Contos da Tormenta [¼]

04 - alguém: parte 1

Tormes estava ainda pensando como ele poderia estar vivo, e como ele tinha tanta sorte [ou quem sabe, azar]. Logo lhe ocorreu o acontecimento de antes. 12 pessoas que olharam para ele explodiram. Aparentemente, depois que alguém é apagado do sistema, apenas fotos, vídeos e memórias dessa pessoa são permitidas...

Será que depois que alguém "morre de mentira" deve se esconder? Não chega a ser uma ideia inútil. Mas agora chegou a minha vez. Eu poderia me informar com alguém que soubesse como funciona essa coisa.

Ele agora queria ir atrás de alguém que fizesse parte dos desenvolvedores do dispositivo.

Torment correu para dentro de um jardim ali perto, como o jardim era alto servia como um esconderijo decente, pelo menos por enquanto. Ele estava atrás de um carro, para começar o caminho para cumprir seu objetivo.

Ele precisava ser quieto, e não queria ser visto, pois isso com certeza mataria mais uma pessoa inocente. Ele pensou na possibilidade de existir outra pessoa que não seria afetada. Mas era um risco que ele preferiu não correr.

Eu poderia... Mas eu já matei gente demais, mesmo que indiretamente...

Ele viu uma garagem vazia... Com um carro. A garagem era de um supermercado, o único problema era um segurança olhando. Ele pensou em ir atrás de outro carro, mas se via uma luz no horizonte. A noite estava acabando.

Eu tenho que pensar com calma... Se eu ir atrás de um carro durante o dia, a chance de alguém me ver é grande... É uma chance única.

Eu preciso matar o segurança.

Torment correu para perto do segurança muito rápido, afinal, cada segundo lhe era precioso. Tudo ocorreu como o planejado, o segurança morreu, de fato. Ele conseguiu tirar as roupas do segurança antes delas explodirem junto...

É um disfarce temporário, mas vai servir.

Ele estava indo atrás do carro, quando sentiu algo que estava lhe incomodando no bolso. Ele pôs a mão no bolso e tirou uma carteira... Provavelmente do segurança. O zíper era o que lhe incomodava. Ele abriu a carteira, e percebeu uma coisa.

Era uma foto de família do rapaz, ele, seu marido, um filho e sua tartaruga, na mão do garoto.

-Olha... Que pena. Eu realmente peço desculpas pelo seu marido, e pelo seu pai... Isso não é culpa minha, tenha certeza que ele será vingado, assim como todos que... Eu...

Torment ficou em silêncio por um tempo...

Não posso perder tempo. Para o carro, então.