O Acordo | Adrinette

IV.

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A mestiça entrou no elevador cheia de ódio, respirou fundo e voltou a colocar seus óculos escuros.

— Você não vai falar nada mesmo? — Especulou.

— O que você quer que eu fale? — Ela suspirou. — Como sua segurança foi uma ideia completamente obtusa, se casar com alguém que não conhece, ele pode te agredir, sabia? Como sua advogada tenho que lhe parabenizar, foi realmente um check mate, porém imprudente. Como sua psicóloga, acho que se tratar com um psiquiatra seja a melhor solução no momento, já que, pelo que é notório, você perdeu completamente o senso. — Ela disse com sarcasmo.

— É, você deveria ter ficado quieta. Antes que pergunte, irei me casar com aquele homem de qualquer jeito, não me importa se eu me vendi como um objeto, foi por um bem maior.

A mestiça não disse mais nada, mantéu seu silêncio. Desceram do elevador, olhada por todos ao seu redor, a garota tentou focar na porta de saída invés de olhar para todos. Saiu pela grande porta e foi parada por paparazzi e repórteres.

— É verdade que venderam metade das ações para as empresas Agrestes? — Uma repórter se meteu na frente de Marinette.

— Perdão, estou atrasada para outro compromisso, falaremos disso em outro momento. — Ela tentou passar pela repórter, mas não teve sucesso.

— Eu sei que estão todos curiosos, mas terei que roubar a senhorita Dupain-Chang um momentinho. — Disse uma voz masculina com sotaque italiano puxando o braço da morena. — Te salvei?

— Você sempre me salva. — Disse a mestiça abraçando-o com aspiração. Lorenzo Pietro era seu melhor amigo desde o fundamental, se distanciaram após a formatura na faculdade, mas ainda tinha laços fortes. — Senti tanta sua falta meu amigo. — Ele retribuía com a mesma intensidade. — Você está diferente, vejo um anel lindo em seu dedo, não me diga que já se casou e não me convidou.

— Preferimos casar apenas do civil, por enquanto. — Ele explicou sereno. — Já pode abaixar suas armas. — Ele brincou levantando as mãos.

— Se eu não for chamada para o casamento você será um homem morto. — Ela ameaçou com o olhar e ele riu.

— Teremos uma reunião juntos amanhã. Que tal um almoço depois? Você pode aproveitar e me contar como estão indo as coisas.

— Eu adoraria, você também pode me falar sobre a mulher que te roubou de mim. — Ela brincou.

Lorenzo e Marinette sempre foram o casal padrão, apesar de ser Italiano, Lorenzo cresceu e estudou em Paris, destinado a ser presidente futuro das empresas de sua família em Milão. Seus pais sempre apoiaram o relacionamento entre ele e Marinette, pois uma aliança entre famílias tão poderosas na indústria da moda era um golpe de mestre. Entretanto eles cresceram como irmãos, e esse tipo de relação nunca atraiu nenhum dos dois.

Após se despedir do velho amigo, ela seguiu para sua casa, pensou em passar em algum lugar, mas acabou desistindo, queria apenas sua cama e um chá de camomila.

Quando chegará em casa agradeceu por não trombar com seu pai. A consciência de Marinette já estava pensando pela sua decisão, que agora parecia precipitada.

Subiu direto para o quarto e se jogou na cama. Ficou mexendo em suas redes sociais, respondeu as zilhões de mensagens que Alya e Nathaniel haviam lhe mandado. Recebeu os ensaios de fotos que Aurora havia feito em Cancún. Valentina não esteve muito presente nos designers dos biquínis, mas Alya havia feito um trabalho espetacular, a mestiça se perguntava porque a morena continuava a querer trabalhar só como uma secretaria, ela tinha um dom inaudito.