12. NA DESCONFIANÇA

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A fina cama de suor umedecia de forma reluzente a pele de Emilia, seus pesados pulmões poucos davam importância a falta de oscilação precisa ao respirar e o perfeito odor de sua pele com o daquele homem, onde havia uma mescla de seus aromas naturais e puro hormônio sexual inebriava seu libido despertando sem ressalvas sua lascívia.

Queimava, todo seu interior encontrava—se em chamas, mas o formigamento em meio de suas pernas, onde os músculos internos trabalhavam incansavelmente roubavam toda sua atenção, uma carnal sensação alimentada pelos famintos lábios que ora se saciavam na curvatura de seu pescoço, ora em seus evidentes seios.

Ofegante, prendeu entre seus dentes o lábio inferior, com as mãos espalmadas sobre os largos ombros diante de si, trocando calor com aquele másculo corpo sentado sob si, repetiu o movimento de subir e descer contra o membro que a invadia sem piedade arrancando gemidos de ambos.

Os dedos curiosos de Emilia tatearam o pescoço daquele homem, sentindo o pulsar em suas veias, buscaram penetrar as curtas madeixas, emaranhando seus dedos entres fios de cabelo, não hesito em puxa—los em resposta aos lábios audaciosos que sugavam seu rígido bico, enquanto insaciável seu corpo repetia o movimento de subir e descer.

Fortemente, puxou para trás a cabeça da pessoa que tanto prazer lhe estava dando, em um palpitar descompassado e o liquido se esvaindo de seu corpo, tombou a atenção nos olhos verdes que a fitavam famintamente.

Curvou seus lábios, em êxtase, ao ver seu carrasco com os olhos nublados pelo desejo e rendição, ignorando o incessante bater da cabeceira contra a parede, ou o chacoalhar das rígidas molas da cama, abocanhou necessitadamente os lábios diante de si, agradecendo por ele estar apoiado por suas mãos na cama, não correndo assim o risco de tombarem sobre o leito, estragando a prazerosa posição.

Seus músculos internos não hesitavam em envolver o rígido membro que a invadia, aumentando o prazer de ambos que abafadamente gemiam, enquanto suados seus corpos roçavam sem restrição.

—Tobias – gemeu roucamente o nome de batismo do homem sob si, evitando afastar seus lábios dos dele.

Em largas passadas que aumentavam sua velocidade, recordou diabolicamente aquele sonho que a assombrava desde a noite anterior, acompanhando o ritmo da música reproduzida em seus fones, ignorou o caminho a sua frente, bem como a natureza ao seu redor, rangendo os dentes com fúria e tombando suas pálpebras negligentemente.

Afoita, em um palpitar descompassado de seu miocárdio, devido os quilômetros já percorrido naquele parque, sentiu, em uma confusão de sequencias, seu pé se prender no que parecia ser uma fenda no chão, desequilibrando seu corpo para frente, cambaleou, buscando um lugar mais apropriado para tombar vergonhosamente ou que a possibilitasse retomar seu equilíbrio, desistindo da segunda possibilidade, em fração de segundos tombou suas pálpebras covardes, ofegante, preparou seus joelhos e mãos para sofrerem o primeiro impacto.

Nauseada com o iminente acidente, surpreendeu—se quando firmes braços e um cálido corpo a detiveram, arfando o ar com dificuldade entre as narinas, completamente surpresa abriu suas pálpebras, chocando—se com braços que firmemente agarravam os seus, fitou o piso ainda a centímetros de distância de seus olhos, tremeu em um suave movimento seus lábios, mas cedeu a ligeira necessidade de fitar a face da pessoa que a segurava.

Com a adrenalina percorrendo, seu consciente tomou alguns segundos ao analisar a pouca conhecida face de um homem de certa idade, face lisa e branca, cabelos negros e o cordial sorriso nos lábios.

Nicolás

Surpreendeu—se subitamente, retomando o equilíbrio entre seus dois pés, fitou novamente incrédula o piso áspero sob si, retornando a face de seu salvador, tragou as inapropriadas possibilidades que tomaram sua mente.

Duas vezes Você [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora