XVI.

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Eu não quero acordar, se isso for um sonho apenas me deixe aqui, não me acorde até que eu possa dizer que a amo também. — O loiro ainda apagado pensou em seu subconsciente.

Como se seu corpo estivesse flutuando no espaço, sem estrelas, planetas entre outros, apenas uma densa e profunda escuridão, ele não sentia medo, ele estava farto de sentir medo.

Adrien pare de chorar, você parecia uma garotinha chorona.

Adrien não seja ingênuo, amor é uma idealização de um conto de fadas feminino.

Mostre sua masculinidade.

— Eu não preciso provar nada a ninguém. — Pensou convicto. — Eu posso ser o que eu quiser, não preciso ter uma vida sexual com várias para provar minha sexualidade, não preciso fingir indiferença, eu posso chorar, sorrir, sentir raiva; eu posso amar, posso ser fiel, cavalheiro, romântico, doce, fofo. Eu não preciso mais temer a opinião alheia.

Flutuando em seu próprio consciente Adrien finalmente entendeu, não precisa da aceitação de ninguém além da dele. Ele não seria o homem que todos esperavam, ou como a maioria é. Ele seria Adrien Agreste, como sua mãe o educou.

— Marinette obrigada, por liberar a minha alma.

Eu quero te amar. Aquela demonstração, ela estava se abrindo e não tinha medo, Adrien também queria superar seu trauma, ele queria sentir outra vez.

Você irá perder as pessoas, mas não tenha medo meu filho, você sempre terá alguém ao seu lado. — Disse sorridente acariciando o rosto do filho.

— Mãe, pela primeira vez eu sinto que tenho alguém, eu não tenho mais medo, eu consegui mamãe, agora eu posso... eu posso amar. Me leve de volta, eu preciso dizer que a amo.

— Adrien, você não pode ama-la, não pode amar alguém que você criou. É como nos seus outros sonhos com ela querido, tudo imaginação sua. — A doce voz que vinha do vazio fez Adrien ser cosomido por um medo surreal.

Logo assimilou aquela bela voz a de sua mãe, então por um momento se permitiu abrir os olhos, apesar de não enxergar nada. A parte racional de seu cérebro começou a trabalhar. Ele havia recebido uma resposta de sua mãe? Aquilo parecia tão real que por um momento ele achou que estava morto.

A claridade tênue dos raios solares, comuns naquela época do ano, fizeram o loiro abrir seus olhos com dificuldade. Não só sua cabeça como também seu peito doía muito, se esticou na cama, esfregou os olhos e se virou. Viu a cama vazia, estava apenas ele ali, por um momento estranhou.

Não, não, isso foi um... um sonho? — Pensou assustado.

— Olha só quem finalmente acordou. — Disse a fina voz invadindo o quarto. — Você me assustou, ficou bastante tempo desacordado, terei que marcar um médico para você urgente. Isso está fora do comum. — Disse mexendo no seu celular. — As garotas da empresa me contaram que Lila se demitiu, bem, diga olá para sua nova secretaria. — Concluiu.

— Espera, o que aconteceu? — Perguntou confuso.

— Você desmaiou, ficou a noite inteira dormindo, ficamos preocupados, acho que deu um ataque de pânico misturado com asma. — Explicou ainda mexendo no celular. — Então como se sente? Sonhou muito?

— Então foi tudo um sonho? — Confuso sussurrou.

— Como?

Estava assustado, queria sair pela casa atrás de Marinette, mas obviamente não podia, aquela vida, aquelas palavras, aquela libertação, tinha sido tudo um sonho? Era tudo o que se passava na cabeça do loiro.

O Acordo | AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora