Coração de Gelo - Livro II

Cap 13

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Gw;

Filha da puta me deu uma cabeçada do caralho, cheguei a ficar tonto.

Cambaleei pra trás e esbarrei no sofá, chacoalhei a cabeça e encarei a Rafaella.

Que tava sentada no chão e encostada na parede, toda encolhida.

Gw: Rafa.. - fui indo pra perto dela que se encolheu mais ainda - Coé, era só pra te assustar.

Rafa: Você fingiu que ia me estuprar, pra me assustar? - suspirei e sentei longe dela.

Gw: Caralho, passei dos limites né? Porra.. - esfreguei a mão no rosto e bufei o rosto.

Fiz merda pra caralho.

Queria dar um sustinho nela, só pra ela largar mão de ser folgada.

Não sabia que ela ia ficar assim não e nem queria que ela ficasse assim. Até o jeito dela olhar pra mim chegou a mudar.

Gw: Tô ligado que não vai mudar em nada, mas pô desculpa - encarei ela - Tu já não tava gostando de mim, depois dessa.. só que tu também vacilou, falou de um bagulho que meche comigo.

Rafa: Então se alguém fala de uma coisa que meche com você, você faz uma brincadeira totalmente idiota e ridícula? Que merda você tem na cabeça? Você sabe o trauma que eu tenho por duas tentativas de abuso, aí decide que vai tentar me assustar com isso?

Gw: Eu sei da porra do teu trauma, mas na hora eu nem tchum pô.. eu também tava com raiva das paradas que tu faz. Não consigo mais controlar  os surtos de raiva não.

Rafa: Essa é a desculpa? Que não consegue controlar os seus surtos? - levantou passando a mão no rosto - A essa altura do campeonato, você nem devia ter esses surtos. E o pior disso, é que acaba afetando os outros, você sabe..

Gw: E tu quer que eu faça oque? - balançei a cabeça - A última vez e a única que eu fiz um tipo de tratamento e pá, tu sabe quando foi..

Fechei os olhos encostando a cabeça na parede, caralho.

Rafa: William, isso não se trata só de você e nunca se tratou. Apesar doque acabou de acontecer, eu vejo que você  precisa de ajuda. E porra.. eu tô disposta a te ajudar, se você me ajudar.

Abri o olho e ela tava em pé na minha frente, com o braço esticado.

Gw: Depois dessa, tu quer me ajudar? - segurei na mão dela que negou.

Rafa: Não vou te ajudar, vou fazer um favor a humanidade - deu risada - E todo mundo saí ganhando.

Levantei ainda segurando na mão dela.

Gw: Desculpa aí, namoral mesmo. Faço os bagulho sem pensar e pá - ela deu de ombros.

Rafa: Para de falar, antes que eu termine aqui mesmo o que eu começei - puxou a mão e ajeitou a blusa dela.

Cruzei os braços e lembrei do bagulho que ela falou sobre o meu pai. Maior caô falar essas paradas.

Gw: Rafaela? Aquele bagulho que tu me disse..

Rafa: É, o seu pai tá vivo - ergueu a cabeça me encarando - Eu gostei dele, a cada dez palavras cinco, eram dizendo como você era um otário.

Essa porra tá estranha.

Gw: Só isso? Fica difícil de acreditar nesse bagulho. E porra, meu pai nunca foi simpático.

Rafa: Aí o problema é seu. Ele é simpático sim, do jeito dele mas é. Tipo eu, sou uma pessoa super simpática.

Dei risada e passei por ela sentando no sofá.

Gw: Oque mais que ele te falou? - coloquei a arma dela em cima da mesa de centro.

Rafa: Nada demais William, nada que você precise saber - sorriu arrumando  o cabelo - Eu vou embora, logo mais a gente se tromba por aí.

Gw: Vai ir embora como? Se quiser eu te levo.

Rafa: Bruno tá vindo me buscar, deve tá chegando já - assenti e engoli em seco - Deixa eu perguntar, a Eduarda se formou em que?

Gw: Ela é advogada pô, tu desistiu? - ela negou.

Rafa: Eu faço faculdade online, mas que pena que ela desistiu da medicina. Vai ter que se virar sozinho.

Encarei ela sem entender, até ela pegar a arma e atirar na minha direção.

Já de cara minha perna começou a sangrar e doer.

Gw: Caralho, porra.. - ela tava rindo - Pra que isso?

Rafa: Jura que você não sabe? E para de reclamar que isso aí não é nada, só precisa chamar alguém pra te ajudar.

Colocou a arma no bagulho que tava na cintura e foi pra perto da porta.

Rafa: Tá desculpado, mas agora vai ter que se virar.

Assenti e ela abriu a porta, desgraçada meteu o pé. Só não vou reclamar por que esse tiro eu merecia.

...
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