Capítulo 3

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— Não vai me falar quem era o gatinho com quem você sumiu ontem e apareceu do nada vestida apenas com a camisa dele, princesa? — minha amiga pergunta mais uma vez e a encaro impaciente— Já sei, vai falar o que disse para todo mundo "Eu perdi minha...

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— Não vai me falar quem era o gatinho com quem você sumiu ontem e apareceu do nada vestida apenas com a camisa dele, princesa? — minha amiga pergunta mais uma vez e a encaro impaciente— Já sei, vai falar o que disse para todo mundo "Eu perdi minhas roupas quando estava no lago e um menino me emprestou sua camisa e me trouxe para casa" — prendo a risada ao saber da desculpa ridícula que inventei, e que não é completamente mentira.

Ontem o Richard me deixou na casa do Niall, lá estava lotado de gente me procurando pois sumi o dia todo. Minha mãe quase arranca minha orelha por ter saído sozinha e meu pai acionou até a polícia achando que foi sequestrada.

Se eles soubessem o que houve....

Não consegui dormir com medo daquele monstro horrível, tudo que a Rose Green me contou me assustou bastante e de certa forma me fascinou.
Ela é realmente uma bruxa, inacreditável! Só na Pensilvânia para ter coisas estranhas assim em pleno 2020.

— Estou morrendo de calor! Hoje o professor de educação física pegou pesado! — digo começando a tirar minha roupa para entrar no chuveiro do vestiário feminino. Mais tarde tenho que ir para minha casa e tentar dormir.

— Eu vou procurar o meu irmão, ele vai nos levar, já passo aqui! — faço um legal para ela, fico apenas de lingerie e começo a mexer na minha bolsa. Pego meu celular colocando uma música para tocar. Entro no chuveiro ainda de roupas íntimas e me estico para girar o registro mas não alcanço.

— É sério isso? Puta merda!! — falo irritada, fizeram uma reforma no banheiro e colocaram o registro do chuveiro mais alto do que já era —Argh! — exclamo frustrada. Quando fico irritada falo muito palavrão, odeio isso. Saio da cabine e procuro um banquinho pelo vestiário. Escuto o barulho de algo sendo derrubado e meu coração dá um salto — Oi? Tem alguém aí? Karen?! — pergunto esperando alguém responder. Caminho lentamente para trás até que minhas costas esbarram em uma parede —Desde quando colocaram uma parede.... — minha boca é tapada por uma mão forte e só não mordo a pessoa porque sinto o cheiro másculo do Richard. Olho para cima vendo seu rosto sério, seu maxilar travado e as veias do pescoço pulsando.

Tão sexy!

Ele me puxa para uma armário do vestiário me colocando lá dentro e entrando logo depois. Ficamos colados um no outro já que o espaço é pequeno.
Os barulhos lá fora continuam mais altos misturados com a música que escutava.

— É um dos demons! — ele sussurra e o olho assustada — Minha mãe teve uma visão, disse que o feitiço de proteção que ela te lançou irá fazer efeito, mas se um demon ficar muito perto de ti, ele sentirá seu cheiro — faz uma pausa e foca seu olhar em mim — Se eu te abraçar, irei encobrir o seu cheiro com o meu! — mordo meus lábios nervosa e aceno positivamente. O Richard passa seus braços pela minha cintura e me puxa mais para o seu peito fazendo meu rosto ficar colado no seu — Sempre que formos nos encontrar você estará nua ou seminua? Porque se for, é injusto. Você deve ter o privilégio de me ver sem nada, assim como eu tenho o privilégio de ver você! — sussurra no meu ouvido e coro violentamente.

— Já percebeu que é muito safado? — falo para ele que sorri de lado.

— Já, faz parte do meu charme! — pisca para mim. Sorrio para ele, mas meu sorriso morre assim que uma dor me invade. Minhas pernas fraquejam, e meu corpo fica mole nos braços do Richard — Princesa, o que aconteceu?— ele toca meu rosto com carinho.

Não, de novo não!

— Alguém morreu, Richard. Alguém morreu! — falo me apertando contra ele e meus olhos lacrimejam — Os sons pararam!

— Foi embora, podemos sair agora — ele sussurra abrindo a porta do armário e me tirando de dentro ainda fraca. Ele me coloca em pé mas não consigo me sustentar —Dessa vez foi mais forte do que a de ontem — ele conclui olhando para mim, e não digo nada. Nunca senti uma dor como essa.

— Tenho que vestir uma roupa — digo tentando me levantar e ele me impede.

— É essa bolsa rosa? — pergunta segurando a minha bolsa que estava em cima do banco e aceno. Ele me entrega, visto um cropped e depois um short jeans. Não preciso usar mais uniforme já que irei para casa — Água?— me pergunta balançando minha garrafa e aceno. Bebo a água rapidamente e me levanto mais forte.

Iria abrir minha boca para falar algo, mas um grito agudo vindo do pátio perto do vestiário me faz entrar em pânico. É um grito da Karen.

— Karen!! — saio correndo do vestiário, seguindo até o pátio. Paro estática no chão ao ver o corpo do Sr.Greiscoll, o diretor do colégio e pai dos meus amigos, morto no chão. A cabeça está fora do corpo, assim como alguns órgãos, sangue por todo lado. A cena é horrível! — Não... — murmuro com a voz embargada. Os outros alunos se aproximam em pânico.

— Pai, pai!! — O Niall grita se jogando ao lado do seu pai. Caminho para trás sentindo as lágrimas quentes no meu rosto. Bato minhas costas contra o peitoral do Richard e o abraço enfiando minha cabeça no seu peito.

— Merda! Vai ficar tudo bem, princesa!— ele acaricia meus cabelos — Por que esse homem? — essa pergunta me faz entrar ainda mais em pânico e começo a lembrar de hoje mais cedo. O Sr. Greiscoll sempre foi um segundo pai para mim, e lembro que o abracei hoje pela manhã.

— Richard, a culpa é minha! — sussurro me afastando dele que me olha confuso — Eu abracei o Sr. Greiscoll hoje de manhã, o meu cheiro pode ter ficado nele... e aquela coisa horrorosa o matou por causa de mim! — digo tudo com a voz embargada — Você tem que ficar longe! — digo me afastando dele e correndo de volta para o vestiário. Entro na cabine e ligo o chuveiro começando a esfregar a minha pele com força, tentando tirar todo resquício do meu cheiro para não machucar ninguém.

—  Que porra, princesa! — ele grita aparecendo na cabine e entrando debaixo da água, ele segura minhas mãos que esfregavam minha pelo violentamente — Para! Olha pra mim, Zara!! — ele pede segurando meu rosto.

— Ele morreu por minha culpa, Richard. Todos morrerão por minha causa!! — grito chorando — Você vai morrer por minha culpa, sai de perto de mim!! — grito estapeando o peitoral dele.

— Não, princesa! Não irei sair!! Nós entramos nessa fodida história de filme de terror juntos e vamos sair juntos também! — ele diz olhando nos meus olhos.

— Como? — sussurro.

— Encontrando a profecia e mandando esse demônio Deathmon de volta para onde nunca deveria ter saído! — ele segura meu queixo — Temos que achar a profecia, só nós poderemos fazer isso.

— Você acha? Acha que conseguiremos encontrar a profecia? — pergunto com receio.

— Acho! Na verdade, tenho certeza! Qual é, a gente consegue. Você é a princesa do condado e eu sou o filho da feiticeira. O que poderia dar errado? — abro minha boca para responder tudo que poderia dar errado — Não responda, princesa — diz colocando o dedo sobre minha boca.

Encontrar uma profecia que está guardada em um pergaminho que se perdeu ao longo do tempo.

Que lindo! Tem tudo para dar certo!
Só que não!

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