Eighth Year.

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Pov Lisa.

Julho.

Andei de um lado para o outro, ansiosa. O amplo jardim onde meu casamento iria acontecer já estava sendo montado. Eu via minha mama Jeongyeon dando algumas ordens à alguns floriculturistas. Minha sogra parecia estar supervisionando de perto as pessoas que estavam colocando as cadeiras. E, eu agradecia imensamente por nossos pais estarem ajudando, porque do jeito que eu estou nervosa, eu não iria servir para porra nenhuma. Jennie estava mais ativa, quase todos os dias ela perguntava minha opinião sobre algo e minha resposta era praticamente a mesma.

"O que você achar melhor, meu amor."

E não porque eu não estava interessada, mas porque eu simplesmente não sabia o que fazer. Eu estava em desespero. Claro que estava feliz por me casar com Jennie. Mas, ao mesmo tempo era tudo tão assustador.

— Lis? Tá tudo bem? — minha mãe perguntou, se aproximando com um sorriso divertido — Sua mama está deixando todos os funcionários loucos — ela riu e eu a acompanhei.

— Você estava nervosa no dia do seu casamento, mãe? — perguntei de repente e Nayeon sorriu um pouco nostálgica.

— Apavorada — admitiu, me fazendo arregalar os olhos em surpresa — Nas duas vezes, ou melhor, nas três vezes — lembrou e eu soltei uma risada.

— Ainda não acredito que se casou três vezes com a mama — ri e ela sorriu olhando em direção onde Jeongyeon realmente estava deixando todos doidos.

— Quando nos casamos a primeira vez, fomos só nós duas e um cover do Elvis Presley que achamos, que aliás era gay, que fez a cerimônia na capela já fechada. Mas ele fez porque gostou de nós, o casamento não era permitido entre pessoas do mesmo sexo — Nayeon explicou entre um suspiro alto — Quando a Holanda legalizou o casamento, fizemos de tudo para ir para lá, para nos casarmos lá, legalmente, e conseguimos, aliás, você foi uma ótima daminha — mamãe apertou minhas bochechas e eu ri, levemente corada — E em 2012 nos casamos em Nova York, que já permitia. Nós até pensamos em renovar os votos quando a Suprema Corte legalizou o casamento homossexual em todo o país, mas decidimos ainda não, talvez apenas nas nossas bodas de prata.

— Falta só alguns meses — dei ombros e ela concordou — Eu também estou apavorada, mamãe — murmurei, a vendo sorrir carinhosa, me puxando para seus braços.

— Você ama ela, não é? — perguntou baixinho.

— Mais que tudo nesse mundo — respondi, um leve sorriso enfeitando meus lábios ao lembrar da minha noiva.

— Tem medo de não ser suficiente, não é? De não ser uma boa esposa? — sugeriu e eu suspirei.

— É, e se eu não for boa? E se eu não souber ser uma esposa? — questionei praticamente desesperada, erguendo meus olhos para encarar minha mãe.

— Você ama ela, Lisa, isso já é o suficiente, vocês já moram juntas, você é uma excelente namorada, e vai ser uma ótima esposa, tenho certeza disso — Nayeon garantiu e eu respirei fundo, assentindo com a cabeça — Agora, que tal tentarmos tirar sua mama daqui antes que a expulsem?

— Essa é uma ótima idéia — ri, a acompanhando.

(...)

Respirei fundo, pela décima quarta vez, sentindo minha pele queimar de calor e ansiedade dentro daquele vestido branco. Eu nunca fui a maior fã de vestidos, mas até mesmo eu me encantei com o que eu usava. Porém, nesse momento, em cima desse altar, com a maioria dos olhares dos convidados, eu estava quase morrendo aqui dentro.

E Jennie estava atrasada.

Foi uma longa discussão sobre quem iria entrar primeiro. Longa, porque Jennie insistia em entrarmos juntas, e eu insistia que queria vê-la entrar. E, finalmente decidimos que eu entraria primeiro, com minhas mães, as duas, porque eu não iria conseguir escolher uma. E Jennie entraria depois com seu pai.

I Know What I Know - Jenlisa Version.Onde histórias criam vida. Descubra agora