III.

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Hina, você se casou a força, e agora tem filhos, tem um marido maravilhoso e vive a melhor vida possível, como?

— Três simples passos, contrato pré-nupcial, mesmo que o casamento não fosse "real" nenhum dos dois poderia ter relações com outras pessoas; um divórcio que acabaria com a vida dos dois, fazendo o casamento ser obrigatório até a morte, ou uma traição; e pôr fim a convivência. — Ela explicou e saiu do quarto.

Ao ver a morena sair do quarto a mulher foi pesquisar sobre o assunto na internet, pesquisou tudo sobre um contrato pré-nupcial, e então a fúria esquentou seu sangue outra vez.

— Aqui querida, esse chá vai te ajudar. — Ela disse entregando-lhe uma xícara.

— Por que uma mulher como você se casaria com um homem tão, tão...

— Bem, eu tinha acabado de desistir da carreira de psicologia e entrando no ramo do direito, a empresa dele me daria novas possibilidades, mas então eu fui demitida, eu estava no auge da minha carreira, vários outros escritórios de advocacia estavam atrás de mim, e eu aproveitei para aceitar o emprego justo na rival; eu fiz o jogo virar, e fui chamada de volta, mas eu não seria parva a ponto de voltar sem pedir direitos. Eles precisavam de mim, e eu queria uma garantia, então eu ofereci uma proposta irrecusável, eu estaria no topo, e de quebra poderia infernizar a vida do homem que me botou na rua. — Ela explicou com um sorriso no rosto. — Porém, não usei meu lado psicólogo, se tivesse usado saberia que era uma ideia estúpida. Mesmo convivendo com alguém que você odeia o tempo muda tudo, chame de síndrome de estocolmo se quiser, entretanto, é fato, a convivência muda as coisas.

— Então você odiava o seu marido, mas graças ao casamento você se apaixonou? Isso é sem lógica, seria como se eu me apaixonasse por um machista, não tem possibilidade.

— Aí que você se engana, quando você passa muito tempo com uma pessoa, você começa a mudar, as brigas começam a diminuir, começam a resolver seus problemas com diálogo, se acostumam com defeitos irreparáveis uns dos outros, vocês crescem juntos. — Disse com afinidade. — Sei que parece impossível você se casar com um homem tão machista, mas com o tempo você o ajudaria, ele começaria a tomar atitudes diferentes por você, e talvez, só talvez, você começasse a entender o lado dele. A verdade é que convivência muda tudo, não tem como odiar uma pessoa que você convive todos os dias, ainda mais você que se renderia a suas necessidades primitivas. — Zombou.

— Não se faça de santa, a senhorita também tem desejos carnais, todos têm. — Ela diz dando os ombros.

— É verídico, confesso que antes do casamento eu não dava muita importância a esses desejos, eram tão primitivos para mim; entretendo foram eles que me levaram até uma síndrome de estocolmo, odiar uma pessoa enquanto ama ter seu toque não são coisas possíveis, ou você gosta ou não, e olha onde estou agora, casada com dois lindos filhos.

Naquela noite, Marinette foi dormir pensando na ideia mais viável e sem escrúpulos, que havia conseguido pensar. Havia pros e contras, porém ela daria conta dos contras, apenas um que lhe assustava, se apaixonar.

Ao acordar com os raios reluzentes da grande bola de fogo, a mestiça seguiu para seu banheiro para tomar outro banho. Já pronta desceu para o café da manhã.

— Papai não terá o desjejum conosco? — Perguntou ao sentar-se na frente da morena.

— Não fui informada de nada. — Ela explicou calma com os olhos focados em seu iPad.

— Gostaria de lhe avisar, minha querida advogada, que tenho a proposta perfeita, então por favor marque uma reunião com aquele esnobe. — Ela disse se comendo uma torrada com manteiga. — Que seja ainda hoje à tarde.

O Acordo | AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora