Observo a minha turma escolar conversando, e encosto minha cabeça na mesa com tédio. Estou na casa de campo do Niall, meu melhor amigo e da Karen a minha outra melhor amiga, eles são irmãos e meus únicos amigos. A sala que estudo é cheia de pessoas mesquinhas que só se preocupam com eles mesmo.
— O que você acha, Zara? — um colega de turma me pergunta. O olho confuso pois não escutei sobre o que eles estavam falando — Sobre as bruxas, que elas devem ser queimadas na fogueira.
— Esse é um pensamento ridículo e do tempo medieval, sem falar que é um ato sem escrúpulos!_afirmo. Suspiro pesadamente só de saber que esse é o pensamento de toda a população que mora na Pensilvânia. O pior de tudo é que até meus pais apoiam essas ideias de que bruxas devem ser queimadas na fogueira. Aqui no condado há boatos de que existe bruxas, e que se existir provas concretas sobre isso, elas deverão ser queimadas vivas.
Esse é um assunto muito sensível para mim, não sei porquê.
— A Zara é a defensora das bruxas — Loren fala me olhando debochada. A Loren é uma das garotas que me odeiam, sem nenhum motivo plausível.
— Eu defendo o que acho certo, queimar uma pessoa viva deveria ser crime por aqui! — rebato para ela.
— Vocês estão um saco, puta merda! — Niall, o meu amigo, diz irritado — Vamos mudar de assunto!
— É gente, credo! — Karen fala impaciente encostando a cabeça no meu ombro.
— Então Zara, tava pensando da gente ir no cinema esse final de semana? Eu e você? — Tim diz piscando para mim, com o outro amigo dele cochichando no seu ouvido.
— Nem vai dá cara, chamei ela primeiro! — o outro diz. T
Realmente ele me chamou primeiro e não dei nenhuma resposta. Até sairia com um deles se não soubesse o motivo do convite. Eles fizeram uma aposta para tirar a minha virgindade, assunto que não é do respeito de ninguém e não sei como descobriram.— Desculpe rapazes, mas recuso os dois convites — digo sorrindo cinicamente — Garotos idiotas não fazem o meu tipo.
— Acho que você se acha muito Zara, não gosto de garotas com opiniões! — Tim fala e solto uma risada irritada.
— É por isso que nenhuma quer você! Ah, e não perguntei sobre o que gosta ou não! — falo e ele me olha irritado. Me levanto da mesa — Vou dar uma volta! — digo para Karen saindo dali rapidamente. Deixo a área de lazer e entro na mata a frente.
Estou morrendo de calor! O Niall me falou que tem um lago aqui perto e que ninguém frequenta, decido procurá-lo.
Assim que encontro, tiro minhas roupas ficando nua. Não vai aparecer ninguém mesmo. Entro na água gelada suspirando aliviada e com satisfação, mergulho começando a nadar.
Emergi logo após, fico brincando com a água e paro estática ao escutar um grito masculino de dor.— Maldição! Caralho!! — escuto a voz grossa e rouca xingar me deixando arrepiada e trazendo sensações quentes para o meu corpo. Arregalo meus olhos ao ver um cara alto, moreno, forte saindo de trás de uma árvore com o abdômen sangrando. Arfo surpresa e tapo meus seios com o braço, olho para as minhas roupas que estão na terra firme e bem longe de onde estou.
O homem cambaleia caindo no chão e soltando mais palavrões. Não deixo de reparar o quanto ele é bonito, o mais bonito que já vi.
— Droga! —resmungo assim que ele vira o rosto e começa a olhar para mim parecendo surpreso, ele me fita inteira e de modo intenso me deixando constrangida. Meu coração bate freneticamente. Mordo meus lábios nervosa, não posso sair da água pois ele me verá pelada.
— Poderia me ajudar? — ele diz, coçando a garganta e grunhindo de dor.
— É... — procuro palavras para falar algo. Uma coisa difícil para mim é recusar ajuda para alguém, mesmo que ela não mereça — Não vai dar, eu não te conheço. Pode ser uma maníaco, assassino e algo do tipo. E também não posso sair da água — falo com as bochechas vermelhas.
— Preciso de ajuda para ficar em pé —diz tocando o abdômen — E não sou nenhum maníaco ou assassino, e também não vou olhar para você! — diz apontando o dedo para mim —Fecho os olhos, princesa! — diz com um sorriso no rosto e bem bonito.
— Não confio em você! — digo, colocando meu cabelo em cima dos seios.
— Então toma isso, veste e me ajuda —diz jogando uma camisa que estava no ombro dele para mim. Pego a camisa com receio, vestindo no meu corpo ainda dentro da água — Me ajuda! —diz grunhindo. Saio da água ajeitando a camisa que ficou grande em mim, cruzo meus braços e encaro seu rosto. Mais bonito de perto.
— A palavra mágica? — digo esperando que ele peça "por favor". O cara me encara com um sorriso debochado e retribuo do mesmo modo.
— Por favor! — diz a contragosto.
— Seu nome e depois te ajudo! — ele me encara incrédulo.
— Se eu disser o meu nome, você não irá me ajudar! — resmunga e fico sem entender.
— Seu nome, desconhecido! — peço novamente.
— Richard... Richard Green! — arregalo meus olhos. Puta merda!
Richard Green. O filho da bruxa! É ele!
E não é nada horrível como dizem. Pelo contrário, ele é lindo!— Sou a Zara Campbell — estendo a minha mão para ajudá-lo a levantar e ele demora alguns segundos para pegá-la. O ajudo a levantar, e ele fica em pé com dificuldade. Nossa, o Richard é bem alto — O que foi? —indago envergonhada, ao vê-lo fitando meu rosto.
— Você é diferente — arqueio minha sobrancelha.
—Diferente? De um jeito bom ou ruim?
— Bom, você não fugiu quando descobriu quem sou — Richard diz.
— Eu deveria fugir? — indago o olhando nos olhos.
— É o que todos fazem, princesa! —reviro meus olhos com o "princesa".
— Não sou todo mundo, Richard! — rebato. Abro minha boca para falar algo mas ele me impede, tapando a minha boca com a mão, e me puxando com ele para ficar de trás de uma árvore enorme. Tento me debater, totalmente confusa.
— Fica quieta! —ele manda sussurrando e inclinando a cabeça para olhar depois da árvore. Minhas costas estão encostadas no tronco da planta e o peito duro e forte dele pressionado sobre o meu corpo, sua mão desce da minha boca e envolve a minha cintura. Sigo seu olhar depois da árvore que se direciona à beira do lago. Arfo assustada ao ver uma coisa agachada perto das minhas roupas jogadas no chão, não é um homem mas tem traços de um. A coisa tem o corpo cortado e sangrando, algumas partes enfaixadas, não possui olhos, um nariz e uma boca enorme com dentes afiados.
— Meu Deus! O que é isso? — sussurro assustada, com meu coração batendo freneticamente. Parece um monstro!Esse monstro pega as minhas roupas e começa a cheirar, junto com a minha lingerie — Richard, o que ele está fazendo? — sussurro me apertando contra ele. Ele me passa confiança, o que é estranho pois o conheci agora.
— Eu não sei! — ele sussurra me encarando perdido. O monstro começa a grunhir, rosnar —Parece estar se comunicando.
— Se comunicando? Com quem?— pergunto confusa. Olho novamente para a beira do lago vendo aquela coisa desparecer levando minhas roupas, tudo que eu estava vestindo! — Ele levou minhas roupas! Richard! Por que as minhas coisas? O quê? — aperto meus cabelos confusa e com meus olhos lacrimejando.
— Ei, se acalma, princesa — ele passa os dedos pelo meu rosto fazendo carícias — Vamos descobrir o que é aquilo, e porquê levou suas roupas —diz calmamente — Conheço alguém que deve saber.
— Quem? — indago curiosa.
— A minha mãe! — balanço a cabeça positivamente. Por que aquela coisa pegou as minhas coisas? Eu não entendo!
Olho para o Richard que aperta os olhos nervoso, ele pega a minha mão e faz um sinal para seguimos em frente, para encontrar a mãe dele.
O que está acontecendo, meu Deus?
Por que as minhas roupas?
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The Prophecy - Duologia Mystical Prophecies
RomanceRichard Green é o cara temido, sedutor e antissocial que mora no pequeno condado da Pensilvânia. Ele não frequenta os colégios burgueses e nem sequer convive com os outros adolescentes de sua idade. O motivo? Ninguém chega perto de Richard pois dize...