O7 - Aquela Doce Visão.

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"Acho que esse é o maior risco que podemos correr, sermos vistos como somos de verdade."
── Cinderella. ─ Disney. 2015

Minutos de muita andança, Horácio mostrou toda a mansão para o hóspede na companhia de Lemuel e Madame Dubois.

A casa era bem decorada, trazia um ar de sofisticação em seus vários quadros, arranjos e lustres, o quê por fora era bem diferente, o jardim precisava de cuidados e a estrutura parecia abandonada e realmente estava aos poucos deteriorando devido a falta de cuidados do senhor da mansão.

Bello analisou consigo mesmo cada um dos criados que o acompanhavam, ainda havia muito mistério sobre suas vidas e ele ainda queria saber.

Porquê eles não iam embora e deixavam a Fera pra trás? Porquê eles sujeitavam-se ao gênio péssimo que ele tinha? E porquê na maioria das vezes eles eram silenciosos como objetos sem vida? Muitas dessas perguntas o rapaz fazia para si conforme passavam de um corredor ao outro.

Dado certo momento, eles haviam chegado no mesmo ponto de partida perto da escadaria principal, Bello parou seus passos e todos os outros pararam para olhar o garoto que encarava a outra parte do segundo andar, um corredor escuro sem iluminação.

O rapaz em sua viril curiosidade deu início a subida de alguns degraus acima, porém Lemuel e Horácio surgiram em sua frente o impedindo de passar.

── Ora, e o que tem lá em cima? ─ Bello perguntou pela maneira como eles tentavam esconder o ligar. ── A pedra filosofal ou a varinha das varinhas?

── Ohoho! ─ eles riram em nervosismo.

── Não tem nada lá na ala oeste, é sujo, empoeirado, cortinas rasgadas, essas coisas, nada demais.

── Ah! Então essa é a tal "parte oeste" da casa que eu não poderia ir. ─ disse o garoto sentindo sua curiosidade aumentar.

── Bom dessa vez quem foi o linguarudo foi você. ─ Lemuel debochou de Horácio.

── E o que será que tem lá afinal? Um tesouro escondido?

── Escondido? Não, não. O nosso chefe não esconde nada, de maneira nenhuma sabe?

── Então não deveria ser proibido, ele deve ter dito isso apenas por falar.

Bello passou pelos dois homens que insistiam em tentar pará-lo de qualquer maneira, novamente eles entraram em seu caminho impedindo que continuasse sua jornada de exploração incansável.

── Oh, meu jovem... Anh. ─ Horácio procurou uma resolução em sua mente. ── Não gostaria de ver outra coisa? Talvez o jardim... A piscina, ou a biblioteca...

── Espera... Tem uma biblioteca?!

Ao ver que o garoto havia desistido de subir as escadas, Horácio e Lemuel suspiraram aliviados antes de fazerem que "sim" com a cabeça e irem descendo as escadas junto de Bello que desceu apenas três degraus, os dois criados ficaram tão distraídos indo em direção a biblioteca que nem notaram a ausência do rapaz.

Bello tornou o olhar a ala oeste, parecia ter uma voz interior que o sugeria que fosse até lá, e para a surpresa de ninguém ele retornou a subir os degraus até o grande corredor oposto ao que ficava o quarto onde estava hospedado.

Conforme ele caminhava, haviam vários destroços pelo chão tais como móveis quebrados, pratos no mesmo estado, espelhos na parede trincados.

Nem parecia que aquela parte da mansão fazia parte da mesma casa, todo o resto era bem iluminado e organizado, por um momento Bello pensou estar no covil do Lord Voldemort.

The Inner Beast. Vol 1. [EM RETA FINAL]Onde histórias criam vida. Descubra agora