(FIM TEMP 04) CAPÍTULO 08 - "Você Não Deve, Anne".

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Anne Shirley:

Durante esses últimos dias, eu melhorei bastante. Saí da UTI e fui transferida para o quarto normal. Lembro como se fosse hoje o dia em que, as pessoas foram me visitar no meu novo quarto. Todos me aplaudiram e falaram palavras de apoio do tipo: "parabéns, Anne", "guerreira", "essa sim é dura de matar", "essa aí é igual gato, tem sete vidas".
Fiquei feliz por ser tão bem recebida por todos e me senti tão querida pelos meus familiares e amigos. Nem eu sabia que era tão querida assim.

Mas, enquanto estava deitada naquela maca contando os minutos, meus pensamentos não saiam de Gilbert, e Diana já estava acostumada a todos os dias me trazer notícias sobre a situação de saúde do mesmo, pois, já sabia que, de qualquer forma, eu iria perguntar mesmo.

- Bom dia, minha ruivinha! - Diana diz adentrando o quarto com um sorriso que não cabia em seu rosto.

- Diana, minha vaca! - digo feliz por vê-la.

- Cadê a Josie? Ela não passou essa noite com você?

- Sim, passou, mas ela já foi para a faculdade. Eu falei para ela não se preocupar e que não era para perder aula por minha causa. Esse ano as aulas começaram mais cedo, hein! - digo com uma expressão meio espantada.

- Hm, já iria chamar a atenção dela. - Diana diz com uma cara de conformada.

- Por falar nisso, por que você não foi para a aula hoje?

- Ah! Esqueci de contar. Agora estou estudando no período noturno.

- E, por quê? - franzo o cenho.

- Para poder passar o dia com você, uai. Para poder cuidar de você. - ela diz normalmente e se senta na poltrona ao lado da maca com um livro nas mãos.

- Diana! - a repreendo.

- O quê? - ela pergunta confusa.

- Não quero que você pare a sua vida por causa de mim, você não tem obrigação nenhuma de cuidar de mim, você não é minha mãe. Aliás, nem a minha mãe tem obrigação de ficar cuidando de mim.

- Blá-blá-blá, já chega, tá? Eu vou cuidar de você sim porque você é a minha irmã e eu vou até ao fim do mundo por você se precisar. A sua mãe não mora aqui, querida. A sua família não mora aqui, eles não têm condições de ficar vindo aqui sempre te visitar, Anne. Mesmo que Bertha e Walter ganhem bem e o Bash e a Mary se ofereçam para ajudar eles, eles também têm a vida deles, entende? Isso ficou na minha responsabilidade, mas eu quero que você entenda que, eu não estou encarando isso como uma obrigação, até porque quem se ofereceu fui eu. Estou encarando isto com uma enorme felicidade porque eu considero você como uma irmã, Anne! - Diana diz e pega em minha mão, acariciando-a.

- Diana, promete que nós nunca vamos nos separar? - eu já estava com os olhos marejados.

- Eu prometo. Você promete? Jura de mindinho.

- Jura de mindinho. - e selamos o juramento. Aquilo era algo sagrado para nós, não poderia ser quebrado por nada neste mundo.

Ainda estávamos sorrindo quando eu resolvi me pronunciar:

- Mas, eu vou te perguntar uma coisa...

- Gilbert, né? - ela me encara, agora com um sorriso divertido no rosto.

- É. - minhas bochechas coram.

- Bom, dona Anne. - ela se levanta e vem até a maca me ajudar a se sentar na mesma. - Infelizmente, nenhuma novidade sobre o Gilbert, as coisas ainda continuam as mesmas, ele ainda não acordou. Mas, tudo vai dar certo, ele vai acordar. - ela afofa o travesseiro e o coloca atrás das minhas costas.

AGSCCN - (Shirbert) - PAUSADA ❌Onde histórias criam vida. Descubra agora