¹⁶ || Não é simples

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³⁹⁰¹ Words

     Descemos do avião juntos, o zumbido das turbinas ainda ressoando em meus ouvidos

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     Descemos do avião juntos, o zumbido das turbinas ainda ressoando em meus ouvidos. O ar do terminal era diferente, uma atmosfera mais pesada do que o ar puro da vegetação.

     Olhei para ele, suas feições refletindo quase a mesma excitação contida que eu sentia. Caminhamos em silêncio, nossos passos ecoando no piso polido, enquanto nos dirigíamos à esteira de bagagens, observando as malas passarem uma a uma, até que finalmente avistamos as nossas. Quando avistamos as nossas, Anthony se adiantou, pegando-as as únicas duas.
Ao sairmos do terminal, a brisa fria do lado de fora nos envolveu, trazendo consigo um sopro de realidade, dissipando o torpor do voo. Havia algo reconfortante em estar novamente em solo firme, mesmo que em uma cidade desconhecida. À nossa espera, um homem aguardava ao lado de um veículo.

     O carro era uma SUV de luxo, deslumbrante e sofisticada. Os vidros pretos refletiam a luz da lua, conferindo um ar de mistério e exclusividade. O acabamento em preto brilhante era impecável, e as rodas cromadas davam um toque de elegância. O motorista, por sua vez, era um homem alto e robusto, vestido impecavelmente em um terno preto que se ajustava perfeitamente ao seu porte atlético. Seus olhos eram atentos e calculistas, passando uma sensação de segurança e controle. Havia uma firmeza em sua postura, uma presença que deixava claro que ele estava ali para garantir nossa tranquilidade.

    — Senhor Ergen? — ele chamou, a voz firme, mas respeitosa. Anthony assentiu, e o motorista abriu a porta traseira do carro, gesticulando para que eu entrasse primeiro.

     O interior do veículo era um refúgio de luxo e sofisticação. Bancos de couro macio e bem trabalhado, um painel moderno com luzes suaves e tecnologia de ponta, tudo exalava conforto e classe. E assim que a porta se fechou,  o som e o caos do aeroporto foi abafado.
Dentro do carro, o som do motor era suave, quase imperceptível. Eu observava a cidade passar pela janela, enquanto o carro se movia suavemente, sentindo uma mistura de ansiedade, de curiosidade.

   — Você está bem? — A voz de Anthony, quebrou o silêncio. Sua voz suave, mas genuína em preocupação.

   — Estou… — comecei, hesitando um pouco antes de continuar. — Estou um pouco nervosa, para ser honesta.
Ele virou-se ligeiramente para me encarar, seus olhos fixos nos meus. Seus dedos apertaram minha mão levemente, um gesto de conforto silencioso, mas ainda havia uma distância entre nós.

   — É normal se sentir assim. Eles vão adorar você, eu prometo.

   — Eu sei, é só que... sua família é tão diferente do que estou acostumada. E, além disso, anjos caídos... é um pouco intimidador. — Minha voz saiu quase num sussurro enquanto eu olhava para as minhas mãos entrelaçadas com as dele.
Anthony sorriu, um sorriso sincero que iluminava seu rosto e, lentamente, conseguiu me acalmar.

MEᑌ ᗪOᑕE CᗩTIᐯEIᖇOOnde histórias criam vida. Descubra agora