Ele tirou ela de mim

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- Uma filha Wynonna? Como você pode esconder algo assim de mim por cinco anos?

Minutos antes

A morena sentia o pulso acelerar a cada expirada de ar que dava. Seu corpo tremia como se fosse uma britadeira. Assim que entrou em casa e focou seu olhar em sua irmã, não soube o que sentir, pensar, falar ou agir, era como se cada vez que via aquele par de olhos, inúmeros sentimentos a invadissem de diferentes maneiras e a solução que ela havia encontrado para se livra deles foi subir rapidamente as enormes escadas que levavam ao segundo andar onde os sete quartos, quatro banheiros e duas salas de lazer se localizavam. Sua vontade inicial era trancar-se em seu quarto, tomar algum de seus remédios controlados e dormi para que assim que acordasse, notasse que nada passara de um sonho ou melhor...pesadelo. Mas quando ouviu a pergunta que seu melhor amigo havia direcionado á sua irmã, a curiosidade venceu e ela encostou-se em um dos pilares do local, movendo a cabeça na direção em que o som se propagava passando assim, a escutar toda a conversa.

A tensão no andar de baixo fazia o coração de Nicole disparar em determinado momento e em

outro, parecer prestes a parar de bater. Pela primeira vez escutaria da boca de sua amiga, a história verídica e completa sobre seus problemas pessoais que envolviam a Earp mais nova e toda aquela confusão. Ela encarava as mãos suadas e unidas de Wynonna que ainda não falara sequer uma palavra.

-Quero deixar claro que nada das minhas decisões foram tomadas no intuito de magoar a Waverly então não aceito nenhuma crítica sobre minhas escolhas passadas.-A morena intercalou seu olhar entre as duas pessoas presentes ali, que as olhavam atentamente enquanto confirmavam com a cabeça a condição posta pela mulher.- Desde todos os problemas que tivemos com nossos pais, era apenas eu e minha irmã. Apoiávamos uma na outra e não havia nada que escondíamos uma da outra. Sou seis anos mais velha que ela, então eu sempre tive mais responsabilidades e também fui mais aventureira. Eu tinha vinte e um anos, estava me sentindo dona do mundo. Saía com meus amigos, bebia igual uma completa alcoólatra, fumava cigarros que até hoje não sei o que eram...

Tanto Chetri quanto Haught mal piscavam devido a tamanha seriedade que a Earp estava tanto agindo, quanto proferindo suas palavras.

-Em uma dessas noites sem fim conheci o Doc. Começamos com algumas ficadas mas pela primeira vez, senti que podia ter algo sério com alguém e então começamos a namorar. Não sabia como dizer pra minha irmã de dezesseis anos que estava namorando com uma cara doze anos mais velho que eu, que me incentivava nas minhas inúmeras loucuras. Não só por medo mas porque eu sabia que ela ficaria decepcionada então durante cinco meses escondi isso dela. Estava indo tudo bem, eu cuidava dela, ajudava, fazia o que era possível para que ela não desconfiassem ou notasse algo estranho. Então recebemos a notícia que seu pai casaria com uma mulher que não conhecíamos e ela havia sido convidada para o jantar antes do casamento e para o próprio também. Infelizmente ela não soube lidar com a informação e teve uma crise de ansiedade que durou semanas.

Wynonna estava começando a falar mais rápido, estaria finalmente chegando na parte que interessava todos ali presentes. Ela não poderia enrolar, teria que ser forte e corajosa para enfrentar a vergonha que a segurava para não dizer nada mais do que aquilo que já havia contado. Porém, a morena sabia que deveria ser totalmente honesta se quisesse ser perdoada e compreendida.

-No meio de todo aquele caos eu descobri que aquele não era o único problema. Doc e eu acabamos nos descuidando em alguma relação que tivemos e eu... engravidei. Assim que descobri contei a ele. Eu estava desesperada, eu tinha apenas vinte e um anos e mal cuidava de mim e de Waverly como poderia cuidar de uma criança? Foi então sugerido por ele que fôssemos embora, morar na casa que ele tinha em Calgary. Pensei ser uma boa ideia mas, ainda tinha Waves, ela ainda estava quebrada e não poderia sobrecarrega-lá com meus problemas então busquei pela ajuda de nossa tia Gus, que veio nos ajudar. Pensei muito, eu juro. Até que concordei com Doc que o melhor que poderíamos fazer era ir embora, titia cuidaria de Waverly e eu ele iríamos ter nosso bebê e assim que as coisas se acalmassem eu voltaria e me explicaria mas, tudo fugiu do meu controle e quando vi, dois anos haviam se passado e eu não tinha entrado em contato com nenhuma das duas para explicar o que tinha acontecido só que há três anos tudo virou de ponta cabeça, Doc e eu nos separamos e agora ele...

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