Brothers Must Divide

Capítulo 2

Francis Gorky

Se passaram quase uma semana desde que conhecemos a nossa garota. Claro que eu odiei ter sido acertado no rosto por um papel, que por acaso guardei. Niko e eu ficamos lendo e relendo o seu currículo, descobrindo seu nome todo, seus cursos e qualificações, seu trabalho anterior... Nós pensamos em ligar para ela assim que ela se despediu da gente, mas ficamos com medo de estar sendo rápido demais e acabar pressionando ela, acho que isso faria ela se afastar.

Desde que decidimos nos relacionarmos com a mesma mulher, nunca havíamos realmente nos apaixonado, apenas tivemos alguns casos de algumas noitadas ou casas de swing.

Passo as pastas uma a uma, reorganizando elas dessa vez por ordem alfabética. Um péssimo hábito de quando estou ansioso ou preocupado.

– Irmão, eu não vou aguentar. Vamos ligar para ela! – escuto Niko falar, assim que ele entra em nossa sala novamente, agora carregando dois expressos em suas mãos.

– Eu queria dizer que não, mas eu também quero ligar! Encaminha o número dela para a dona Karen, acho melhor ela ligar, já que é ela a responsável por fazer as ligações em caso de contratação. – falo, citando a secretária geral da empresa, ela trabalha aqui desde que éramos moleques.

Nikolai concorda sem pensar duas vezes, deixando um dos expressos em minha mesa e indo até a sua. Rapidamente ele faz um telefonema, pedindo que dona Karen compareça a nossa sala para que possamos explicar melhor o que ela deve fazer.

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Depois de sairmos da empresa, decidimos passar pelo centro da cidade, com a grande expectativa de encontrar Angeline no mesmo local, mas infelizmente ela não estava ali. Então seguimos nosso trajeto, indo direto para a nossa casa, que era um pouco afastada do centro da cidade, em um bairro mais tranquilo e silencioso.

Nós procuramos ela por tanto tempo, não podemos perdê-la. Nossa mãe sempre foi muito ausente em nossa infância, até que ela saiu de casa quando tínhamos 9 anos, alegando que ainda tinha muito para viver e não podia se prender a uma família logo agora. Anos depois, quando já estávamos quase na maioridade, meu pai conheceu outra mulher e, sinceramente, foi a melhor coisa que já aconteceu na vida dele. Sua tristeza foi embora com facilidade, ainda mais quando sua amada deu a luz a nossa irmã mais nova, Amélia.

Talvez procuramos alguém que nos dê amor por não tê-lo tido como deveria, mas talvez somente queremos alguém para ficar ao nosso lado nos momentos bons e nos ruins. Aceno a cabeça positivamente enquanto escuto o meu irmão falar em nossa língua natal, o russo, o quão linda ela era.

— Irmão, eu nunca vi uma mulher tão bela em minha vida. Seus cabelos encaracolados chegando ao fim das costas, seu rosto com leves sardas e algumas pintas espalhadas, seus olhos castanhos. Foda-se! Eu a quero.

– Corrigindo irmão, nós a queremos!