Capítulo 1

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Nicole Haught

Algumas semanas atrás ...

Acordei cedo para ir trabalhar, era um dia como qualquer outro, faria turno de 8 horas no hospital e após iria à academia malhar, alimentaria minha gatinha e assistiria um filme. Ou seja, um dia comum em Purgatório. No entanto, eu acordei com meu sexto sentido apurado. Tinha algo para acontecer, sentia que era algo de bizarro, mas que no fundo ia ter algo de bom no meio do caos. Bem, eu não sei o que é isso, mas sei que meu sexto sentido nunca falha. Só faltava dar tempo ao tempo para comprovar a minha teoria. Alimentei Calamity Jane. Tomei meu café da manhã, me arrumei e decidi ir com algo leve. Por incrível que pareça o tempo hoje estava lindo e um sol gostoso. Coloquei uma calça jeans, uma blusa azul básica, nada muito decotado, mas também nada muito chamativo. Calcei uma sapatilha azul para combinar, maquiagem leve e fui trabalhar.

Chegando ao trabalho encontrei a enfermeira Rosita, minha amiga. Nos conhecemos aqui mesmo no Hospital Estadual de Purgatório, o único da cidade. Ela começou a trabalhar aqui uns dois meses antes de mim. E pelo quadro médico não ser dos maiores e a convivência grande, acabamos trocando ideias e vimos que tínhamos muitos pontos em comum e devido a isso nossa amizade foi se desenvolvendo ao longo desses 7 anos de HEP.

Quando podemos, saímos juntas para nos divertirmos, mas confesso que falamos mais de trabalho e amenidades da vida que qualquer outra coisa. Hoje ela veio me sugerir de sairmos a noite, era uma sexta e ia ter um showzinho ao vivo no Shorty's.

- Bom dia, tudo bem?! Perguntou Rosie.

- Bom dia, tudo bom e você? Perguntei.

- Tudo bem, estava pensando aqui... faz um tempo que a gente não sai. Vai fazer plantão hoje ou tem algum plano para o final de semana?

- Bem, nada além do habitual. Pensei em ficar em casa assistindo um filme.

- Humm, que tal irmos ao Shorty's depois do trabalho? Propôs Rosie.

- Pode ser, mas tem algo de bom lá hoje?

- Ahhh! Vai ter música ao vivo, o que não é habitual. E aí, topa?

- Partiu então. Que horas?

- Às 23h. Pode ser?

- Perfeito! Nos encontramos lá.

- Fechado, às 23h lá hein.... Vê se não se atrasar! Falou rindo, sabendo que quem se atrasa é ela.

- Até parece. Ri também.

Depois disso, foi cada uma para o seu lado e nos encontramos no almoço. O dia estava tranquilo, o que eu estranhei, pois, meu pressentimento que algo estava para acontecer e não era bom estava cada vez mais forte. O dia terminou, o trabalho foi tranquilo. Atendi alguns pacientes gripados, algumas viroses, uma criança com uma luxação no braço, mas nada de grave. Fui para casa tomar meu banho e seguir para academia.

Cheguei na academia, estava lotada... AFF, pensei. Normal neste horário, apesar de eu não gostar. Pela primeira vez na vida, tive vontade de experimentar a aula de zumba que iria ter, seguida de fitdance. A zumba começou com Tumbala de Chimbala, nunca tinha ouvido falar. Mas depois de uns minutos tentando acompanhar a turma e o professor, essa música não saia da minha cabeça. Acabei perguntando o nome da música ao professor. Só por isso eu sei. Sai dessas duas aulas muito cansada e me perguntando porque eu fiz isso, afinal eu ia sair para me divertir com a Rosita. Mas agora já era tarde para me lamentar.

Voltei para casa, sem que nada tivesse ocorrido de anormal. Alimentei CJ, minha gata, comi algo rápido. Eu tinha mais ou menos 1 hora e meia ainda, então resolvi descansar um pouco e começar a me arrumar quando estivesse faltando uma hora. O tempo passou rápido e vi que iria me atrasar se não começasse logo a me mover. Fui tomar meu banho, era mais ou menos 22:35, quando meu telefone tocou.

Wayhaught (Ossos da discórdia ) EM REVISÃO DOS ULTIMOS CAPITULOSOnde histórias criam vida. Descubra agora