XXI.

1.9K 186 108
                                    

━━━━━━━━━━━◤◢━━━━━━━━━━━━

O loiro trocou de roupa e seguiu para a mini academia que havia em sua casa. Tentando tirar sua tensão colocando tudo em exercícios físicos ele começou pela esteira. Seu corpo já clamava para que ele parasse. Com a respiração ofegante e o suor pelo corpo ele parecia um predador atrás de sua presa, a cada minuto que aumentava a velocidade parecia que ia mais lento. Só parou quando seus joelhos falharam.

Com as pernas estáveis de novo ele colocou as suas luvas de box e começou a desferir socos no saco, outra vez tomado pela raiva ele começou a socar forte o saco, não conseguindo o furar por conta da falta de força. Sentindo sua mão latejar de dor ele tirou a luva sentindo a dor quase insuportável. Em segundos a raiva que amenizava a dor passou com ela veio o impacto do machucado.

— Merda, merda, merda... — Repetia colocando a mão em um balde de gelo. — Isso dói tanto. — Resmungou.

Eu deixei ele me tocar. — As lagrimas começaram a escorrer. — Eu não queria, eu não quis, mas ele era mais forte, eu estava assustada. — Soluçou. — Me perdoe por ser tão fraca.

"Eu... Eu não gosto nem de me lembrar, então por favor não me pressione".

"Ele... ele me jogou na cama, no começo até eu gostei, mas então ele me imobilizou na cama, com uma mão ele pressionou meu pescoço com força, com a outra ele segurou meus pulsos... então ele... ele tirou minha saia e minha calcinha e tirou a calça dele".

— Ele... ele a machucou... e eu não fiz nada! — Disse trincando o maxilar e fechando a mão em um pulso.

"Ele a machucou e eu não fiz nada!"

Aquela frase martelava em sua cabeça, como uma música no replay, uma tortura incessante. Sentiu seus olhos arderem pelo líquido lacrimal que os enchia. Outra vez com a mão anestesiada pela adrenalina da raiva, o loiro não pensou, apenas se virou e socou com toda a força que tinha a primeira coisa que sua mão acertou.

— Adrien! — Disse assustada.

Ele havia arrancado um pedaço da parede com seu soco, não era um pedaço muito grande, mas era assustador. A mestiça sentiu seu coração ser pisado ao ver a mão do loiro sangrando e as lágrimas escorrendo pelos seus olhos. Aquela visão era desumana, era como se ela estivesse se vendo por um espelho.

— Você quebrou a parede, acho que precisamos conversar. — Disse Nino calmo ao lado de Marinette.

— Meu amor você... — Tentou se aproximar, mas foi parada por Nino.

— Eu vou tentar acalma-lo.

— Mas eu...

— Marinette vá terminar o jantar. — Ele disse calmo segurando os dois ombros da garota.

— Não ouse encostar nela! — Gritou indo para cima do amigo e o pegando pela gola do terno.

— Eu já a soltei. — Disse ainda calmo mostrando suas mãos para cima.

— Adrien é o Nino, ele não me machucou, fique calmo. — Ela pediu tocando o rosto do maior.

— Acho que deve explicações para sua esposa, então que tal se acalmar para depois conversar com ela? — Nino insistiu calmo.

— Tudo bem meu amor, me deixe a sós com o Nino, depois irei conversar com você. — Disse beijando a testa da esposa.

— Qualquer coisa me chame. — Disse antes de sair.

— Eu te vi com esse olhar uma única vez, quando saímos da igreja e você teve em mãos a carta da Kagami dizendo que ela havia fugido com o amante dela. — Nino começou e Adrien voltou a mão para o gelo. — Lembro de ter que te dopar com um calmante para que você não fosse atrás deles. Você tinha o mesmo olhar cheio de ódio e lágrimas, mas você não estava triste por ter sido deixado em um altar, você estava triste por não ter sido o suficiente. — Completou vendo Adrien o olhar com um sinal de que não queria mais ouvir aquela conversa. — Liguei para a Chloé assim que você chegou, ela me disse que foi conversar com a psicóloga da Marinette, sobre assuntos haver com o Félix.

O Acordo | AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora