritos significam que deu certo. – Alexandra diz sorrindo ao se aproximar. — Heitor ficou meio incerto sobre fazer ou não, mas o convenci.

— Quem teve a ideia? – Noah questiona.

— Sabina. – ele me olha. — Ela ficou sentida por você não poder ter seu juiz esquisito e quis colocar algo para te animar. Nisso ela deixou escapar que gostava do bruxinho. Aqui está!

— Você fez isso por mim? – perguntou me encarando. Dei apenas de ombros. — Nunca pensei que diria isso mas, me casei com a pessoa certa! – diz me abraçando e me girando no ar arrancando olhares e sorrisos dos convidados.

— Noah me coloca no chão! – peço e ele o faz. — Idiotinha. Não há de que. 

— Mas não acabou por aqui. –Alexandra diz nos chamando a atenção. — Queremos lhes dar um presente! – olhou docemente para Heitor. — Aqui! – nos entregou um envelope. Eu abri e vi duas passagens para Paris.

— O-o que é isso? – perguntei.

— Como você disse que não iriam ter lua de mel, eu pensei em dar como presente essa viagem. – explicou sorrindo.

— Paris? – Noah perguntou.

— Sim! – sorriu. — A propósito, o vôo de vocês sai em duas horas!

— O QUE? – gritamos os dois ao mesmo tempo.

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