Capítulo 6 - Confused

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Love yourself

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Quando seus lábios se tocaram o mundo passou a ficar em câmera lenta, Anne estava com vários sentimentos naquele beijo. Em um misto de confusão, Five se separa dela rapidamente fazendo a garota olhar confusa para o mais alto. Five olha para ela uma última vez e se teletransporta. A menina ficou realmente muito confusa com os atos de Five. Ele a beija e depois vai embora sem dizer nada.

— Será que foi ruim? É claro que foi burra, somos irmãos! — Anne pensou alto.

Anne tinha que falar com Five, isso era errado, eles eram irmãos, mesmo eles não sendo de sangue eles eram irmãos, e outra, ele deixou a menina plantada no quarto se perguntando do por quê do beijo e também por quê ele saiu daquele jeito. Aquilo foi bastante confuso. Uma hora o garoto revirava os olhos por onde a garota passava, parecia ter ciúmes dela, e em outro momento está a beijando.

— KLAUS, KLAUS! — Anne berra em busca de Klaus.

— Oi Anne. — Klaus aparece na porta olhando para a morena.

Anne hesita em dizer o que acabou de acontecer para Klaus, mas ela sempre compartilhou com Klaus seus problemas, então não iria ser agora que ela iria esconder algo de Klaus, mesmo sendo uma coisa que ela irá ficar com muita! vergonha em dizer. Afinal, havia sido seu primeiro beijo.

Anne abre e fecha a boca em buscas de palavras, mas ela decide fazer aquilo rápido para não ser tão constrangedor. Anne fecha os olhos e solta as palavras com um surto. Completamente envergonhada.

— Eu beijei o Five — A menina aperta mais os olhos quando falou. Aquilo era constrangedor, havia sido seu primeiro beijo, com um menino que havia conhecido a pouco tempo que parecia não a aguentar em um lugar por muito tempo, e o mais importante, eram "irmãos". Para ela aquilo era errado, já que o mesmo está na mesma família que foi criada, praticamente eram irmãos, em tese.

Klaus de tão perplexo que ficou deu um berro que provavelmente o mundo inteirinho escutou.

— O QUE?! — Disse em um salto arregalando os olhos. Um exagero para Anne.

Anne abre os olhos e os arregalou. Logo ela fecha a porta e vai ao encontro de Klaus puxando seu braço e o fazendo sentar na cama de solteiro, toda arrumada.

— Olha, na verdade quem me beijou foi ele — Anne põe do seu cabelo para trás. Era terrível quando estava com vergonha, seus sentidos não falavam tão bem. — Foi de repente, mas do nada ele sai e sem dar nenhuma explicação ou até mesmo falar comigo. Parecia assustado ou confuso. Não sei. — Disse em um sussurro.

Klaus limpa a sua garganta preparando-se para dar algum conselho útil para a garota. Klaus sabia que aquele foi o seu primeiro beijo, e logo com um garoto com uma mentalidade de cinquenta e oito anos e que não sabe expressar seus sentimentos nem um pouco. Parecia mais complicado do que arrumar cocaína ou balinha sem ser descoberto por aí. E além do mais, Klaus não saiba por onde começar.

Seus relacionamentos eram poucos - se pudesse chamar de relacionamento - tendo em conta que o mesmo está mais tempo relacionado com os efeitos de uma droga do que se relacionar com pessoas "do mundo real", não tinha como dar conselhos assim a uma garota de 15 anos que teve o seu primeiro beijo.

— Anne, você sentiu algo? — Klaus pergunta sem tirar o olhar da mais nova.

Anne não sabia nada do que ela estava sentindo. Ela queria chorar, estava com raiva, medo, feliz e confusa, principalmente confusa. Eram confusões novas e que não estavam sendo bem informadas e muito menos digeridas. Ela não sabia nem o que sentir na verdade.

— Eu... Não sei — Anne olha para o chão envergonhada. Observando seus pés balançando enquanto tentava alcançar uma resposta nítida para Klaus que não fosse um "eu não sei".

— Tenta falar com Five. Se resolvam e assim se você souber do que está sentindo e for recíproco talvez... — Balanço os ombros. Talvez fosse difícil ser recíproco, mas já que quem a beijo foi o velho de cinquenta e muitos anos, talvez quem sabe.

— Klaus, digamos que eu senti. Mas ele é meu irmão. — Disse agora observando Klaus.

— Não, você não foi criada junto com ele. Ele é como um... Primo de vários graus pra cima? — Disse simplista. — Fala com ele, vai ser melhor.

Anne estava super confusa com o que Klaus disse e o que Five fez, e se ele não sentisse nada, só fez aquilo para reconfortar-lá? As coisas estavam tão difícil para Anne. Anne desce as escadas e vê Luther, Alisson e Ben sentados no sofá conversando sobre coisas aleatórias. Ela logo solta um suspiro e senta ao lado de Ben.

— Que horas iremos enterrar o Pai? — Anne sobe a cabeça olhando para Luther.

Luther é como o líder da família e agora mais do que nunca Luther vai ser o homem da família, depois que Reginald morreu ele tem que ter total responsabilidade com todos e principalmente Anne.

— Nós já tínhamos esquecido disso. Aconteceu várias coisas em um único dia. — Alisson fala olhado para Anne concordou com a mais velha. Realmente, muita coisa aconteceu.

— Amanhã cedo. É melhor acabar com isso rápido. — Luther fala e levanta indo para algum lugar da casa, parecendo estar desconfortável com a situação.

Anne assente e vai para a cozinha e vê Five tomando seu café. Ela pega um pão e coloca geleia de morango em seu pão. Anne vê que Five iria sair, ela teve um segundo para pensar se vai realmente chamá-lo para terem uma conversa civilizada ou deixaria ele ir e ainda ficar com suas dúvidas. Anne pensou e logo chamou Five.

— Five! Temos que conversar. — Anne fala se sentando em uma cadeira.

— Não. — Five diz curto e rápido, fazendo logo Anne se arrepender de sua escolha.

Aquilo poderia ter sido o calor do momento e nada de mais, só que Anne ficou muito confusa, e outra, Five não poderia fazer aquilo e depois fingir que nada aconteceu e ficar evitando falar com ela ou mesmo, tocar no assunto.

Five novamente deixou Anne plantada e com dúvidas; ela muito bem poderia chamá-lo e ordenar por explicações, mas ela resolveu deixá-lo ir, ela não queria mais problemas e outra, Five tem um gênio forte, ele poderia fazer algo que a machucasse - não fisicamente - ela não queria ouvir coisas que não estaria preparada, então ela resolveu deixar aquele assunto para lá e também fingir que aquilo nunca aconteceu, ela não queria atrapalhar mais a vida de Five.

Ela prometeu nunca ficar com raiva dele e sempre o ajudar, e quando Anne fazia uma promessa, nada e nem ninguém poderia faze-lâ quebrar, nem mesmo um beijo que talvez poderia ter acontecido pelo calor do momento. Five é um garoto frio e calculista, se Anne tivesse insistindo seria pior.

— Eu tentei. — Falo deitando na cama de Klaus. Em um suspiro rápido ela falou.

Klaus ri da maneira que Anne se joga na cama e deita ao seu lado. Os dois estavam olhando para o teto daquele quarto velho. Klaus solta um longo suspiro e se pronuncia.

— Anne — Ele dá uma pausa e o seu olhar vai para a morena que ainda tinha seus olhares atentos ao teto — Five é frio e calculista. Você não vai conseguir uma resposta tão fácil dele.

Five estava dificultando as coisas para Anne, mas como Klaus disse, ele é frio e calculista - literalmente - e isto estava a preocupar a morena.

Ela se perguntava se isso irá se esconder para sempre? Ou era uma questão de momento até Anne conseguir fazer com que Five fale por livre e espontânea vontade. A menina balança a cabeça tentando se desfazer de seus pensamentos - o que não é nada fácil. - Anne levanta da cama fazendo Klaus desviar o olhar do teto e voltar o olhar para a menina.

— Eu vou... Até a sala. Anne desce as escadas dando de cara com Diego.

Anne não é uma pessoa má, mas Diego nunca foi com a cara da menina o que fazia ela sempre se questionar do por que, ela nunca fez nada a Diego para ele sempre a olhar torto. Anne tenta passar despercebida mas foi em vão.

— Anne. — Diego sai do lado da porta indo ao encontro de Anne. — Você sabe o que foi que matou o pai... Não sabe?

Number eight - Umbrella AcademyOnde histórias criam vida. Descubra agora