Estou em Konoha ? (Revisado)

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Acordo durante a madrugada, do quarto ouço uma conversa acalorada de meus pais no quarto do fim do corredor.

Pai: Sua filha é uma ingrata que não entende a sorte grande que tem.

Mãe: Não podemos forçá-la a estudar na província de Osaka meu bem, de Tóquio para Hyogo são 1:30h de avião, sem contar que ela ainda sofre com a timidez.

Pai: Ela é problemática, vive naquele quarto assistindo aquela porcaria de anime ... Ela vai seguir meus passos e vai ser uma médica.

Mãe: Mas ela não está feliz com isso, ela tem estudado somente para te agradar, nossa filha tem outros sonhos, desde que ela começou a treinar esgrima ela desenvolveu o amor pela arte das espadas.

Pai: Minha filha não vai ser uma esportista e muito menos vai duelar profissionalmente. Ela vai estudar medicina, vai encontrar um bom médico e irá se casar, depois que ela engravidar ela vai cuidar dos filhos. É essa a vida que eu sonhei pra ela .

Mãe: Não deixarei você arruinar os sonhos da nossa filha só por um capricho seu.

Pai: Se ousar ir contra as minhas ordens eu juro que irei afastar ela de você e te deixarei na sarjeta. - minha mãe começou a chorar.

Mãe: Você mudou, me tirou do Brasil para isso ? Para ser ameaçada a cada cinco minutos ?

Pai: Você sabia das tradições. Sua cultura é diferente da minha Anata, na sua cultura as mulheres trabalham, são independentes ... Aqui as mulheres obedecem seus maridos. Se não quiser ficar não te obrigarei mas minha filha fica comigo.

Depois de ouvir um silêncio eu penso na hipótese de fugir de casa, abro meu guarda roupas mas logo desisto. Se eu fugir meu pai pode achar que é ideia da minha mãe e a punição para um ato como este é a morte no Japão. Fecho a porta do meu closet e volto pra cama.

Deitada eu penso em como seria minha vida se eu morasse num país como o Brasil. Sabe, minha mãe é Brasileira, uma linda carioca sambista que deixou um rico médico Japonês apaixonado. Meus pais se conheceram no carnaval e dizem que foi amor a primeira vista. Não que eu não acredite no amor, mas acho que olhar pra uma pessoa uma única vez na vida não pode ser o suficiente para te fazer perder a cabeça por ela.

Minha mãe deixou o país e seus sonhos para viver ao lado de meu pai no Japão. Depois ela logo engravidou do meu irmão, ele é 3 anos mais velho que eu e se tornou uma cópia do meu pai. Soichiro é frio e egoísta e nosso relacionamento não é um dos melhores, isso porque eu fui adotada. Meus pais me encontraram próximo ao condomínio e minha mãe se apegou a mim. Como meu pai é um médico influente eles me adoraram desde meus primeiros dias de vida.

Não posso reclamar do meu pai cem por cento, quero dizer, ele cuidou de mim, me deu uma boa vida e me proporciona sempre o melhor, seu único defeito é pensar que o dinheiro pode comprar qualquer coisa tipo amor e respeito. Penso na minha mãe e no meu pai e uma certeza me invade o coração: "Se for para ver minha mãe bem e a salvo eu vou para Hyogo, o quanto antes."

Com essa certeza eu volto a dormir e apago. Horas depois meu despertador toca anunciando que já era hora de eu ir pro colégio. Tomei um banho rápido, coloquei meus livros na mochila, o celular e os fones de ouvido. Fui em direção a cozinha e encontrei meu pai tomando café ao lado do meus irmão.

- Onii-san, Otousan - meu pai me olhou fixamente - Gozaimasu ! - ele sorriu.

Pai: Não precisamos de tanta formalidade, não dentro de casa.