— Como ela está?
Elisa finalmente tinha conseguido se recompor e voltado para a cabana malgaxe, onde Zaki cuidava de Nadine com a supervisão de Makanda.
— Ainda inconsciente — suspirou Zaki, sem desgrudar os olhos de sua paciente. — Parece que nada do que fizemos é o bastante.
Ele parecia realmente preocupado, o que era assustador. Elisa aproximou-se do leito, pousando a mão no braço de Nadine. O aspecto da menina era péssimo, como se ela tivesse se desidratado com o feitiço. Sua pele tinha um tom arroxeado, como se ela fosse se desfazer a qualquer momento. Nadine não movia um único músculo e seu coração ainda batia muito lentamente, apenas o suficiente para mantê-la viva.
— Nadine ficará bem. Ela é forte — disse Elisa, em uma tentativa de convencer a si própria.
Nesse momento, Makanda voltou trazendo mais panos embebidos em águas de ervas com um cheiro forte desconhecido. Seu rosto estava sério, em uma expressão indecifrável.
— É o nosso último recurso — declarou ela, trabalhando com os panos sobre o corpo de Nadine. Elisa afastou-se para dar-lhe espaço. — Se isso não funcionar, terei que tomar uma medida drástica.
Elisa notou algumas gotas de suor na testa da feiticeira. Ela e Zaki trocaram um olhar intenso, como se lutassem internamente contra alguma verdade oculta e terrível.
— Medida drástica? — repetiu Elisa, engolindo em seco.
Makanda terminou seu trabalho cuidadosamente, ignorando a pergunta, e quando finalmente ergueu-se, seus olhos cravaram-se nos de Elisa.
— Vejo que algo a perturba. Creio que chegou o momento de termos uma conversa em particular.
— Não quero atrapalhar o tratamento de Nadine.
— Ela precisará de um tempo para que as ervas façam efeito. Além disso, Zaki ficará de olho, certo?
— Claro! — disse ele, soando como se a possibilidade de não ficar de olho em Nadine fosse um insulto.
As duas saíram daquele quarto que cheirava a doença e desilusão, e Makanda a guiou para um quarto menor, repleto de estatuetas e objetos místicos que Elisa sequer podia compreender do que se tratava. O sol penetrava em feixes trêmulos através das cortinas brancas de uma estreita janela, dando ao recinto um ar espectral.
— Então diga, o que a aflige?
Os olhos da feiticeira continuavam pregados aos dela. A aura sobrenatural do lugar era intimidante, mas Elisa conseguiu reunir coragem para falar.
— Eu descobri a verdadeira identidade de Omar. Ele é meu tio-avô que deveria estar morto, mas que de algum jeito conseguiu chegar até aqui e escapar da maldição. Acho que você conhece a história da minha família, William Kidd escreveu sobre o encontro de vocês em Madagascar.
Elisa fez menção de entregar-lhe as páginas do diário, mas Makanda a cortou com um gesto.
— Kidd era um homem teimoso. Mais de uma vez o alertei sobre o sofrimento que poderia trazer para si e aos seus, mas sua ambição o cegou.
— Meu irmão ficou doente pouco antes de eu voltar para cá. Por favor, me diga o que posso fazer para salvá-lo.
Os olhos da feiticeira eram impenetráveis.
— O preço da maldição é muito alto.
— Eu pago. O que for. Qualquer coisa.
— Não é tão simples assim. Tudo começou quando Henry Avery decidiu tomar para si o tesouro sagrado de Eldorado. Seus homens massacraram o povo nativo, o que causou a ira dos deuses. O tesouro tornou-se maldito, e todos aqueles que tentavam usufruir de suas benesses, pereciam.
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Libertália: Raízes Piratas
خيال (فانتازيا)🥇 1° lugar em ficção científica e geral no concurso Trick or Treat 🥇 1º lugar em fantasia no concurso Pequenos Girassóis 🥇 1° lugar em fantasia no concurso Mistérios da Índia do D&T 🥇 1º lugar em fantasia no concurso Deuses Gregos 🥇 1º lugar em...