Season 1: Goodbye, L.A.

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Elizabeth's POV

– Você viu que saiu outra nota sobre você no site de fofoca? – uma das garotas que estudam comigo me pergunta.

– Não, o que foi dessa vez?

Ela me estende o celular onde havia uma matéria com a minha cara estampada:

"Liz Redford janta no Madeo Restaurant com seu namorado Leonard

Liz Redford (16), filha da grande estilista Penelope Redford e do Deputado David Redford, saiu de sua residência em Los Angeles na noite passada com seu namorado, o ator Leonard (18) que ficou conhecido pelo extinto seriado I prefer U.

Levados pelo motorista particular da herdeira da Redford Designers, eles jantaram no badalado Madeo Restaurant, fontes disseram que ambos pareciam muito felizes e bebiam vinho entre uma caricia e outra.

Liz, que anunciou recentemente sua mudança para Nova York devido ao trabalho de sua mãe, é alguns anos mais nova do que o ator. A distância e a diferença de idade atrapalhará a relação? Talvez.

Mas vale lembrar, foram por essas razões que os pais dela se divorciaram quando ela tinha apenas 4 anos."

Revirei os olhos, matérias como aquelas só sabiam ser sensacionalistas sobre qualquer assunto.

– Achei totalmente desnecessário citarem seus pais – ela falou.

Realmente era desnecessário, mas era a verdade. Meus pais haviam se separado porque meu pai vivia em Washington e nunca vinha nos visitar.

Minha vida sempre fora bem diferente das demais garotas, meus pais sempre estiveram longe, mesmo minha mãe sendo mais presente do que meu pai. Então eu passo a maior parte do tempo sozinha em casa, quer dizer, eu tenho a Anne. A Anne é a governanta, está com a gente desde que eu nasci. Ela é a pessoa mais adorável e doce que já existiu, é impossível odiá-la e é a única que esteve sempre ao meu lado.

Eu não sou uma pessoa de muitos amigos, só essas garotas da minha sala que andam comigo por interesse, querendo ganhar alguma popularidade. Estou feliz de finalmente sair dessa escola e não ter mais que aguenta-las.

Sair de Los Angeles não poderia ser melhor, vai facilitar o trabalho da minha mãe e ela não vai mais ter que ficar viajando tanto, sem mais o calor sobrenatural que essa cidade possui e sem meninas insuportáveis. Nova York, o lugar perfeito para viver: é onde o ateliê principal da Redford Designers está, o inverno, as melhores marcas e lojas espalhadas por todo lado, pessoas que sabem se vestir... Talvez lá eu consiga achar amigos de verdade.

***

Acordei cedo e fui até o meu closet para escolher uma roupa e estava quase pronta. Hoje era o ultimo dia em L.A.. Estava terminando a maquiagem quando alguém bateu na porta:

– Entre.

– Srta. Redford, tem alguém lá embaixo querendo te ver.

– Ok. Já estou descendo, Anne. Obrigada.

Dei uma última olhada em tudo, sentiria saudades daquela casa. Me dirigi até a sala de visitas que ficava no andar de baixo e Leornard estava lá parado no fim das escadas com um buquê de flores e uma caixinha verde da Tiffany's parecendo um príncipe. Ele conseguia ser quase perfeito, o único defeito era o fato dele ser ator.

Odiava aquelas fãs e o quanto aquele emprego o ocupava.

– Amor! – falei correndo até ele e o abracei fazendo com que quase derrubasse tudo o que estava segurando.

– Heeeey! – ele disse sorrindo e tentando de equilibrar, eu o soltei e ri. - Isso é para você - me entregou as flores.

– Elas são lindas – disse as cheirando, eram realmente lindas as rosas, mas ele sempre se esquecia que eu preferia peônias.

Peguei a caixinha, assim que a abri ele disse:

– Lembra? Nosso primeiro encontro que eu te levei para patinar?

Sorri lembrando de tudo, era um colar com pingentes de patins. Coloquei o colar em suas mãos e me virei fazendo um rabo de cavalo com o cabelo para que ele pudesse colocar o colar em mim.

– Eu adorei – disse passando o dedo pelo pingente enquanto ele beijava minha nuca.

– Vou sentir a sua falta – ele falou me abraçando.

– Também vou sentir a sua falta.

Fitamos um ao outro por algum tempo e nos beijamos.

– Por favor não vá, você pode vir morar comigo.

– Leonard, você sabe que não é tão simples assim, é o trabalho da minha mãe, eu tenho que ir.

– Prometa que nunca vai esquecer de mim.

– Eu nunca vou esquecer de você - eu não gostava de fazer promessas, porque eu nunca as cumpro, mas talvez essa eu pudesse cumprir.

O celular tocou e ele teve que ir, nos despedimos e ele saiu correndo dalí, provavelmente era o agente dele então nem me dei o trabalho de perguntar quem tinha ligado.

***

Estava no jatinho da minha família com Anne e minha mãe esperando ele decolar e senti meu celular vibrar. Era uma mensagem e eu não conhecia o número, era um link para uma matéria, nela havia uma foto do Leonard saindo de uma balada com uma mulher que eu não sabia quem era e em seguido outra foto, mas dessa vez Leonard estava beijando aquela mulher. A chamada dizia: "Leonard com nova namorada?". Nesse momento meu coração disparou, a raiva e não a dor tomou conta de mim, eu podia sentir meu rosto queimar de tanto ódio.

Levantei e fui sentar longe da Anne e da minha mãe, eu não queria ficar perto de ninguém. Então meu celular tocou, eu não conseguia acreditar que ele tinha coragem de me ligar. Atendi.

– Liz?

Eu não sabia o que dizer.

– Liz você está ai? Eu posso explicar... Por favor, fale alguma coisa. Eu sinto muito.

Respirei fundo e juntei toda a força que existia em mim para conseguir falar:

– Quer saber? Você não precisa me explicar nada. Não consigo acreditar que você fez isso comigo. Todo esse tempo mentindo pra mim, tentando esconder algo que você sabia que uma hora viria a tona.

– Mas eu te amo, isso nunca foi mentira...

– Você me ama? – eu dei um sorriso irônico – Sério?

– Acredite em mim, por favor.

– Eu sempre acreditei. Acreditei que você me amava, que eu era a única pra você. E quanto a ela? Eu não posso mais confiar em você.

– Liz...

– Eu nunca mais quero te ver ou ouvir a sua voz, não me interessa mais o que você fez ou faz ou o que você tem a me dizer, não me ligue mais ou insista, fui clara? Acabou.

Desliguei, eu estava devastada. Minha mãe e Anne me olhavam preocupadas só que resolvi ignorá-las. Disse para mim mesma em pensamento:

– Respire... Respire... Respire fundo...Eu estou melhor sem ele.

E meus pensamentos foram interrompidos pelo meu celular. Era ele. Ver o nome dele na tela só me deixou com mais raiva. Peguei o celular e joguei em um canto qualquer e ele quebrou. Seria melhor assim, chegando em NY eu compraria um celular novo e mudaria o meu número, desse jeito sem mais as garotas insuportáveis de L.A. e, principalmente, sem Leonard.

Peguei o colar que ainda estava usando, arranquei do meu pescoço e joguei no meio de algumas bolsas que tinham na poltrona ao lado.

A New Life in NYOnde histórias criam vida. Descubra agora