Epílogo.

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Pov Lisa.

Tirei a camiseta que eu vestia, jogando dentro do armário, puxando a blusa azul clara, padrão dos internos cirúrgicos do hospital. Fiz o mesmo com a calça jeans que eu usava, vestindo a calça azul em seguida, sem me importar que estava rodeada de homens e mulheres, todos internos no Hospital Iglesias.

Amarrei meus cabelos em um rabo de cavalo, antes de me abaixar para amarrar os cadarços do meu all star, também azul. E, assim como todos os dias, dos últimos dois meses, tentei ignorar os olhares que recebia.

— Eu estou com a Torres hoje, e você? — ouvi a voz de Ariana e ergui meu olhar.

— Com o Sloan — respondi, com uma leve careta — Queria estar é com a esposa da Torres.

— Ah, eu estou com a sua ídola, hoje sou todo da Robbins — Suho disse, claramente em um tom de provocação, por saber que a Dra Robbins, chefe da pediatria, era a cirurgiã que eu mais admirava ali.

Para minha felicidade, Ariana e Suho também conseguiram entrar para o programa de residência do Im, era bom ter rostos amigáveis ali. Dawn e Krystal não entraram, pelo o que soube, ele estava em Boston e ela em Nova Jersey, mas, não tínhamos mais contato. Ter Ari, e Suho como amigos ali era muito importante, principalmente quando todos os outros internos achavam que eu tinha privilégios por ser uma Iglesias.

Estava sendo difícil provar o valor que eu tinha.

— DeLucca, Grey, Vásquez e Im, estão comigo hoje — a voz do Dr Sloan soou no vestiário e eu olhei para a porta, já acostumada de todos ali me chamaram pelo o sobrenome da minha mãe.

Coloquei o jaleco com meu nome costurado no mesmo. O sobrenome Kim -Manoban bordado. Presente de Nayeon quando consegui a vaga ali, ela sabia que era importante pra mim ser mais do que uma Im ali. E, coloquei o estetoscópio, - personalizado em tons claros de verde em alguns pontos - pendurado no pescoço. Esse foi o presente de Jeongyeon, antes do meu primeiro dia como interna. Saí do vestiário dos internos, seguindo o Dr Sloan e os outros três internos, para a nossa ronda diária.

Não gostava de estar na equipe do Dr Sloan, mesmo por um só dia. Eu olhava para ele, e voltava há dez anos atrás, quando o vi dizer à minha esposa e sua família, que Ella havia falecido. Mas, ao menos, a especialidade dele agora era Plástica, então não precisava vê-lo perto de crianças.

Minha tarefa do dia pela parte da manhã foi fazer alguns prontuários, e dar alta para poucos pacientes. Nada difícil, algo bem simples. Era um dia calmo. Tão calmo, que no horário do almoço, me sentei tranquilamente em uma mesa, sozinha, deixando meu pager ali, ao lado da bandeja com comida.

Peguei meu celular, discando o número já conhecido por anos, levando até meu ouvido.

Hey meu amor!

A voz da Jennie soou do outro lado e eu sorri. Era engraçado como mesmo após anos, eu ainda sentia meu coração acelerar ao ouvir sua voz. Nem parecia que eu tinha 27 anos quando falava com Jennie, ainda me sentia com 16.

— Oi, meu amor, tudo bem aí? — perguntei, me ajeitando na cadeira, quase rindo ao ouvir alguns barulhos altos do outro lado.

Três meses que estávamos em Miami, e ainda não terminamos de arrumar a casa. Inacreditável.

Sim! Mas eu não consigo decidir se deixo o quadro que Cheasoo nos deu, na sala ou no quarto — ela murmurou no telefone, o tom de voz confuso me fazia ter certeza que ela encarava o quadro.

— Sala, se Jisoo aparecer e não ver esse treco na sala, nós estaremos mortas pela manhã — respondi, com bom humor, ouvindo sua risada soar alta pelo telefone.

I Know What I Know - Jenlisa Version.Onde histórias criam vida. Descubra agora