Draco era acostumado com todos sempre se esquecendo de seu aniversário.
A data havia sido tão insignificante para ele esse ano porque sua alma-gêmea estava deitada e desacordada há dias, e aquilo o preocupava, tirando-lhe o ânimo de fazer qualquer coisa.
Anna, Blaise e Pansy tentaram o animar naquele dia, mas nada funcionava. Tentaram de tudo, tudo mesmo, e ele até se distraiu um pouco, mas seu coração ficava pesado o tempo inteiro, e era desgastante.
O que mais o chocou foi que seu padrinho, Severus Snape, havia lhe desejado feliz aniversário aquele ano. E detalhe; Snape nunca tinha o feito.
Draco sentiu-se confuso em relação à isso, mas não lhe afetou, apenas agradeceu ao homem e voltou a ignorá-lo como sempre. Ah, também Snape não havia pegado tanto em seu pé naquele dia, apenas o proibiu de ver Harry, o que já era de se esperar.
E falando no professor, ele estava adentrando a ala hospitalar, mas ouviu uma voz conhecida e resolveu esperar um pouco antes que o fizesse por completo.
Claro que ele havia ficado chocado com certas palavras, e então tudo pareceu mais claro em sua mente.
"Harry e Draco... então é por isso que estavam tão juntos ultimamente. É por isso que às vezes ouvia Draco murmurar seu nome inconsciente enquanto cochilava, e era por isso que sempre o via observando Harry de longe."
Harry e Draco, Snape pensou com um sorrisinho debochado, o quão anormal e nojento isso soa? Dois inimigos? Não, isso está muito errado.
— Eu acho que preciso ir. Gosto de ficar desabafando com você, Potter, mas realmente está ficando tarde e eu sinto que ando falando demais. Me desculpe caso esteja ouvindo e me achando um idiota, tem coisas que eu deveria ter guardado apenas para mim — a voz de Draco ecoou baixinha pela sala, em um sussurro. — E, por favor, acorde. Não por mim, mas por seus amigos que estão ficando loucos. Eu também não aguento mais esse sentimento me corroendo por dentro.
Agora que Snape sabia de tudo, o que ele faria? Ele não poderia simplesmente guardar para si, mas também não gostaria de sair espalhando para toda a família do garoto. Será que mais alguém sabia?
— Weasley foi bem generosa em me emprestar a sua capa, sabe — ele riu. — Eu juro que estou sendo cuidadoso ao máximo. Eu deixo ela bem protegida no meu dormitório, ninguém além de mim mexe. Anna, Blaise e Pansy são os únicos que sabem, também.
E se...
Não, Snape, você não vai invadir o dormitório de seu afilhado apenas para dar um sumiço naquela capa. Por favor, se controle. Você não é assim, está apenas obedecendo ordens...
— Enfim, eu tenho mesmo que ir agora. Sabe, mais uma coisa; Anna está bem estranha ultimamente. No meio da noite, às vezes eu acordo com ela murmurando coisas desconexas.
Draco voltou a se sentar, respirando fundo. Ele nunca se cansaria de conversar com Potter, mesmo que ele estivesse totalmente desacordado.
— Está tendo muitos pesadelos, como você antes, se lembra? Mas os pesadelos dela... bom, nos pesadelos dela, ela é quem morre.
Engoliu em seco, se ajeitando na poltrona. Anna realmente estava tendo sonhos ruins, e aquilo assustava Malfoy. Ele ficava desesperado, imaginando que Harry se sentira daquela forma uma vez perto de si, e então mais outras longe dele. Era desesperador presenciar aquilo.
— Ela também chama por você, Potter. Eu já perdi as contas de quantas vezes ela murmurar algo sobre "Não deixem que levem o Harry" ou coisa assim. Ela nunca me explica os sonhos, e isso me deixa com mais medo ainda. Eu não sei, mas você sonha com ela também? Talvez esteja tudo ligado entre vocês — brincou, rolando os olhos. Se pôs de pé novamente, encarando o outro, ainda dormindo. — Okay, agora eu estou mesmo indo. Venho te ver hoje mais tarde, no mesmo horário, e espero que esteja acordado.
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Soulmates • drarry (em pausa)
RandomSempre disseram que quando se completam dezesseis anos, uma frase aparece no em seu braço direito, indicando o que alguém te falaria algum dia, e aquela pessoa, então, tornaria-se a sua alma-gêmea. O que Harry realmente não esperava, é que sua "alm...