18. REGRAS DO DESEJO

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O desejo do homem é pela mulher,
mas o desejo da mulher é pelo desejo do homem.

Madame de Staël

O desejo de Tobias é pela Emilia,

mas o desejo de Emilia é pela distância de Tobias .

Cautelosos, os olhos castanhos admiraram a expressão dos sinceros olhos de Diogo , que encaravam com encanto a mulher que propositalmente caminhava praticamente colada consigo. O batucar de seu salto no irregular piso a distraia dos poucos murmúrios trocados entre os homens.

— Obrigado pela noite— rompendo os ruídos da noite, Diogo roubou a atenção de todos, enquanto seus próprios olhos se detiveram na mulher que o evitava.

— Podemos repetir — sugeriu em um tom irritantemente casual Tobias , curvando os lábios relaxadamente, com as mãos dentro do bolso de sua calça enquanto seus olhos encaravam inexpressivamente escuros, sua noiva.

— Quem sabe— o encarando, Emilia retribuiu, sorrindo ao desviar sua atenção ao homem de cabelos negros, parado ao lado de seu carrasco.

— A proposito você está encantadora Francesca — apontou Diogo , em um tom embargado pela sinceridade — Obrigado pela noite.

Com o canto dos olhos, Field observou o revirar de olhos da amiga, com um calado suspiro que inflou seus pulmões, obrigando a si própria morder seu lábio para ocultar a risada pelo desastroso e falho plano.

— E a próxima vez pode ser em minha casa — em um tom descontraído, Diogo sugeriu, enquanto brincava com a chaves em mãos — Posso preparar o jantar— completou, deslizando até seu automóvel logo atrás de sua posição — Boa noite a todos — saudou, abrindo a porta do carro.

Arfando o pesado e quente ar, sentindo a nuca aquecer com o calor externo, a mulher de cabelos castanhos, apenas girou os calcanhares, dispostas a partir sem maiores formalidades com o diabo que se dizia seu noivo.

— Viu, ele sabe cozinhar — brincando, encarou Francesca que a acompanhava, não ignorando o pesado olhar que aquecia mais ainda sua nuca.

— Sem graça— sem humor algum, porém mais relaxa, Francesca repôs.

Assim que seus pequenos dedos tocaram a gélida maçaneta, sentiu seu humor também desaparecer, apertando com força as pálpebras, não foi capaz de deter a invasão em sua mente por uma lembrança dolorosa e amarga.

—A propósito, Tobias — arfando o ar com desgosto, chamou a atenção daquele homem, o encarando sobre os ombros parado a alguns passos de si — Preciso que você passe amanhã no meu escritório para aprovar o orçamento para a próxima coleção— em um irritado tom, devido aquela dependência, solicitou.

Emilia observou o homem enrijecer o ombros e estreitar o olhar como se algo martelasse em sua cabeça.

— Amanhã não estarei em Madrid — revelou, inexpressivamente a encarando.

—Sério? — furiosa arfou o ar entre as narinas — Não pode atrasar a viagem? — em uma carreta, buscou a solução.

—Não— inexpressivamente respondeu, quase fazendo a mulher bufar em fúria.

—Quando você volta? — suspirou rendida em busca de uma solução.

—Não sei exatamente, depende de quanto tempo vou levar convencer os japoneses a assinarem o contrato— em um tom de desdém a fitou diante de suas palavras.

—Você não está facilitando— rosnou entre os dentes

— Se quiser eu te levo para casa e aproveitamos para resolver isso — propôs com uma absurda naturalidade — Claro, se você tiver uma cópia — ponderou

Duas vezes Você [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora