Luz
Estávamos em silêncio.
Optamos por ver um filme.
Mantinha-me enroscada nos braços do rapaz, visto que o mesmo me pedira para me encostar nele.O que era estranho.
Conheciamo-nos quase á um mês. E ele já tinha tanta confiança comigo. Também tinha com ele, mas acabava sempre por ser estranho, era tudo novo.
Ouvi a porta da entrada a abrir, o que me levou a tentar afastar-me dele.
- Deixa-te estar. - murmurou -
- Estás maluco? - afastei-me dele, ajeitando o cabelo. - Ainda pensam coisas. - ele sorriu e balançou a cabeça-
Uma senhora, de cabelos escuros, não tão alta quanto o Herman, aproximou-se de nós.
- Olá meninos. Então querida, estás boa?
- Olá. Sim. - respondi o mais simpática possível. -
A mulher inclinou-se, deixando dois beijos no meu rosto, de modo a cumprimentar-me. Ela tinha um ar bastante simpático.
- Prazer, sou a Runi. Mãe do Herman.
- Luz. - dei um sorriso tímido -
- Estás á vontade aqui, está bem?
Assenti, afirmando.
- Obrigada, sra. Runi.
- Ai! Eu deixo-te estar cá em casa, mas retira lá o senhora. Apenas Runi está ótimo. - assenti, voltando a sorrir -
- Vá, fiquem á vontade. Eu vou deitar-me. Até amanhã.
Respondemos ao mesmo tempo, voltando a ficar sozinhos.
- A tua mãe é muito querida e simpática.
- Ela gostou de ti, eu disse-te. - deixei escapar um sorriso - Claro que é. Agora já sabes a quem saio.
Uma gargalhada escapou da minha boca. Um sorriso envergonhado surgiu no rosto dele.
- E o teu pai? A tua mãe veio sozinha..
- Realmente. Sei lá, deve ter ido dar uma volta. Ele às vezes deixa a minha mãe em casa e depois vai outra vez.
- encolheu os ombros -Olhei para o ecrã do telemóvel.
Era perto da meia noite e meia.
- Bem, está a ficar tarde. É melhor ir para casa.
- Já? - assenti - Nem dei conta da hora passar. - olhou para o telemóvel dele - Mas pronto, vamos lá.
Levantamo-nos e entretanto, abandonamos a vivenda dele.
Voltamos a ir para o carro.
- É verdade, falei com as minhas amigas sobre sábado. E elas alinham.
- lembrei-me, enquanto colocava o cinto -- Estás a ver? Então não há desculpas para não ires.
- Mas é á noite?
- Sim. Quer dizer, por norma costuma começar ás seis da tarde.
- A sério? Tão cedo?
- Nós também ficamos lá a jantar, por isso é que começa a essa hora. E pelos vistos vai ser igual, portanto, já estás informada.
- Está bem.
- E depois diz onde é a casa dele, está bem? Para nós irmos lá ter.
- Eu vou buscar-vos, é na boa.
- Não, não queremos dar trabalho. Tu vais para casa do Thomas e depois vamos ter com vocês, sem problema.
- Tens a certeza disso? Não se vão perder?
- Não. Acho eu.
O Herman riu-se, o que me levou a rir junto com ele. O caminho para casa foi tranquilo, falávamos de tudo.
Mais tarde, junto á minha vivenda, tirei o cinto, peguei na mala e deixei um beijo na bochecha dele.
Agradeci pela noite.
Recebi um beijo de volta, e depois de me despedir dele retirei-me do carro.
Ouvi o mesmo a arrancar, assim que abri a porta de casa. Ele fazia sempre isso, apenas ia quando eu entrasse.
Abri a porta do interior e já em casa, fiz o máximo de silêncio possível.
Tirei o calçado, deixando-o no hall de entrada, dentro de uma gaveta própria para calçado. Depois, dirigi-me ao meu quarto.
Fechei a porta, tirei o casaco branco e aproveitei para vestir o pijama, tirar a maquilhagem e sentir-me confortável.
De seguida, pus-me debaixo dos lençóis.
Ainda fiquei numa troca de mensagens com as raparigas, como curiosas que eram, quiseram logo saber como tinha sido a saída.
Como habitual, contei os pormenores suficientes para se calarem. Claro que gostava de desabafar com elas, mas para já, queria deixar para mim.
Porque era algo especial.
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Luz ➳ Herman Tømmeraas
Fiksi Penggemar'Dá-me uma oportunidade. Luz, eu mostrei-te todos os dias que estava a gostar de ti. E ainda gosto.'