XVII

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Encarando aqueles olhos verdes esmeralda, aqueles olhos que passavam tanto conforto e segurança, agora tinham um brilho diferente, qual a mestiça não soube decifrar, só pode notar que ele provocava um medo avassalador em seu corpo.

Sem saída com suas costas encostadas na parede, suas tênues mãos suavam e tremiam, seus joelhos batiam um no outro, suas pernas não pareciam aguentar seu próprio peso. Com um nó na garganta a garota se viu quase sem voz. Tentando se manter calma e se explicar ela encontrou sua voz e disse tremula:

— Adrien eu posso te explicar, por favor, me deixe te explicar. — Suplicou com terror.

O loiro parou em sua frente com a respiração pesada, ao fundo podia ouvir a voz de Nino e Chloé suplicando para que o mais alto se acalmasse. Com toda aquela adrenalina Marinette se sentiu perdida, presa e assustada no olhar do loiro a sua frente.

— Você está com medo de mim? — Ele perguntou em um sussurro.

— Eu... — Hesitou encarando ele. — Eu... — Fechou os olhos e pressionou os punhos com força.

Não podendo evitar, as memorias regressaram...

Adrien havia caído no chão na noite anterior e ela gritou desesperada por ajuda, quando Chloé apareceu com os medicamentos.

— O que aconteceu? — A loira perguntava aflita.

— Eu... eu não sei.

— Como não sabe? — Berrou.

— Chloé não é um bom momento para perder o controle agora. — Nino disse calmo.

Nino havia colocado Adrien na cama, Marinette colocou um pano húmido na testa do loiro. Apesar de Chloé dizer que o medicamento iria fazer ele dormir por um longo tempo Marinette queria que ele acordasse logo para que ele mesmo a dissesse que estava bem.

A loira ficou bastante tempo na casa, foi embora depois da meia noite quando se sentiu cansada demais para ficar, Nino fez de tudo para Marinette ir dormir, mas ela queria cuidar de seu marido. Cedendo a teimosia da mestiça Nino foi dormir.

A mestiça permaneceu sentada ao chão do lado da cama, lutava prontamente contra o cansaço, mas não conseguiu, seu corpo e seu psicológico estavam exaustos pelos ocorridos dos últimos dias, nem mesmo ela percebeu o momento que seus olhos se fecharam lentamente.

De manhã Chloé chegou cedo, Nino já de pé pedia a governanta para arrumar o café. Quando a loira entrou no quarto viu Marinette ainda sentada no chão apenas com a cabeça deitada na cama ao lado de Adrien, que nem havia se movido.

— Ela realmente ama ele. — Nino disse como um suspiro.

— Amor ou não, esse sentimento já os corroeu uma vez, estão fadados ao fracasso, prova disso é que mesmo após terem seus corações partidos eles voltaram um para o outro. — A loira disse observando a cena com tristeza.

— Eles foram o primeiro coração partido um do outro, talvez saibam se concertar.

— Aí está, a pessoa que quebra seu coração nunca saberá como concerta-lo, você mesmo precisa dar um jeito de concertarem.

— Sabias palavras, parece até experiente no assunto. — Zombou amigavelmente.

— Olha as horas Nino, ainda está cedo demais para me fazer bullying. — Disse com uma careta.

— Okay... — Ele riu.

— Marinette. — A loira chamou a mestiça.

Marinette acordou confusa, mas logo pegou uma peça de roupas e foi tomar banho no quarto ao lado, onde ela queria fazer seu escritório. Depois de trocar de roupa voltou ao quarto, entretanto ao ouvir a voz de seu marido ela parou na porta, não sabia exatamente o motivo, mas algo dentro dela preferiu ouvir a conversa dali.

O Acordo | AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora