Cá estou, no carro com os meninos. Eu pensei que jamais iria entrar no veículo, mas acabei decidindo confiar um pouco.
Estávamos em um silêncio constrangedor, até que eu decidi quebrá-lo.
– Meninos, podemos pelo menos conversar até chegarmos?
– Sim, Angel. Como você tem passado esses dias? – Francis decide falar.
– Pra falar a verdade, bem confusa. – digo, colocando alguns fios do meu cabelo atrás da orelha, sempre caem no meu rosto.
– Arrependida? – agora foi a vez de Nikolai perguntar.
– Não estou arrependida, mas também não estou contente. Eu nunca havia feito aquilo na minha vida, sendo sincera, eu prometi a mim mesma que jamais iria confiar em alguém novamente e eu vim pra essa cidade pretendendo viver sozinha por muitos, muitos anos. – falo, dando uma risada sem graça.
– Nós erramos. Deveríamos ter deixado claro o que queríamos. – Nikolai fala e eu me espanto.
– Vocês só queriam fazer sexo comigo? – pergunto, me inclinando para frente e puxando o cabelo do Nikolai com força.
– Aí, Angeline! Não foi isso que eu quis dizer! Nós... – Francis o impede.
– Chegamos! Vamos conversar lá dentro. E sem violência, de preferência. – ele fala, me fazendo soltar o cabelo do Nikolai e tirar o cinto de segurança. Tento abrir a porta, mas está travada. Lanço um olhar para Francis, que destrava rapidamente o carro.
Eu saí do veículo batendo a porta devagar, olho envolta completamente encantada com o lugar. Estamos em um jardim lindo, com um caminho de pedras que vai até a porta de entrada.
– Gostou do jardim, Angel? – Nikolai sai do carro, esfregando a cabeça, agora me sinto um pouco mal por ter puxado seu cabelo tão forte. Isso me traz lembranças, algo que eu não deveria ficar pensando.
– Sim! É incrível, eu nunca... Oh, são suculentas? – falo dando um sorriso, mas logo fecho a cara, lembrando do motivo de estar aqui – Vamos logo, preciso voltar para casa.
Francis concordou com a cabeça sem pronunciar uma palavra e caminhou até a porta em passos largos, sendo seguido por Nikolai e depois por mim.
Passamos pela porta, decido não elogiar a casa por estar emburrada, mas deveria, pois é uma casa divina. Nikolai me diz para ficar a vontade, alegando que a casa é minha também. Revirei os olhos para a bobagem que ele disse e decidi ir atrás do Francis, que para de andar e se vira para mim.
– O que você gosta de comer? – ele pergunta calmamente, me fazendo erguer uma sobrancelha e dar de ombros.
– Na verdade, eu estou sem fome. – falo, vendo seu olhar ir direto para o chão, logo volto a falar – mas eu gosto de estrogonofe de cogumelos, específicamente champignon.
– Jura? É um dos nossos pratos favoritos, mas nós sempre colocamos...
– Palmito. – respondo ao mesmo tempo que ele e em seguida dou risada, mas Francis continua sério.
– A sorte é minha. – falo, para quebrar o silêncio que provavelmente ia se estender. Francis dá um sorriso de canto, sem mostrar muito os dentes e dá um passo na minha direção, me fazendo dar passos para trás, acabando por bater as costas no abdômen do Nikolai.
Me viro rapidamente para ele, sentindo sua respiração quente bater no meu rosto, já que ele estava olhando para baixo.
– Vocês nem tentem! – falo, cruzando os braços e saindo do meio deles.
– Não íamos tentar nada, só estávamos perto. – Francis fala, encolhendo os ombros e depois seguindo para uma porta de vidro, ele abre a mesma dando visão de uma cozinha incrível e aparentemente planejada, já que olhando de onde eu estava, os móveis estavam perfeitamente alinhados e encaixados.
– Vem. – Nikolai fala, segurando a minha mão e me puxando para a cozinha. Sigo ele em passos apressados, já que minhas pernas eram metade das pernas dele. Assim que entramos na cozinha, ele solta a minha mão e segura na minha cintura, me levantando e me colocando sentada na bancada. Cruzo os braços indignada por não poder fazer nada a respeito, já que ele era duas vezes maior do que eu, embora eu tenha minhas gordurinhas excessivas.
– Ei! Eu sou pesada! – exclamo, decidindo não tentar pular da bancada.
– Não me importo. – avisa, sentando em uma das banquetas. Em seguida, o outro gêmeo senta na banqueta ao lado, acabo ficando no meio dos dois novamente.
– Angeline, nós queremos esclarecer tudo o que aconteceu. Mas para isso, precisamos contar desde o começo.
– Eu sou toda ouvidos. – falo baixo, cruzando as minhas pernas e olhando para baixo.
– Nossa mãe foi embora de casa assim fizemos 9 anos, na verdade, ela sempre foi ausente. Vivia viajando com o dinheiro do meu pai, ficava fora por alguns meses e depois voltava como se nada tivesse acontecido. Até que ela decidiu ir embora, ela disse que ainda tinha muito para viver e não podia se prender a uma família. Ficamos sobre os cuidados do nosso pai, mas ele havia ficado tão triste que não conseguia ser como era com a gente. – Nikolai começa a falar e para na metade, olho para ele mas este permanece sério e sem esboçar nenhuma expressão.
– Então a gente se virava, nosso pai só sabia beber e lamentar pelos cantos da casa. Durante a nossa adolescência, tentamos namorar mas nem isso conseguíamos, só fomos perceber que só iríamos conseguir juntos quando já éramos maiores de idade, bem, isso resultou a casas de swing e coisas da qual me arrependo... Voltando ao meu pai, ele encontrou alguém que o amasse quando tínhamos 17 anos, pouco tempo depois nasceu nossa irmã, que tem 10 anos e meio. Nós nunca conseguimos ter uma relação séria com alguém, parecia que estávamos procurando alguém que não existia e isso foi criando uma barreira envolta da gente. E essa barreira foi totalmente destruída assim que vimos você, claro que eu estava bravo por estar com um papel na minha cara, mas quando eu consegui ver o seu rosto, o meu coração falhou por um instante. Nós sabíamos que era você, não sabemos como, mas tínhamos certeza que você era quem a gente procurava. Guardamos o seu currículo, descobrimos seu nome, seu emprego anterior, seu número do celular e só não ligamos porque estávamos com medo da rejeição. Sim, nós erramos por termos ido rápido demais com você, mas infelizmente não podemos voltar atrás e... – acabo interrompendo Francis.
– Eu não quero que volte atrás. – falo num murmúrio, ficando em silêncio depois para que ele possa continuar.
– Nós também não queremos. – Nikolai diz.
– Para esclarecer de uma vez, para você não ficar assustada, nosso maior desejo por você são os seus seios. Nossa mãe nunca chegou a nos amamentar, então sempre tivemos o interesse no leite materno. Não digo de uma forma maliciosa, apenas sentimos vontade de experimentar, nunca experimentamos e...
– Espera aí! Você está dizendo que você quer que eu tenha leite para amamentar vocês? Isso é legal, estranho, mas legal. – falo, me sentindo um pouco envergonhada depois.
– Sim!
– Não!
Os irmãos dizem ao mesmo tempo, me fazendo arquear hma sobrancelha e encarar os dois.
– Não, Angel. Nikolai é indelicado, sinto muito pelo meu irmão, ele tem problemas. – ele diz me fazendo dar uma risada e balançar a cabeça negativamente.
– Continuando, nós queremos mas não queremos. Se você aceitasse, nós iríamos querer. Caso você dissesse que não, nunca mais tocamos no assunto. É um desejo, você não é obrigada a aceitar isso. O que queremos propor, é que você aceite apenas que a gente se conheça melhor, sem formalidades. – o gêmeo de barba diz, me fazendo inspirar e expirar.
– Eu...
~•~
Continua...
Desculpem a demorar para postar, eu estou passando mal e aí não consigo escrever muito bem. Qualquer errinho é porque não revisei. Talvez mais tarde saia capítulo, ou amanhã. 💛
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Brothers Must Divide
FanficNa qual uma garota nova em Los Angeles acaba se esbarrando com os gêmeos Gorky Petrov. Mal sabia ela que eles seriam a sua perdição, mas também a sua salvação.