14

68 2 0
                                    

Luz

Estávamos em silêncio.

Optamos por ver um filme.

 
Mantinha-me enroscada nos braços do rapaz, visto que o mesmo me pedira para me encostar nele.

O que era estranho.

Conheciamo-nos quase á um mês. E ele já tinha tanta confiança comigo. Também tinha com ele, mas acabava sempre por ser estranho, era tudo novo. 

Ouvi a porta da entrada a abrir, o que me levou a tentar afastar-me dele.

- Deixa-te estar. - murmurou -

- Estás maluco? - afastei-me dele, ajeitando o cabelo. - Ainda pensam coisas. - ele sorriu e balançou a cabeça-

Uma senhora, de cabelos escuros, não tão alta quanto o Herman, aproximou-se de nós.

- Olá meninos. Então querida, estás boa?

- Olá. Sim. - respondi o mais simpática possível. -

A mulher inclinou-se, deixando dois beijos no meu rosto, de modo a cumprimentar-me. Ela tinha um ar bastante simpático.

- Prazer, sou a Runi. Mãe do Herman.

- Luz. - dei um sorriso tímido -

- Estás á vontade aqui, está bem?

Assenti, afirmando.

- Obrigada, sra. Runi.

- Ai! Eu deixo-te estar cá em casa, mas retira lá o senhora. Apenas Runi está ótimo. - assenti, voltando a sorrir -

- Vá, fiquem á vontade. Eu vou deitar-me. Até amanhã.

Respondemos ao mesmo tempo, voltando a ficar sozinhos.

- A tua mãe é muito querida e simpática.

- Ela gostou de ti, eu disse-te. - deixei escapar um sorriso - Claro que é. Agora já sabes a quem saio.

Uma gargalhada escapou da minha boca. Um sorriso envergonhado surgiu no rosto dele.

- E o teu pai? A tua mãe veio sozinha..

- Realmente. Sei lá, deve ter ido dar uma volta. Ele às vezes deixa a minha mãe em casa e depois vai outra vez.
- encolheu os ombros -

Olhei para o ecrã do telemóvel.

Era perto da meia noite e meia.

- Bem, está a ficar tarde. É melhor ir para casa.

- Já? - assenti - Nem dei conta da hora passar. - olhou para o telemóvel dele - Mas pronto, vamos lá.

Levantamo-nos e entretanto, abandonamos a vivenda dele.

Voltamos a ir para o carro.

- É verdade, falei com as minhas amigas sobre sábado. E elas alinham.
- lembrei-me, enquanto colocava o cinto -

- Estás a ver? Então não há desculpas para não ires.

- Mas é á noite?

- Sim. Quer dizer, por norma costuma começar ás seis da tarde.

- A sério? Tão cedo?

- Nós também ficamos lá a jantar, por isso é que começa a essa hora. E pelos vistos vai ser igual, portanto, já estás informada.

- Está bem.

- E depois diz onde é a casa dele, está bem? Para nós irmos lá ter.

- Eu vou buscar-vos, é na boa.

- Não, não queremos dar trabalho. Tu vais para casa do Thomas e depois vamos ter com vocês, sem problema.

- Tens a certeza disso? Não se vão perder?

- Não. Acho eu.

O Herman riu-se, o que me levou a rir junto com ele. O caminho para casa foi tranquilo, falávamos de tudo.

Mais tarde, junto á minha vivenda, tirei o cinto, peguei na mala e deixei um beijo na bochecha dele.

Agradeci pela noite.

Recebi um beijo de volta, e depois de me despedir dele retirei-me do carro.

Ouvi o mesmo a arrancar, assim que abri a porta de casa. Ele fazia sempre isso, apenas ia quando eu entrasse.

Abri a porta do interior e já em casa, fiz o máximo de silêncio possível.

Tirei o calçado, deixando-o no hall de entrada, dentro de uma gaveta própria para calçado. Depois, dirigi-me ao meu quarto.

Fechei a porta, tirei o casaco branco e aproveitei para vestir o pijama, tirar a maquilhagem e sentir-me confortável.

De seguida, pus-me debaixo dos lençóis.

Ainda fiquei numa troca de mensagens com as raparigas, como curiosas que eram, quiseram logo saber como tinha sido a saída.

Como habitual, contei os pormenores suficientes para se calarem. Claro que gostava de desabafar com elas, mas para já, queria deixar para mim.

Porque era algo especial.

Luz ➳ Herman TømmeraasOnde histórias criam vida. Descubra agora