••𝑭𝒂𝒏 𝑬𝒏𝒂𝒎𝒐𝒓𝒂𝒅𝒂••

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Aquela semana passou voando e Rafa e eu, estávamos literalmente a horas de conhecer nosso novo lar, estávamos eufóricas, ainda mais sem saber quem seria meu novo "chefe". Minhas malas já estavam prontas, mas nós duas iríamos pro aeroporto só as 18 horas, e agora na parte da tarde, estava só esvaziando o que restava no meu apartamento.

Rafa: Oi! Tá pronta S/N? -ela já estava com as malas prontas e tão animada quanto eu-

S/N: Oi Rafa! Eu só vou terminar de limpar algumas coisas e podemos ir. Deixa suas coisas no quarto junto com as minhas, assim que terminar, eu te chamo e vamos pro aeroporto. 

Rafa: Claro! - assim que ela passou pro quarto, a campainha tocou, o que foi muito estranho, não estava esperando por ninguém, mas assim que abri a porta, desejei nunca tê-la aberto-

S/N: Mãe, pai? O que fazem aqui? -era de fato uma surpresa, mas não das boas, e sim aquele tipo que você se sente encurralada e sem poder fugir. Nossa relação nunca foi boa e piorou assim que eu cometi meu ato de rebeldia, e tê-los diante de mim fazia meu coração palpitar, justamente por não saber o que iria acontecer-

Mariano: Ainda somos seus pais. -ele sorriu da forma mais amigável possível, mas eu sabia que não tinha nada se bom naquela situação.-

Paula: Assim que soubemos do seu novo "trabalho", precisávamos vê se você levaria isso a sério mesmo. -sem que eu dissesse nada, mamãe e papai entraram no meu apartamento dando uma bela revisada na minha ex casa e pelas caras, não pareciam nada satisfeitos-

S/N: Sério? Deixaram de agir assim, quando eu não segui o planinho que vocês criaram pra mim. E se me dão licença, tenho um vôo marcado, não posso me atrasar. -eu abri a porta cerrando minha mão contra a maçaneta, torcendo para que eles saíssem para que não houvesse nenhuma briga, mas foi em vão-

Paula: Planinho? Isso ia te manter S/N! Em uma casa grande de verdade, em um emprego de verdade e não nisso que você chama de trabalho. -ela olhava tudo ao seu redor com nojo e já estava fazendo minha raiva aumentar-

Mariano: Esse apartamento é minúsculo S/N. Você não pode largar tudo por um emprego que não vale a pena! Podemos arrumar uma vaga pra você em qualquer consultório do país! Assim como seu irmão. 

Paula: Que inclusive nunca nos deu trabalho, sempre deixou claro que iria seguir uma boa carreira, e ao nosso alcance. 

S/N: Ah claro. Vocês tinham que me comparar ao Gabriel. O filho perfeito, o médico perfeito, irmão perfeito… -eu já sentia as lágrimas de ódio se formarem nos meus olhos, eu odiava nunca ser o suficiente, sempre fui comparada a ele, isso era o que mais me doía-

Mariano: Você é irresponsável S/N! Não pode largar tudo que tem, que inclusive é quase nada por um empreguinho que só pelo que você leu, acha que vai garantir seu futuro! -ele alterava a voz a cada palavra, e eu apenas fechei os olhos, ouvindo cada letra sair de seus lábios, enquanto as lágrimas de raiva banhavam meu rosto-

Paula: Não poupe palavras! S/N, você tem que pôr os pés no chão, tem que ser mais como o Gabriel! O que você quer? Chamar nossa atenção pra você, quer provar que é rebelde? -era demais ouvir tudo calada, por mais que eu ame o Gabriel, ser comparada com ele pelos meus próprios pais a cada vez que nos vemos, é insuportável, eu não podia mais me calar e aceitar isso-

S/N: Nenhum de vocês têm o menor direito de falar isso! Não sabem o quanto eu batalhei pra conseguir o emprego dos meus sonhos! Quantas noites de farra e bebida eu larguei, enquanto todos da minha idade se divertiam, eu estudava, e assim que podia, ia trabalhar pra pagar esse apartamento que me manteve aqui por dois anos! Sem a menor ajuda de vocês! -eu estava berrando, soltando tudo que estava engasgado dentro de mim desde que me entendo por gente, e minhas lágrimas caiam porém eu nem sentia, assim que chegasse em Miami minha vida mudaria e todo meu passado ficaria para trás- E me perdoe se eu não sou o Gabriel, se eu não sou a filha perfeita pra vocês! Mas eu não vou ficar ouvindo vocês falarem mais nada pra mim! Não precisei da ajuda de vocês aqui, também não vou precisar em Miami! E se quiserem, podem ficar aqui, essa casa já não é minha mesmo. Rafa traz as malas vou pegar o elevador! -eu gritei pra ela da sala e corri até o primeiro elevador com toda a dor no coração, eu sentia raiva, ódio, tristeza, qualquer filha, gostaria de ter o apoio dos seus pais ao realizar o sonho e eu precisava aceitar que eu não era uma dessas filhas-

Rafa: Eu ouvi tudo amiga. Você tá bem? -ela pegou na minha mão, eu pus as malas no elevador junto com ela e a abracei o mais forte que pude e deixei todas as minhas lágrimas saírem de dentro de mim. Eu me sentia uma fonte que nunca secaria, mas eu prometi para mim mesma que nunca, jamais alguém me magoaria assim de novo.-

Pouco tempo depois, pegamos um táxi e fomos para o aeroporto, o caminho foi silencioso, mas não desconfortável, e sim apoiador, Rafa, estava ao meu lado, e respeitando meu momento, e sim eu tinha a plena certeza de que sem ela, provavelmente eu não aguentaria metade do que aguentei. 

Logo após a nossa chegada, nosso vôo foi chamado, então entramos no avião e assim que eu estava mais calma, eu me virei pra ela, precisava conversar com a minha amiga, isso seria a cura para qualquer um dos problemas. 

Rafa: Antes de qualquer coisa. Provavelmente eles souberam pelos meus pais, me desculpa S/N, eu não queria causar isso. - eu apertei a mão dela e sorri de leve-

S/N: Não foi. Isso iria acontecer de qualquer jeito, só foi antecipado, e de qualquer jeito nossa relação nunca foi boa. -deixo cair uma lágrima e respiro fundo- só queria que eles não me comparassem ao Gabriel, nunca do que eu fiz, foi suficiente pra eles e sinceramente eu cansei! - assim que terminei de falar, eu voltei a chorar e afundei a cabeça na cadeira do avião.-

Rafa: Ei! Eles não merecem suas lágrimas. Você já provou pro mundo do que é capaz, por isso tá indo lá pra Miami, só conquistar mais pessoas. Não fica assim, eu sempre vou estar com você e nunca haverá, nada e nem ninguém, que seja melhor do que você. -eu apenas sorri e pus a cabeça no ombro dela- 

E pouco a pouco, eu senti minhas pálpebras pesarem, minha respiração se aprofundando e simplesmente adormeci…

Eu sei que quando eu acordar, já estarei em um novo país, com uma nova vida diante de mim e sem depender da antiga, e dependendo de mim, o passado jamais influenciaria o meu futuro...

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