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A noite era espessa e silenciosa, envolta em uma névoa gélida que cobria o horizonte, escondendo as estrelas. Ao longe, a mansão de Anthony se erguia solitária, as luzes apagadas, como se a escuridão houvesse tomado posse não apenas da noite, mas também de sua alma.
O vento, gélido e implacável, uivava pelas frestas, como se quisesse contar uma história esquecida, uma história que ninguém mais se atrevia a lembrar. A escuridão, espessa como uma sombra que se recusava a ser dissolvida, engolindo tudo ao redor. Não havia estrelas naquela noite, apenas uma névoa densa que pairava, como se o mundo estivesse suspenso, esperando algo que estava prestes a acontecer, mas que ninguém ousava dizer.
No alto do morro, onde o solo parecia absorver o som, uma figura se destacava, coberta por um manto pesado que se movia com a suavidade de um espectro. O capuz, que caía elegantemente sobre seus ombros, moldava seu rosto com sombras sutis, destacando as linhas delicadas de sua mandíbula e os traços esculpidos de sua pele.
Ela estava parada, como uma estátua, mas seus olhos estavam fixos, observando a mansão distante com um olhar que parecia ver além do visível. Ao seu lado, o homem não falava, mas suas mãos estavam firmes, seus ombros tensos. Ele também observava a casa, mas de um modo diferente — uma sensação de expectativa, uma consciência de que algo havia sido perdido, e que aquele momento não tinha mais volta.
— Ele fez a escolha dele. — o homem murmurou, e as palavras cortaram o ar, frias e definitivas, como uma sentença que não poderia ser alterada.
— E não foi por você. — concluiu.
— Anthony sempre teve uma inclinação para escolhas... imprudentes — disse ela, sua voz tão macia quanto sedosa, mas com uma pontada de veneno escondida em cada palavra. — Ele se esqueceu quem sou. Esqueceu a quem pertence.
O homem ao seu lado permaneceu em silêncio, mas seus olhos, estreitos e atentos, observavam a mulher com um interesse que beirava o estudo. Ele sabia que não era sábio interromper seu discurso, pois a tensão nas palavras dela parecia carregar algo mais, algo que o fazia desconfortavelmente ciente de que estavam à beira de algo perigoso. Ele não ousava perguntar, mas a inquietação se arrastava em suas veias.
Ela avançou um passo, seus olhos fixos na mansão distante, como se penetrassem suas paredes, absorvendo cada fragmento de sua essência. Um sorriso malicioso, quase imperceptível, se formou em seus lábios, uma expressão que exalava tanto prazer quanto desdém.
Havia algo profundamente perturbador na maneira como ela se movia, uma mistura de precisão e indiferença, como se cada gesto fosse uma peça cuidadosamente calculada para mexer com as emoções mais primordiais de quem a observasse. Não era apenas o controle sobre seu corpo, mas sobre o próprio ar ao seu redor — um poder que era tanto sedutor quanto ameaçador.