Anne olha para Diego tentando ainda raciocinar o que ele acabou de dizer. Anne não estava acreditando que novamente Diego estava desconfiado dela, ela nunca faria isso com ninguém, e principalmente a uma pessoa que lhe deu teto, comida e irmãos. Sim, Anne não gostava nada das atitudes de Reginald Hargreeves, mas o que ela podia fazer?
Suas mãos soaram, a raiva e a dor no seu peito eram incontroláveis, ela estava sentindo como se queimassem sua pele com um ferro, e isso não era nada bom.
— Bem, por que agora que nós descobrimos que a Handler quer lhe usar, talvez ela possa ter te usado antes do esperado. E nós sabemos que você não tem um histórico dos melhores Anne Liz "Hargreeves" Não é? — Um sorriso sínico se forma nos lábios de Diego
Agora foi que o mundo de Anne caiu. Ela não podia acreditar que o seu próprio irmão estava a lhe acusar de uma assassinato, do seu próprio pai! Certo que ela não sabia controlar bem seus poderes, e odiava todas as coisas que Reginald lhe fazia, mas ela nunca causaria uma perca tão grande na família, porque, querendo ou não, Reginald foi quem montou aquela família, foi ele o pilar para que tudo o que aconteceu, acontecesse de grande modo.
— O... O que você disse? - Anne olha para Diego confusa. — Para a sua informação EU não matei o NOSSO pai. O que eu te fiz para você me tratar assim, Diego? Eu posso não ter total controle dos meus poderes, mas eu nunca, jamais o mataria.
Quando menos eles esperam todos estão na sala ouvindo a 'discussão' de Anne e Diego. Anne olha para todos; indignada ainda com Diego, ela sai da sala e vai para o jardim. Se continuasse ali, ouvindo tais barbaridades ela não sabia de podia se controlar, e algo de ruim iria acontecer como muitas vezes aconteceram. Ela não queria ter mais um histórico ruim, mesmo que aquilo a machucasse de mais. Diego agora tinha passado dos limites, falar que a garota que nunca feriu uma mosca se quer iria fazer aquilo com o "pai"! Aquilo foi o cúmulo dos cúmulos.
Anne estava se controlando para suas não lágrimas descerem, ela não queria chorar, até porque ela odeia chorar por coisas fúteis. Ela sabe que não fez aqui, não adianta chorar por uma coisa que não vale a pena, que foram as palavras de Diego. Ele sempre tirava previsões precipitadas sobre tudo e mais uma vez arrasou com o coração da pequena Anne.
Ela não havia matado Reginald. Nunca. Jamais. Não iria chorar por conta de coisas que Diego fala sem contexto algum. Aliás, quem não deve não teme.
Ela pensava que já estava acostumada com suas indiretas e até mesmos as suas diretas, mas aquilo... Aquilo sim ela não podia suportar. Matar... Era uma palavra forte a se usar contra uma pessoa, era muito forte.
Mesmo não tendo feito nada, ela se sentiu impotente, sem condições de suportar aquela desconfiança toda que Diego tem nela. Isso, mesmo não sendo verdade, a machucou. Anne sempre se perguntou de onde Diego achou tanta desconfiança na menina, aquilo causava dor na mesma e pensamentos ruins, como a de que a qualquer momento pode explodir e acabar machucando alguém de verdade por não saber controlar seus poderes e de que seus outros irmãos também desconfiasse dela.
•£•
Enquanto isso na sala, todos ainda perplexos - com excessão de Five - com o que Diego disse, voltaram do seus transe e Alisson se pronuncia.
— Diego... O que que você fez?! — Alisson se aproxima de Diego. Indignada pelo mesmo ter dito aquilo sem mais nem menos. Assim, de graça.
Diego apenas deu de ombros e se senta no sofá mexendo em sua faca ignorando o que Alisson, Luther, Klaus e Ben diziam. Quando Diego mexe nas facas, todos devemos saber que você mesmo falando o mais alto possível ele não vai te escutar. Diego é muito concentrado no que faz e principalmente com facas, mesmo no mero mexer de facas ele fica muito concentrado.
— Ei, vocês sabem que ele não escuta. Não vai adiantar nada. — Five fala se tele-transportando para a cozinha.
Five não queria ir ver Anne novamente, aquilo poderia acontecer de novo e ele já estava machucado por ter "brigado" com Dolores. Ele ama Dolores, ela foi e sempre será seu primeiro e único amor. Ele finalmente consegui se desculpar com Dolores e estava de bem com ela. Aquele beijo foi uma traição - para Five - e ele não quer que aconteça novamente.
Ele estava tentando se manter o mais longe de Anne, ele não queria tocar naquele assunto porque assim ele se lembraria da sua primeira traição a Dolores, uma mulher que ficou quarenta e cinco anos e meio no fim do mundo. Com ele.
Ele sabe que muitos o acham lunático. Talvez ele seja, mas eram seus sentimentos.
— Five, sei que você quer falar com ela. — Klaus chega na cozinha.
Five não sabia o que queria. Uma parte dele desejava ir falar com ela, mas a outra dizia que se ele fosse lá poderia criar sentimentos, e ele não quer. Para Five ele tinha que ficar longe, e para isso ele tem que ser o mais frio possível. Ele se sentia culpado por aquele beijo, ele traiu Dolores, e isso não pode acontecer novamente e ele tem mais o que se preocupar. O apocalipse.
— Vamos Five. Você deve a ela. Além do mais, você é um completo doido falando com aquela boneca que não tem metade do corpo. Vai falar com gente de verdade, menino. — Klaus sai da cozinha.
— Não fala assim da Dolores! — balbuciou ele.
Five ficou pensativo sobre o que Klaus disse. Realmente, Five meio que devia a Anne. Depois do beijo ele não falou nada com ela. E Five tem que admitir que a companhia da menina fazia o lugar ficar menos... Chato, digamos assim. Five se decide e vai ao encontro de Anne. Ele vê a menina sentada no banco com suas mãos em seus cabelos jogando para trás e respirando fundo, deixando suas lágrimas descerem.
Five coloca suas mãos em seu bolso, respira fundo e vai até Anne. Five tosse, fazendo a atenção da menina se voltar a ele.
— Ah, oi — Anne enxuga as lágrimas e lança um sorriso entristecido para Five.
— Você... Não está com raiva de mim? —Five senta ao lado de Anne.
A menina balança a cabeça dizendo que não. Five a olha confuso, Five pensava que com toda a certeza do mundo ela tinha que ficar com raiva dele. Mesmo aquilo não importando para ele, ele achou aquilo estranho. Ele simplesmente a beijou e deixou-a plantada lá e não falou mais com ela. Isso sim seria motivo para ela jogar o menino na parede e o enforcar. Pelo menos, isso seria feito por Five se tivesse acontecido com ele.
— Eu lhe fiz uma promessa ,— Anne tira os olhos do garoto e olha para frente — e eu vou cumprir.
Five afirma com a cabeça e também olha para frente. Estava um clima estranho entre os dois. Bem, desde o dia que eles se conheceram tem um clima estranho entre ambos. Para Anne é estranho pois ela é como sua substituta, vê-lo ali, era como um medo entrasse nela, um medo que todos a expulsasse ela pois Five já tinha voltado e não precisavam mais dela. E Five... Bem, é complicado.
— Não se preocupe. Handler não vai conseguir tê-la. — Five fala sem tirar os olhos do jardim que estava a sua frente.
Anne olha para ele e solta um sorriso nasal fazendo Five olhar para a morena. Ela apenas assente com a cabeça. Eles ficaram breve minutos se encarando. Aquele sentimento havia voltado novamente. Era como se eles não conseguissem mais parar de se encarar, como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo. Como se fosse um ímã seus olhos sempre se encontravam; era como uma conexão de anos e anos, mesmo nunca tendo se encontrado. Era natural.
Para Anne é maravilhoso ficar encarando aqueles olhos de cor verdes, que parecem tão frios mas no fundo ela sabe que é doce como a cor, e para Five é maravilhoso ver como os olhos de Anne brilham fazendo realçar a cor dele, azul como o céu brilhante.
Sem perceber, os olhos de Five bateram nos lábios da garota, que eram lindos para Five, rosados e nem tão finos e nem tão carnudos. Quando Anne percebe ela levanta do banco como um pulo.
— B-bem... Eu vou... Lá para a sala. — Anne sai apressada de lá.
Será que Five sentia algum sentimento por Anne?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Number eight - Umbrella Academy
Fanfiction[EM REVISÃO!] Anne - vulgo oito - foi a "escolhida" entre as 43 crianças, sendo adotada por Sir Reginald Hargreeves a força da mãe. Reginald Hargreeves sabia o poder que a garota tinha em mãos, então tinha que tê-la rápido. E a melhor desculpa foi...