Haya já tinha perdido a noção de quanto tempo estavam andando. A cada passo, a floresta parecia se fechar mais em torno deles. James ia na frente, abrindo o caminho, no entanto parecia tão perdido quanto ela. O calor era intenso.
— Vamos fazer uma pausa — Haya disse, ofegante. Definitivamente, o ar daquele lugar não lhe caía bem.
James virou-se em sua direção com um olhar preocupado.
— Você está bem?
Ela deu de ombros, encostando-se em um dos troncos e deixando-se escorregar até se sentar.
— Sim, só um pouco cansada — disse, cruzando os braços. Sua postura era rígida em relação a James, não queria dar a impressão que seria fácil obter seu perdão. — Quero aproveitar para fazer algumas perguntas antes de chegarmos até Fox. — Não era um pedido.
O ex-oficial franziu o cenho, lançando-lhe um sorriso morno. Esticou o braço até um galho baixo, puxando uma curiosa fruta arroxeada, de formato arredondado e com uma espécie de gomas pontudas saindo de seu interior. Haya não se lembrava de já ter visto aquela fruta antes. E quanto à expressão de James, seria medo?
— Terei o maior prazer em responder qualquer pergunta que me fizer.
Ele começou a puxar os gomos da fruta para baixo, revelando um interior esbranquiçado e gosmento. Sua aparência não era apetitosa.
— Aquela armadilha que me prendeu foi colocada por vocês?
Uma mordida e ele estendeu-lhe a fruta. Haviam vários pontinhos negros do lado de dentro, parecendo sementes. Apesar do estômago vazio e da fome que começava a perturbá-la, Haya a dispensou com um gesto, aguardando pela resposta.
— John é sempre muito cauteloso, não gosta de ser pego desprevenido.
Outra mordida. Haya o encarava de forma decidida enquanto ele saboreava a fruta desconhecida.
— Mas ele sabia que estaríamos aqui, enquanto nós ignorávamos sua presença. Ele não tinha motivos para ser cauteloso quanto a isso, a menos que sua vinda não fosse pacífica. — James abandonou a fruta, fixando as íris azuis nas castanhas de Haya. — O que me faz pensar: quais serão os verdadeiros planos de Fox? E sobretudo, quais serão os seus planos? Porque, ao que me parece, posso estar sendo conduzida para uma nova armadilha.
Ele sorriu descontraído, mas algo em seu tom denotava receio.
— Sempre tão perspicaz. Fico imaginando o que deve ter dito para o conde para convencê-lo a casar-se com você e assumir um filho ilegítimo.
O olhar de Haya assumiu um brilho selvagem, tornando sua expressão mais agressiva.
— Meu casamento diz respeito somente a mim. Está com medo de responder a pergunta, por isso se esquiva dela? Pensei ter dito que responderia a todas.
Ele deu um passo em sua direção, atirando fora a carcaça da fruta. O sorriso sumiu de seus lábios. O olhar estava fixo no dela.
— Não estou com medo e nem pretendo quebrar o que disse antes. Apenas tento poupá-la da resposta, porque talvez você possa não gostar do que vai ouvir.
— Quero apenas a verdade — devolveu ela em tom firme. — Não aceito menos do que isso.
James piscou, abaixando os olhos em derrota.
— Neste caso, eu direi — concedeu, passando uma mão pelos cabelos loiros. — Quando John descobriu que Skyller tinha partido para esta ilha sem lhe dizer nada, ele o considerou como um traidor.
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Libertália: Raízes Piratas
Fantasy🥇 1° lugar em ficção científica e geral no concurso Trick or Treat 🥇 1º lugar em fantasia no concurso Pequenos Girassóis 🥇 1° lugar em fantasia no concurso Mistérios da Índia do D&T 🥇 1º lugar em fantasia no concurso Deuses Gregos 🥇 1º lugar em...