O3 - Não Há Igual a Gustave.

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Obs: Os capítulos serão postados todas as sextas-feiras, boa leitura e boa aventura! ;) xx.

"A questão não é se amava você, é o quanto. Demais. Amor pode ser um veneno."
── Corte de Névoa e Furia. ─ Sarah J. Maas.

Na casa nortuna onde os homens da cidade costumavam se reunir para beber, jogar, Gustave encontrava-se também.

Na verdade ele era como um troféu de todos que costumelavam se encontrar alí. Mas, diferente de outros dias de vitórias e comemorações regadas a bebidas alcoólicas, hoje o homem se encontrava cabisbaixo em uma poltrona em frente a lareira do lugar.

Fernando sabia que seu companheiro estava daquela maneira após ser novamente rejeitado por Bello, ele se aproximou da poltrona onde Gustave estava e colocou suas mãos repousadas em seus ombros fazendo uma massagem alí.

── Quem aquele garoto pensa que é?! ─ bradou Gustave com seus próprios pensamentos. ── Ele está brincando com o homem errado. Ninguém nessa terra diz "não" para Gustave.

── Sim, tem toda a razão. ─ concordou seu amigo.

── Fui repudiado, rejeitado, praticamente humilhado novamente por ele. Isso é inaceitável, é tocar na honra de um homem!

── Se acalme Gustave... Pense em outras coisas. Quer mais cerveja?

── 'Pra' quê? Nada vai me consolar. Eu sou um desgraçado completo agora.

Determinado a animar o amigo, Fernando tornou a massagear os ombros fortes de Gustave, sem saber que para animar o Deus vivo, ele não devia massagear seu corpo mas sim seu ego.

O moreno baixinho rodeou a poltrona ficando de frente com o dono dos olhos azuis segurando agora em seus braços podendo alí sentir seus músculos quase saltando sozinhos da blusa.

── Gustave, você precisa voltar logo a ser o que era. Você é o rei de todos aqui, você sabe bem que tem milhares de pessoas que dariam tudo pra acordar ao seu lado... As trigêmeas por exemplo.

Fernando apontou as três garotas de face idêntica, elas eram conhecidas na região justamente por serem idênticas e também se vestirem da forma mais igual uma a outra que fosse possível, e estas suspiravam com qualquer coisa que Gustave fizesse, na verdade até brigavam entre sí numa disputa pelo solteirão.

O homem de olhos azuis soltou uma risada sentindo-se desejado e cobiçado como gostava. Se levantou do lugar onde estava sentado e cumprimentou seu parceiro por o ajudar num momemto tão difícil de sua vida.

Os vários homens também davam todo o incentivo para que Gustave melhorasse, mesmo que aos olhos de qualquer outra pessoa sensata aquela situação fosse deveras... ridícula.

Fernando ao mesmo tempo que ajudava seu grande amigo a se recuperar da rejeição, se sentia culpado por dentro pelo simples fato de esconder um outro tipo de sentimento que ele nutria por Gustave, em certo momento ele queria ser como ele mas de contrapartida queria estar em seus braços, mas ele não era o Bello que Gustave tanto desejava.

"── Você é nosso herói Gustave!"

"── É o nosso troféu, com certeza um presente dos céus."

"── Ninguém bate no Gustave, ninguém consegue combater ele!"

O homem de olhos cor do mar exibiu um sorriso orgulhoso com todos o animando e ergueu seus dois braços mostrando seus bíceps os contraindo.

── Sou mesmo um espécime raro e impressionante. Minhas memórias de caça estão todas nas paredes!

E realmente como ele dissera, muitos animais empalhados se encontravam pendurados nas paredes, junto a um retrato pintado de Gustave que permanecia alí como um objeto em seu próprio altar.

Todos riam e bebiam mais, agora pela conta de quem eles endeusavam "o Deus vivo que habita entre nós". Gustave voltou a se sentar enquanto ouvia Bello continuar sendo o assunto, assim como seu pai.

"── O pai de Bello não passa de um doente. Ele só serve pra nós fazer rir. Velho louco, Maurício."

── Velho louco, Maurício... Hm. Velho louco, Maurício. ─ pensou alto Gustave enquanto pensava, e Gustave pensar era com certeza um risco para a sociedade. ── Fernando eu estive pensando.

── Cuidado com isso. ── ele respondeu com uma expressão apreensiva quando a isso.

── Eu sei. Mas parei para pensar. A cabeça do meu "sogrinho", cada dia se torna ainda mais louca, certo? Portanto, me peguei pensando em algo enquanto penso naquele pobre insano. E como eu quero me casar com o filho desse pobre velho, então eu arquitetei um plano.

Fernando não sabia o que aguardar de mais uma das artimanhas e peripécias do amigo, mas deu todos os ouvidos possíveis e claro, o apoio. As mãos de Gustave puxaram o menor para sí para que assim ele pudesse sussurrar seu plano.

Fernando não queria deixar o amigo saber nem notar, mas deixou um suspiro de paixão sair de seus pulmões com o ato repentino. Então o homem de cabelos compridos inciou a contar seu planos para o companheiro. Mesmo que fosse um grande absurdo e de muita crueldade, o menor assentiu e confirmou que o daria todo o apoio.

── Muito em breve teremos um casamento! Uma celebração da união do sortudo que irá se casar com nosso herói!

Fernando anunciou em alto e bom tom para todo o bar com êxito, e todos alí responderam da mesma maneira. Brindaram suas canecas e copos cheios de cerveja enquanto robusto Gustave encenava um casamento no meio de todos.

Mesmo que alguns alí fossem contra que dois homens se unissem todos temiam a atitude do homem então comemoravam também, afinal... Não há ninguém igual a Gustave.

The Inner Beast. Vol 1. [EM RETA FINAL]Onde histórias criam vida. Descubra agora