Capítulo 3

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Angeline Stewart

Levanto com exaustão, como sempre. Hoje acordei indisposta, então vou deixar pra sair para procurar um emprego amanhã.

Depois de muito custo, me sento lentamente na cama e me estico toda, sentindo uma dor terrível na coluna. Maldito colchão de cem anos! Me levanto depois de quase cinto minutos sentada olhando para a parede, aproveito para arrumar a minha cama de uma vez e sigo para a cozinha, chegando em poucos passos. Por estar com preguiça de fazer algo mais trabalhoso, apenas pego uma banana para comer por agora.

Por volta das 14:30 da tarde, o meu celular tocou me fazendo levantar para ir até ele, já que a tomada mais próxima era na sala e ele estava carregando. Penso por breves segundos antes de atender, pois é um número desconhecido e eu não consegui entregar nenhum currículo no início da semana. Retiro o aparelho do carregador e atendo a chamada, levando o celular até o ouvido.

Desligo a chamada ainda trêmula, eu não acredito que fui chamada para uma entrevista de emprego! Ainda estou um pouco desconfiada, já que a senhora do outro lado da linha me disse que enviaria o endereço para o meu e-mail.

Meu celular apita, rapidamente entro nos meus e-mails e leio atentamente, até que encontro um e-mail empresarial. Leio o endereço, não fazendo a mínima ideia de onde seja.

Depois de procurar no Google Maps, descubro o nome da rua e que é um prédio enorme, pelas fotos. É claro que estão me zoando, como eu posso estar sendo "contratada" por uma empresa desse nível sem nem mesmo ter entregado um currículo?

Tive uma noite conturbada, me sentia feliz mas também preocupada. O dia da entrevista era hoje e eu mal havia dormido, tenho medo de fracassar. Tenho mais medo ainda de não ser um local real, que realmente me queira trabalhando.

Depois de expulsar os pensamentos ruins, decido ir para o banheiro, talvez eu devesse caprichar um pouco mais, já que é uma empresa multinacional. O ruim deste mini apê é que o chuveiro não esquenta, então o banho é sempre gelado, o que me desanima nas manhãs.

Retirei o meu pijama e me olhei no espelho pequeno que havia ali, em seguida dando de ombros, indo para o box. Após abrir o registro, me afastei um pouco sentindo os respingos de água atingirem os meus pés. Respirei fundo diversas vezes antes de molhar primeiro meus pés e em seguida meus braços. Vou para baixo do chuveiro rapidamente, dando um gritinho rotineiro, estremeço com a água gelada batendo em minhas costas.

Me arrumei rapidamente, pois já estava começando a ficar atrasada. Coloquei a roupa mais formal que eu tinha, na verdade era apenas um vestido não muito justo. Meus cabelos ficaram soltos para que eles sequem naturalmente.

Assim que cheguei no local, me surpreendi com o quão gigante é este prédio empresarial. Ao passar pela portaria, informei o meu nome e mostrei meus documentos.

Fui recebida por uma senhora chamada Karen, esta me mostrou a empresa quase toda enquanto me explica qual função eu teria na empresa.

– Mas eu não entreguei currículo aqui, senhora. – falo, um pouco tímida e aguardo sua resposta, já que ela pigarreia.

– Minha querida, os donos me mandaram contratar a senhorita. Não terá entrevista, a senhorita irá ser contratada como secretária e assistente pessoal dos donos. Fui orientada a ligar para a senhorita, passar o endereço e apresentar uma parte da empresa quando chegasse aqui. Os contratos já estão prontos, com seus dados e o que falta é a sua assinatura. Os chefes disseram que o salário eles mesmos irão resolver com a senhorita. Caso decida aceitar o emprego, os papéis já estão aqui em minha pasta. – disse calmamente, indo até uma mesa meio arredondada e tirando de uma gaveta uma pasta amarela. De lá, ela tirou um currículo meu vários papéis.

Eu estou um pouco assustada, pois eu vim pensando que teria uma entrevista, na verdade eu não estava nem um pouco esperançosa, já que eu não tenho muita experiência como secretária e muito menos assistente pessoal. Mas como estou desesperada, não posso reclamar, o que posso fazer é ler o contrato e assinar ele.

Dona Karen me levou até o elevador depois de eu ter assinado os papéis, me disse que é o último andar e me desejou uma boa sorte. Dou de ombros, entrando no elevador e apertando maior número do painel. Apoio a mão na barra de ferro, respirando profundamente e ajeitando o meu cabelo. Após poucos instantes, o elevador para e eu saio do mesmo, seguindo para a única porta que há ali. Fecho os olhos por um momento e volto a abrir eles. Bato duas vezes na porta e me afasto um pouco, esperando que ela seja aberta.

Escuto duas vozes grossas, uma delas estava um pouco afobada e a outra relaxada. Após quase uma eternidade, a porta é aberta e eu levanto minhas sobrancelhas surpresa com o homem que estava a minha frente.

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