23. MULHERES, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

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Mulheres, fáceis e álcool, forte e caro. Ambiente com pouca iluminação, salas com atividades suspeitas, mas obvias: sexo, jogo e drogas. O enjoativo e asfixiante fumaça das inúmeras bitucas de cigarros que queimavam nos cinzeiros – ou apoiado nos lábios das inúmeras pessoas – já não o incomodava mais. O Tobias  Nash  de meses atrás teria se esbaldado naquele ambiente, certamente já estaria cambaleando ou satisfeito com a dança barata de uma das tantas mulheres que já o haviam encarado naquela noite, ou ainda, teria ganhado algumas centenas de pesos em alguma das mesas de jogos. Não era um homem adicto daquele ambiente, contudo em certos momentos lhe agradava aqueles desconhecidos, bem como o inóspito ambiente vulgar, uma casa para homens – onde podiam satisfazer seus vícios : mulheres, jogos, drogas e álcool – fugindo da vidinha mundana e perfeita que levavam diante de um sociedade midiática.

Agora estava apenas aborrecido, entediado, irritado e com raiva.

As inúmeras doses de álcool não haviam amortecido aquelas imagens na sua cabeça. Céus.  Seu sangue fervia, podia sentir sua nuca queimar e os nós de seus dedos ainda tensos devido a insana vontade de agredir um medíocre homem a horas atrás. Contudo o que mais lhe perturbava não era o passado e sim o presente, sua torturante mente não o deixava em paz e as inúmeras imagens daquele homem tocando sua noiva o estavam torturando e fazendo ponderar em voltar pelo mesmo trajeto que tomara para chegar até ali, apenas para apaziguar seus pesadelos doentios.

Bebericando o uísque que preenchia o interior de seus transparente copo, rangeu os dentes como se o liquido fosse espesso, quase solido. Ainda se perguntava porque ainda estava ali. Contudo a resposta era fácil: estava ali, para não estar em outro lugar cometendo algum homicídio.

— Cuidado. Ela é uma vadia — advertiu, sumindo.

No interior de sua mente aquelas palavras ecoaram. Definitivamente Emilia Field  não era uma vadia, mas sim a pior droga que havia provado em toda sua vida, por motivos simples: ela o desequilibrava, provocava, irritava, trazia a pior versão de si, destruía seus princípios, modificava sua essência, perturbava sua mente, brincava com sua vida e trazia tão antigos pesadelos, que fazia seu corpo ter uma sensação insuportável, uma dor aguda.

Entornando o restante do liquido do copo, bateu com força o vidro sobre a mesa de madeira, cuspindo o ar entre suas narinas, remexeu seu corpo sobre o assento. Definitivamente aquele ambiente apenas estava alimentando a fúria em seu interior, a imagem das mulheres rebolando a sua frente era quase um estopim para sua fértil e diabólica imaginação – do que sua noiva estaria fazendo para outro homem. Sem humor, encarou o homem loiro, bêbado e medíocre do outro lado da mesa – Federico – a imagem de um farrapo humano que a dias parecia haver se tornado sócio daquele lugar, apenas para afogar as magoas de um casamento falido.

— Vamos lá. De uma animada no meu amigo — sem muito esforço, Tobias  encarou a ordem, tempo suficiente para contemplar a mão de seu amigo bater com força nas nádegas volutuosas da mulher que a instantes se esfregava em seu pênis.

Revirando os olhos e arfando asperamente o ar entre seus lábios, ele apenas encaro o homem com reprovação, mas não tempo suficiente, para deter a mulher que já sentava em sua perna e enlaçava seu pescoço.

Sentindo—se enojado, Nash  quase jogou a mulher no chão. Definitivamente não estava com humor para se excitar – muito menos transar e se o fizesse praticamente estupraria a moça ao empregar toda sua raiva em seus movimento. Talvez em outra ocasião ... Não . Apressadamente concluiu, definitivamente a meses – ou desde que Emilia havia cruzado sem caminho – não havia sido digno de dar prazer a outra mulher – apenas empregando toda sua excitação retida por aquele diabo de saias – a ponto de chegar a nem se excitar com outras mulheres.

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