— Está tudo bem, amor? — A voz de Celina me faz parar de encarar a janela.
— Nossa! Vai cair o mundo aí fora.
— Seria melhor você não sair de casa, Celina.
— Ah, tá. Vou ligar para o hospital e pedir que ninguém se machuque ou precise de cuidados médicos. Pode deixar, eles conseguem isso.
Ela se vira e coloca a sua toalha pendurada.
Cerros os olhos. Sua ironia me deixou um pouco irritado.
Ela me vê e sorri.
— Estou brincando. — Ela vem até mim e beija meus lábios. — Não posso deixar de ir. Minha profissão é algo...
— Eu sei. Eu... desculpe. Fui um idiota.
Fui mesmo.
— Deixa que eu te levo até o hospital.
— Não precisa. Eu sei dirigir bem e depois eu teria que te pedir para me buscar ou pedir um Uber, não... prefiro ir com o meu carro. E você tem algo importante para contar à sua família, não?
Sinto o peso da aliança na minha mão. Ainda demoraria um pouco para me acostumar.
— Tenho sim — sorrio.
Ela sai nua do banheiro e vai para o quarto se arrumar.
Minutos depois ela me dá um beijo de despedida dizendo que seu plantão acabaria às 06 da manhã.
Aceito seu beijinho e a abraço apertado antes dela sair.
Eu teria que aprender a lidar com essa questão da profissão da Celina.
A verdade é que eu detesto trocar o dia pela noite. Sempre me senti improdutivo, mas, por ela, eu deveria tentar. Valeria a pena.
Sem pensar muito, atravesso a rua correndo.
Me estreito no pequeno parapeito e abro a porta sem cerimônia. Afinal, a casa do meu irmão era minha também. Eu faço parte dessa família. Quem não deveria estar aqui é ela: Lolla.
Assim que eles me veem se calam de alguma coisa engraçada na qual estavam falando. Estão todos sentados à mesa: Catarina, Ana, Henrique, os gêmeos desenhando em algum caderno e Lolla com um sorriso casto.
— Aí está você! — Catarina vem até mim. — Não atende celular não?
— Acho que deixei carregando.
— Já até coloquei a mesa para o nosso jantar.
— Cadê a Cecê, irmão? — Henrique pergunta alto.
Lolla olha para ele e depois para mim.
— Celina teve que trabalhar. Ela pediu desculpas pela falta.
— Que pena, cunhado. Mas entra... como viu, estamos com visitas também.
Caminho até ela que levanta da cadeira com um tímido sorriso quando chego perto.
— Onde você estava? — indago sem sorrisos.
Ela arregala os olhos um pouco.
— Encontrei Lolla em Ipanema, tio. Estava sendo atacada por fãs.
Lolla olha para minha sobrinha e parece lembrar do caso, pois sorri. Ela se volta a mim, me olhando no fundo dos olhos e parece apertá-los.
— Eu poderia ter sido avisada da matéria — diz, com toda calma do mundo.
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AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)
Любовные романыApós cuidar com afinco da carreira de jogador de futebol do seu irmão Henrique Soares, JAIME queria apenas paz. Prestes a mudar depois de se conformar com a ideia de que seus planejamentos de vida foram por água abaixo, ele tem uma grata surpresa ao...